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eBook - Antropologia Missionária - Ronaldo Lidorio - Juvep

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O primeiro elemento da magia é o pensamento, ou a crença. No caso a crença da<br />

existência e presença de uma força sobrenatural manipulável. Seja ela uma forma<br />

impessoal, mecânica, ou mesmo uma força pessoal espiritual que possa ser<br />

manipulada através de elementos mecânicos e visíveis. Em culturas animistas a clara<br />

percepção de que o mundo natural é animado pelo sobrenatural cria, em si, as<br />

condições ideais para a prática mágica. Não devemos, porém, reduzir a prática da<br />

magia apenas a ambientes onde haja uma crença organizada do sobrenatural. Muitas<br />

vezes a força manipulada é desconhecida, ou pouco explicada, sendo que a<br />

concentração do esforço da magia não se dá no sobrenatural mas sim na forma de<br />

manipulá-lo através do mundo natural. Entendemos, assim, a natureza humana,<br />

manipulável e utilitária da magia.<br />

O segundo elemento é o indivíduo. Pode ser nomeado de mágico, feiticeiro, xamã e<br />

assim por diante. É, porém, aquele que (com ou sem títulos de reconhecimento desta<br />

prática) coordena o ato mágico. Em culturas hierarquizadas facilmente<br />

encontraremos pessoas específicas com tal habilidade e responsabilidade. O<br />

chamaremos aqui de ‘mágico’. Em culturas, acéfalas, a magia é horizontalizada,<br />

praticada por quase todos. Mesmo aqueles que não a praticam, não detém o<br />

conhecimento ou habilidade, podem chegar a tal estágio sendo que ela é acessível e<br />

não uma especialidade. Eliade e Mauss defendem que a categoria de ‘feiticeiro’,<br />

personagem que controla ou propõe o ato mágico, é distinguível, ou seja, não é<br />

feiticeiro quem quer. Seriam pessoas com particularidades de parentesco ou definição<br />

clânica, ou com habilidades especiais, ou que foram treinadas, ou iniciadas, nesta arte<br />

por outros 105 . Em minha observação esta é uma avaliação aplicável apenas a certos<br />

padrões culturais, mais hierarquizados. De toda forma, independente da configuração<br />

restritiva do coordenador do ato mágico, a ele se confere certas características.<br />

Normalmente é uma pessoa reconhecida de possuir tal poder, habilidade ou<br />

105 Eliade, Mircea. Imagens e símbolos – Ensaio sobre o simbolismo mágico-religioso. São Paulo: Martins<br />

Fontes, 2002.<br />

Elementos<br />

Pensamento<br />

Indivíduo<br />

Preparação<br />

Rito Mágico<br />

Magia<br />

Categorias<br />

Branca<br />

Negra<br />

Imitativa<br />

Simpática<br />

Alegórica<br />

124 <strong>eBook</strong> – <strong>Antropologia</strong> <strong>Missionária</strong> – <strong>Ronaldo</strong> A Lidório

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