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gestos e “sons animais”; ora, além da semelhança fonemática, babuíno é um animal.<br />
Contudo na perspectiva da axiologia humanista este procedimento é impossível, logo,<br />
nesta perspectiva, se concumbino não existe, também não existe aquilo que ele esconde.<br />
“Pequena Flor” não existe. “Pequena Flor” é apenas uma palavra, estereotipada, que<br />
achata o real. Mas foi rasurada pelo narrador de forma que, não existindo, revelou o que<br />
encobria. A mulher real “negra, madura, calada”. Nomear é um ato de violência.<br />
Nomear é impossível.<br />
Note que a falta de sentido do nome “Pequena Flor” dá-se em virtude de não<br />
existirem flores delicadas no local onde ela estava. Então é aberto neste nome uma<br />
fresta. Neste ponto levanto a cabeça para meditar sobre possíveis causas desta abertura.<br />
Volto o olhar para o texto e flagro um desencontro entre uma focalização “apelidou” e<br />
uma narração nomeou. Novamente levanto a cabeça, mas já consciente de que a<br />
problemática reside no nome.<br />
Noto que quando uma fresta é aberta no texto, outras frestas são abertas junto<br />
com ela. Neste instante a linguagem se manifesta em suas impossibilidades, deixando<br />
ver que apenas tem condições de abordar a realidade. É necessário ficar atento ao<br />
detalhe. É a partir dele que a linguagem se nos abre como palavra redentora, que liberta,<br />
que pode ser feita de novo. Depois que uma fresta é aberta ninguém mais pode dizer<br />
“precisamos separar as coisas”. Nada está separado, um sentido toca com suas fímbrias<br />
outro sentido e o universo simbólico se converte num tecido impossível de ser desfeito,<br />
por alguns instantes. A verdade pode ser revelada no âmbito literário. É importante<br />
repetir que geralmente não nos damos conta de estarmos sendo enredados pelas<br />
diferentes linguagens que nos seduzem: tudo é passível de tomar qualquer forma<br />
mediante a condução da linguagem.<br />
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