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eBook - Antropologia Missionária - Ronaldo Lidorio - Juvep

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com enfermidade, gêmeos, filhos de violência sexual ou crianças sobre as quais o pajé<br />

‘percebe’ um trânsito maligno.<br />

Iniciação. Parece-nos que em todas as culturas há um processo de iniciação, seja<br />

mais ou menos enfatizado, mais ou menos formal. Especifica quando o adolescente<br />

passa a ser percebido como homem ou mulher perante o grupo. No Brasil o baile de<br />

debutante revela esta iniciação mais informal. Há grupos em que a iniciação é um<br />

processo formal, muitas vezes marcado por rituais ou cerimônias que se tornam<br />

conhecidos de toda a comunidade.<br />

Casamento. Há diversas formas de se concretizar um relacionamento conjugal com<br />

intenção de união prolongada (casamento) nos mais diversos grupos observados. Há<br />

o casamento por troca, por dote, por escolha e por promessa. São estas as formas<br />

mais comuns e para cada um deles há passos devidamente elaborados, muitas vezes<br />

fases. Este é um assunto muito rico em todos os grupos e em si já sinaliza muito sobre<br />

o formato familiar ou estrutura de parentesco social, envolvendo cerimônias diversas,<br />

formas matriarcais ou patriarcais de relacionamento, poligamia, criação de filhos e<br />

outros assuntos. No Brasil as três principais fases são namoro, noivado e o casamento<br />

em si, normalmente por escolha. Não há dotes diretos envolvidos mas uma clara<br />

divisão tradicional de funções e gastos para o cerimonial. Os equipamentos utilizados<br />

são dignos de observação e estudo tais como o tradicional vestido branco, a presença<br />

de padrinhos e madrinhas, o buquê que é lançado ao final, o arranjos lançado sobre<br />

os noivos na saída e assim por diante. Cada um deles remonta a uma tradição<br />

aprendida e perpetuada, mesmo que não revestida do mesmo significado original. O<br />

vestido das daminhas, semelhante ao da noiva, por exemplo, remonta ao casamento<br />

romano quando se cria que a noiva poderia ser influenciada por espíritos que lhe<br />

roubariam a felicidade. Assim os vestidos semelhantes em moças da mesma idade<br />

possuíam a função de confundir tal espírito. Hoje, obviamente, o valor estético é<br />

talvez o único critério utilizado para tais vestimentas.<br />

Morte. O significado da morte e expectativa da mesma em determinadas culturas são<br />

áreas dignas de estudo e observação. Há perguntas que devem ser levantadas na<br />

observação deste ato da vida em um certo grupo. O que causa a morte? Fatos do além<br />

ou do aquém? Quem causa a morte? Há um ser responsável por tirar a vida? Homens<br />

podem causar a morte? Com consentimento? Sem consentimento? A morte pode ser<br />

fruto da inveja e ódio? A morte pode ser evitada? Pode-se causar a própria morte? É<br />

ela intransferível? Existe sacrifício de humano ou animal realizado para se transferir<br />

a morte e seus efeitos? É ela recompensa ou punição? Há propósito na morte? É uma<br />

passagem ou um fim? Como a forma da morte interfere na vida pós-morte (se<br />

interfere)? A forma da morte é casual (simplesmente o último acontecimento do<br />

108 <strong>eBook</strong> – <strong>Antropologia</strong> <strong>Missionária</strong> – <strong>Ronaldo</strong> A Lidório

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