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experiência, não o submetendo ao referido nome. O problema do ato de nomear para<br />
Adorno e Horkheimer (2006) encontra-se no risco da submissão do ser ao nome e<br />
também no uso deste ato para fins de manipulação deste mesmo ser.<br />
O nome ao qual a magia se prende de preferência, está passando atualmente por uma<br />
transformação química. Ele está se transformando em designações arbitrárias e<br />
manejáveis, cuja eficácia se pode agora, é verdade, calcular, mas que por isso mesmo se<br />
tornou tão despótica como em sua forma arcaica (HORKHEIMER & ADORNO, 2006,<br />
p.136).<br />
No conto, entretanto, tal violência fica clara, porque segundo o narrador “[o]s<br />
likoualas – “Pequena Flor” é uma deles - usam poucos nomes, chamam as coisas por<br />
gestos e sons animais” (LF, p. 79) e “Pequena Flor” não sabe falar a linguagem de<br />
“Marcel Pretre”, como nos indica a expressão: “se soubesse falar” (LF, p. 84-5). É neste<br />
caso que nomear é uma violência contra ela, já que este procedimento não é natural<br />
naquele grupo e tende a retirá-la do anonimato, condição única para que o seu povo<br />
continue existindo.<br />
Nomeando-a ele a expõe e como o nome em questão já virou um estereótipo, ela<br />
será massacrada, “a palavra, que não deve significar mais nada e agora só pode<br />
designar, fica tão fixada na coisa que ela se torna uma fórmula petrificada”<br />
(HORKHEIMER & ADORNO, 2006, p.136). Caso ela não consiga preencher as expectativas<br />
que as gerações românticas traçaram para o nome em questão, se converterá no Outro.<br />
Tanto é assim que ao nomeá-la “Pequena Flor”, o leitor que já interiorizou este<br />
conceito a partir do idealismo romântico e não a partir da “flor da moita” do realismo<br />
machadiano - que não chegou à condição de estereótipo - acha delicada a atitude de<br />
“Marcel Pretre”, como, ironicamente, o narrador diz que sua esposa acharia. Acha<br />
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