Livro de Enredos 2011 - Liesa
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38 Carnaval 2011 Foi através desta reverência à natureza que o homem começou a entrar no reino da utopia através das comemorações: no momento da festa se desligava das coisas ruins como o inverno e as enchentes, que concretamente, tinham ido embora e saudava o que lhe parecia um bem, como a chegada da primavera e o nascer do sol, com danças e cânticos, em torno das fogueiras, para espantar os espíritos do mal e as forças negativas que prejudicavam o plantio. Em uma deliciosa viagem através dessas festas, rituais e celebrações em louvor aos deuses da agricultura e que depois foram abraçadas e remodeladas pelo catolicismo, encontramos a origem, a raiz da frondosa árvore que é o carnaval do Rio de Janeiro. E é no templo sagrado dos desfiles das escolas de samba que vamos relembrar em ritmo de comemoração as nossas origens agrárias e agrícolas. Afinal festejar é o que fazemos melhor. Louvados sejam os divinos semeadores do carnaval! Viva a folia! Parábola dos Divinos Semeadores A primeira semente: depois do degelo, eis que surge o caminho. Em um tempo muito distante, grande parte das sagradas terras africanas encontrava-se sob o domínio do frio. Um império branco e gelado que mantinha o homem primitivo praticamente prisioneiro nas cavernas.
G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel Certa manhã, uma estrela incandescente reluziu intensamente no horizonte; um forte clarão cortou o nevoeiro e espalhou-se pela palidez da paisagem, anunciando um deslumbrante espetáculo de luz e calor. Aos poucos, o branco do gelo e da neve foi sendo matizado pelo verde da vegetação, que surgia vigorosa. Assim, nossos ancestrais saíram da toca e festejaram. A vida explodiu em cores e fartura. Plantas de todos os tipos; diversas espécies de frutas e animais variados passaram a dominar o cenário renovado. O poder dos raios e trovões, os mistérios das águas e da terra e os segredos das matas passaram a ser reverenciados por guias espirituais escolhidos entre os mais sábios de cada tribo. Nas celebrações, esses feiticeiros cantavam e dançavam enfeitados com folhas e máscaras em torno de fogueiras para afastar os maus espíritos e garantir as boas colheitas. De festa em festa e de ritual em ritual, o homem evoluiu e descobriu o milagre da vida contido no interior dos grãos e sementes que se manifestavam quando estes alcançavam o solo. Ao se tornar, então, semeador, o homem criou raiz e se fixou na terra. A segunda semente: sobre pedras pagãs, ergueram-se templos de adoração. As cavernas geladas, cada vez mais, faziam parte do passado e os campos, agora cultivados, sinalizavam um mundo em transformação. 39
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G.R.E.S. Mocida<strong>de</strong> In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Padre Miguel<br />
Certa manhã, uma estrela incan<strong>de</strong>scente reluziu<br />
intensamente no horizonte; um forte clarão cortou o<br />
nevoeiro e espalhou-se pela pali<strong>de</strong>z da paisagem,<br />
anunciando um <strong>de</strong>slumbrante espetáculo <strong>de</strong> luz e calor. Aos<br />
poucos, o branco do gelo e da neve foi sendo matizado pelo<br />
ver<strong>de</strong> da vegetação, que surgia vigorosa. Assim, nossos<br />
ancestrais saíram da toca e festejaram.<br />
A vida explodiu em cores e fartura. Plantas <strong>de</strong> todos os<br />
tipos; diversas espécies <strong>de</strong> frutas e animais variados<br />
passaram a dominar o cenário renovado. O po<strong>de</strong>r dos raios e<br />
trovões, os mistérios das águas e da terra e os segredos das<br />
matas passaram a ser reverenciados por guias espirituais<br />
escolhidos entre os mais sábios <strong>de</strong> cada tribo. Nas<br />
celebrações, esses feiticeiros cantavam e dançavam<br />
enfeitados com folhas e máscaras em torno <strong>de</strong> fogueiras<br />
para afastar os maus espíritos e garantir as boas colheitas.<br />
De festa em festa e <strong>de</strong> ritual em ritual, o homem evoluiu e<br />
<strong>de</strong>scobriu o milagre da vida contido no interior dos grãos e<br />
sementes que se manifestavam quando estes alcançavam o<br />
solo.<br />
Ao se tornar, então, semeador, o homem criou raiz e se<br />
fixou na terra.<br />
A segunda semente: sobre pedras pagãs, ergueram-se<br />
templos <strong>de</strong> adoração.<br />
As cavernas geladas, cada vez mais, faziam parte do<br />
passado e os campos, agora cultivados, sinalizavam um<br />
mundo em transformação.<br />
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