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letramento acadêmico: principais abordagens sobre a ... - ICHS/UFOP

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ensinados ou apresentados de forma sistemática nas séries anteriores. Um outro agravante é o<br />

fato de esses estudantes terem sido submetidos, ao longo de sua trajetória escolar, a um<br />

modelo de <strong>letramento</strong> que não considera a escrita como prática social.<br />

2.1. Modelo autônomo de <strong>letramento</strong><br />

A concepção de <strong>letramento</strong> como a relação de uso que um indivíduo ou uma<br />

comunidade estabelece com a escrita (cf. TERZI, 2006) convoca outra definição importante: a<br />

de práticas de <strong>letramento</strong>. Street (1984) define as práticas de <strong>letramento</strong> como práticas<br />

culturais discursivas, que determinam a produção e interpretação de textos orais e escritos, em<br />

contextos específicos. Ou seja, para o autor, as práticas de <strong>letramento</strong> são dependentes do<br />

contexto, pois estão imersas em uma ideologia e não podem ser tratadas como neutras ou<br />

técnicas.<br />

Pensar o <strong>letramento</strong> dentro de uma dimensão meramente técnica implica acreditar que<br />

as pessoas, uma vez que aprendem a decodificar as letras em palavras e depois as palavras em<br />

sentenças, estão aptas a transitar em qualquer contexto letrado, abordagem que Street (1984)<br />

chama de modelo autônomo de <strong>letramento</strong>.<br />

O modelo autônomo de <strong>letramento</strong> pressupõe que a escrita, de forma autônoma e<br />

independente dos fatores sociais que condicionam seu uso, terá efeitos <strong>sobre</strong> outras práticas<br />

sociais e cognitivas, tais como o desenvolvimento cognitivo – no qual as capacidades de ler e<br />

escrever estão situadas em cada pessoa –, a ascensão social e o desenvolvimento econômico<br />

(TERZI, 2006; STREET, 2003). Em suma, o modelo autônomo se define na sala de aula<br />

como a capacidade de ler e escrever, em que ler significa ser capaz de decodificar as palavras<br />

e escrever ser capaz de codificar a língua dentro de uma forma visual, o texto (Gee, 1996).<br />

Kleiman (1993), ao discutir as concepções de texto e leitura que subjazem às práticas<br />

escolares, ilustra muito bem como esse modelo de <strong>letramento</strong> se implementa na prática.<br />

Segundo a autora, o texto é tratado na sala de aula a partir de duas perspectivas: como<br />

conjunto de elementos gramaticais, no qual o texto é pretexto para o ensino das regras<br />

gramaticais; e como repositório de mensagens e informações, sendo o texto um conjunto de<br />

palavras das quais devem ser extraídas informações, a fim de se chegar à mensagem que nele<br />

está impressa. No que diz respeito à leitura, as atividades são baseadas na identificação e no<br />

pareamento de palavras do texto com as palavras que aparecem idênticas nos questionários do<br />

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