13.04.2013 Views

Tese Lidia Nazaré - UFF

Tese Lidia Nazaré - UFF

Tese Lidia Nazaré - UFF

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

“Não ensinará nada essencialmente novo à Academia e ficará muito aquém do<br />

que se exigiu de mim e daquilo que, mesmo com a maior boa vontade, eu não posso<br />

dizer”. Esta “palavra franca”, essencial não ensinará “nada essencialmente novo” à<br />

Academia, porque neste ambiente ela não tem um significado específico, ela significa<br />

por si mesma, trata-se de uma linguagem na sua natureza selvagem, que nada diz a<br />

menos que seja abordada por outros sentidos.<br />

Se abrirmos uma cena de ironia no texto ela não ensinará nada “essencialmente<br />

novo” porque já existe um consenso entre eles quanto ao significado das palavras, tanto<br />

é assim que ele só tem o poder de acrescentar a “palavra franca” àquele grupo – na<br />

perspectiva daquele grupo - porque ele já faz parte dele. Responde aos seus comandos.<br />

Ele não precisa fazer nada, porque tudo o que fizer ganhará um sentido imediato. É só<br />

alguém dizer que o gesto significa aquilo e pronto. O fato da palavra “franca” ficar<br />

muito “aquém” do que se exigiu dele fica explicado na redução que ele fez na palavra<br />

inicial “testemunho de franqueza” ao optar pelo seu radical “palavra franca”.<br />

Se eu abrir aqui uma segunda cena de ironia este “aquém” está sendo dito na<br />

perspectiva daqueles senhores. Na dele o termo significa o oposto do que ele usou, ou<br />

seja, além. Neste caso ele acena para a contingência da palavra representativa,<br />

alegoricamente, neste ponto a partir do qual ele a manipula e faz ver que para aqueles<br />

membros só é válido o que gira em torno de sua linguagem instrumental.<br />

Mas o que ele não pode dizer?<br />

O que ocorreu com ele numa “palavra franca”. A vida anterior dele necessita ser<br />

abordada por uma linguagem anterior: “palavra franca”. E esta palavra não pode ser dita<br />

“eu não posso dizer”, já que não é representável pelo simbólico. Está na ordem do<br />

inominável.<br />

98

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!