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Tese Lidia Nazaré - UFF

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Nesta instância percebemos que o sentimento deve ser entendido do mesmo<br />

modo que o riso. Explica, mas perde novamente os sentidos ao ser arrastado neste<br />

sentimento para outra Cultura. Sai do Congo Central e conduz o pensamento para o seu<br />

mundo civilizado e sinalizado, e, nele, encontra um equívoco neste sentimento ao ligá-<br />

lo à palavra dinheiro.<br />

Neste ponto faz ver que o sentido do amor também já foi tocado pelo capital ou<br />

seja o sentimento sob o qual a humanidade diz estar estruturada, já se converteu em<br />

moeda de troca. Mas esta transposição de culturas tem uma razão mais específica, o<br />

narrador vai fazer alusão à sinalização do trânsito da cidade. Amarelo, vermelho e<br />

verde. Como a obra é intransitiva ele precisa oferecer ao leitor uma linha de orientação.<br />

Obviamente esse vaivém do pensamento está relacionado com a descoberta de<br />

“Marcel Pretre” e com o encaminhamento que ele lhe deu: a veiculação no jornal para<br />

fins comerciais: de entretenimento – ela apareceu num “suplemento” do jornal – e<br />

confirmação da superioridade da cultura sobre a natureza. Desta forma este sentimento<br />

encontra-se esvaziado de seu significado rotineiro, muito ligado ao amor recíproco.<br />

Neste espaço ela questiona a colonização deste sentimento, encima de uma escritura<br />

bem arquitetada. Ao leitor vão ficando as conjecturas. Além dessas, resta-me encontrar<br />

o que subjaz ao sulco do significado deste sentimento ou melhor, o que é que não pode<br />

ser nomeado.<br />

Ela o olha todo ao mesmo tempo. Ele é “o explorador amarelo” o amarelo na<br />

cultura civilizada, simboliza atenção e perigo. Neste caso ela é toda sentidos em relação<br />

a ele. Depois de observá-lo todo, num movimento descendente, ela passa a observar os<br />

detalhes: o anel, a bota, novamente a bota, novamente a bota.<br />

Ela está recuada, quer escapar, mas a bota pode esmagá-la. A bota e a roupa são<br />

amarelas por isso a metonímia “explorador amarelo”. No rosto o vermelho dos rubis dos<br />

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