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Tese Lidia Nazaré - UFF

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fala!” É até à palavra “eco” que devemos ler a focalização dele. O restante é o que<br />

espalha cizânia na frase e faz com que os leitores apressados digam que ele articula<br />

palavra.<br />

Onde está aí a linguagem articulada? É um som apenas, um eco. Esta era sua<br />

linguagem original. Então ele entrou para dentro da comunidade humana com um gesto<br />

de pegar uma garrafa de aguardente e esvaziá-la como “um bebedor de Cátedra” e de<br />

arrotar. Ora, toda vez que no texto percebemos um ruído, um engasgamento, o fazemos<br />

na perspectiva dos “senhores da academia” que é a nossa também. Este ruído, na<br />

perspectiva de “Pedro Vermelho” se seguido de pequena alteração é o rumor, ou seja, a<br />

sua “palavra franca”. O rumor é a perfeição da linguagem resultante do entrecruzar-se<br />

de diferentes linguagens. Nenhuma se sobressai. Todas são escutadas ao mesmo tempo.<br />

É o seu “brado”, utilizado quando vivia com seu “bando”.<br />

Poderíamos objetar dizendo que os “senhores da Academia” estão atentos aos<br />

detalhes e que, portanto, são capazes de reconhecer que o ponto e vírgula e a locução<br />

subseqüente ao termo repetido são visíveis. E que, portanto, não consideram existir ali<br />

uma repetição. Mas isso não é verdade, aqueles “senhores” não estão atentos aos<br />

detalhes, sua tendência é a redução do mundo ao mesmo, deixando com isso minar a<br />

diferença.<br />

Já o segundo aperto de mão que aparece está acrescido do “testemunho de<br />

franqueza” isso porque, uma vez repetido, o sentido que lhe é atribuído já está<br />

automatizado por “Pedro Vermelho”. Ele é amestrado. A este gesto segundo, nada pode<br />

ser acrescentado devido o seu caráter pétreo. Trata de gesto colonizado. Ele foi testado -<br />

a palavra teste em teste-munho assim o confirma – a partir da repetição dos gestos<br />

humanos, porque não compreendia as palavras que acompanhavam tais gestos. Disso<br />

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