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letramento acadêmico: principais abordagens sobre a ... - ICHS/UFOP

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Na visão de Lea e Street (1998), como dito anteriormente, o estudante universitário vê<br />

a necessidade de utilizar um repertório linguístico adequado a cada disciplina. Ao tentar<br />

adequar seu Discurso às diferentes disciplinas que compõem o curso, o aluno procura aderir<br />

aos Discursos dominantes legitimados pelos professores dentro da universidade, o que não<br />

pressupõe o engajamento efetivo nessas práticas, já que os <strong>letramento</strong>s não estão apenas<br />

ligados aos conteúdos das disciplinas de forma isolada, mas também aos outros Discursos e<br />

gêneros institucionais que estão presentes na universidade.<br />

Assim, a construção e o desenvolvimento do <strong>letramento</strong> <strong>acadêmico</strong>, por parte do<br />

aluno, vai muito além das instruções de como ler ou escrever para atender às exigências<br />

impostas por cada disciplina e, por conseguinte, por cada professor. Conforme Gee (1996),<br />

para que os alunos possam assumir-se insiders da comunidade acadêmica precisam entender o<br />

funcionamento dos inúmeros Discursos que circulam nela, bem como as formas de<br />

constituição dos gêneros discursivos próprios dessa esfera, e isso envolve muito mais do que<br />

habilidades de leitura e escrita, mas formas de ser, agir, valorizar e utilizar recursos e<br />

tecnologias, a fim de construir a condição letrada exigida pela universidade.<br />

O autor aponta que os alunos fracassam nas atividades iniciais propostas pela<br />

universidade pelo fato de não terem sido expostos, no ensino básico e fundamental, aos<br />

comportamentos linguísticos e sociais específicos do domínio <strong>acadêmico</strong>, e não por não<br />

saberem ler e escrever.<br />

Desse modo, um modelo de <strong>letramento</strong> que se preste ao desenvolvimento <strong>acadêmico</strong><br />

do aluno não pode ser apenas pautado em concepções teóricas que reforçam que há uma<br />

capacidade geral para a escrita, que, quando bem desenvolvida, habilita o aluno a transitar em<br />

qualquer contexto letrado. Concepções como essa não colaboram para que os alunos se<br />

engajem no Discurso <strong>acadêmico</strong>, pois desconsideram a história de <strong>letramento</strong> desses alunos,<br />

os significados que atribuem à escrita, ou seja, conforme aponta Gee (1996), quem 5 são e<br />

quem se espera que sejam nesse novo Discurso.<br />

Para que o aluno passe a compartilhar dos modos de agir, de valorizar, de acreditar do<br />

domínio <strong>acadêmico</strong> e a produzir de forma eficiente os gêneros discursivos dessa esfera, faz-se<br />

necessário que ele seja visto como sujeito de linguagem, como de fato o é, e com valores<br />

identitários construídos ao longo das suas experiências sociais prévias; esses aspectos são<br />

contemplados pelo modelo do <strong>letramento</strong> <strong>acadêmico</strong> proposto por Lea e Street (1998).<br />

Sendo assim, no desenvolvimento do <strong>letramento</strong> <strong>acadêmico</strong>, as questões relativas à<br />

escrita e à aprendizagem são consideradas a partir do ponto de vista epistemológico e<br />

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