13.04.2013 Views

Tese Lidia Nazaré - UFF

Tese Lidia Nazaré - UFF

Tese Lidia Nazaré - UFF

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

1. A recusa do texto à representação<br />

184<br />

La história ya no documenta “lo real”,<br />

explica Barthes, sino que produce “lo<br />

inteligible”<br />

(BARTHES: apud. TRIFONAS) 88<br />

Para o texto, a única coisa gratuita seria sua<br />

própria destruição.<br />

Roland Barthes 89<br />

No capítulo segundo abri uma discussão sobre os benefícios que obtenho ao<br />

trabalhar com uma obra literária que questiona o material com o qual ela é produzida.<br />

Dentre eles encontro o prazer da leitura e além dele, a certeza de que as percepções que<br />

consigo alcançar, encontram suas confirmações e explicações dentro do corpus. Elas<br />

estão nele, aguardando o meu olhar e pensamento. Isto só é possível, porque estou<br />

diante de uma produção intransitiva, dobrada sobre si mesma, montada com a finalidade<br />

de fazer falar todos os sentidos e ativar a ação do pensamento, condição ímpar para que<br />

o homem consiga interagir com o processo de modernização da sociedade pós-moderna.<br />

A produção literária de Clarice Lispector e Franz Kafka segue este projeto<br />

arquitetônico, ou melhor, segue esta engenharia. O termo engenharia é mais exato,<br />

88 Barthes y el império de los signos, 2007, p. 36. “A História já não documenta o real, explica Barthes,<br />

produz o ‘inteligível`”. Tradução minha.<br />

89 O prazer do texto, 2004, p.32.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!