Livro de Enredos 2011 - Liesa
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16 Carnaval/2011 Em contrapartida, o governo propôs o cultivo de um jardim, com o intuito de estimular a aclimatação e a cultura de especiarias exóticas vindas das Índias Orientais. A fluida terra desse jardim, nomeado, inicialmente, de Real Horto, Real Jardim Botânico e, finalmente, de Jardim Botânico do Rio de Janeiro, semeou-se de novas opções de plantio. Nele, a mão de obra chinesa foi utilizada para testar a receptividade do solo carioca ao cultivo do chá. Contudo, diante da experiência marcada pelo insucesso, os chineses foram aproveitados para abrir uma via carroçável. Nesta obra, teriam feito seu acampamento onde hoje está localizada a Vista Chinesa, dando origem desta maneira a um dos mais belos mirantes da cidade do Rio. Modernismo Carioca São Clemente e São Sebastião, após se reunirem com os anjos fiscais das obras divinas, chegam à conclusão que devem, mesmo sabendo da conformação geográfica da cidade (constituída de elevações, lagoas e pântanos), encaminhar, para a aprovação do Conselho Deliberativo da Criação Divina, o programa urbanístico do engenheiro e prefeito Pereira Passos, que visa transformar a antiga cidade imperial em uma metrópole cosmopolita. Sob esta ação, inicia-se no centro carioca uma grande intervenção. Em pouco tempo as picaretas do progresso abrem à cidade as vias da modernidade. Construção de grandes e largas avenidas, de praças e jardins; revitalização do cais do porto e arborização da Avenida Beira-Mar.
G.R.E.S. São Clemente Entre planos estratégicos, riscos e traços, o Rio civiliza-se e é “rebatizado” de Cidade Maravilhosa. Conta-se, inclusive, que nessa época, Deus para proteger os seres aterrados, nomeou São Jorge como General da Guanabara. E salve Jorge! Os princípios do projetar moderno, contudo, somente são aplicados nas décadas seguintes pelo estudo urbanístico do arquiteto Alfred Agache e dos projetos do arquitetopaisagista Roberto Burle Marx que, entre outros, assina o projeto paisagístico do Parque do Flamengo. Nesse contexto de grandes transformações, os belos cenários urbanos projetados e ordenados pelos novos meios técnicos do homem conjugam harmoniosamente as paisagens do Rio, possibilitando uma gestão cultural à altura do que a cidade única idealizada por Deus merece. Música: a paisagem do Rio A música é um dom divino. O som está por toda parte. É pura ilusão achar que a natureza é silenciosa. A paisagem do Rio de Janeiro situa-se no horizonte musical do carioca Villa-Lobos, que incorporou o folclore brasileiro às seduções urbanas do Rio de Janeiro; e no repertório original da pianista Chiquinha Gonzaga, autora da primeira marcha carnavalesca “Ô Abre-Alas”. 17
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Entre planos estratégicos, riscos e traços, o Rio civiliza-se e<br />
é “rebatizado” <strong>de</strong> Cida<strong>de</strong> Maravilhosa. Conta-se, inclusive,<br />
que nessa época, Deus para proteger os seres aterrados,<br />
nomeou São Jorge como General da Guanabara. E salve<br />
Jorge!<br />
Os princípios do projetar mo<strong>de</strong>rno, contudo, somente são<br />
aplicados nas décadas seguintes pelo estudo urbanístico do<br />
arquiteto Alfred Agache e dos projetos do arquitetopaisagista<br />
Roberto Burle Marx que, entre outros, assina o<br />
projeto paisagístico do Parque do Flamengo.<br />
Nesse contexto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s transformações, os belos<br />
cenários urbanos projetados e or<strong>de</strong>nados pelos novos meios<br />
técnicos do homem conjugam harmoniosamente as<br />
paisagens do Rio, possibilitando uma gestão cultural à altura<br />
do que a cida<strong>de</strong> única i<strong>de</strong>alizada por Deus merece.<br />
Música: a paisagem do Rio<br />
A música é um dom divino. O som está por toda parte. É<br />
pura ilusão achar que a natureza é silenciosa.<br />
A paisagem do Rio <strong>de</strong> Janeiro situa-se no horizonte musical<br />
do carioca Villa-Lobos, que incorporou o folclore brasileiro<br />
às seduções urbanas do Rio <strong>de</strong> Janeiro; e no repertório<br />
original da pianista Chiquinha Gonzaga, autora da primeira<br />
marcha carnavalesca “Ô Abre-Alas”.<br />
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