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lugar onde ela aparece na primeira cena. É que esta esmeralda rara, sugerida nas cores, é<br />
tão natural para a mulher, que é exatamente uma jóia semelhante a esta – o brilho do<br />
anel de “Marcel Pretre” - que vai desviar a atenção dela deste “explorador”, num<br />
momento em que ela o coloca sob efeito de hipnose 79 . Diante do brilho do anel ela ficou<br />
à vontade. Isso não teria ocorrido, se ela não tivesse fixado seus olhos nele.<br />
As outras cores que aparecem sugeridas na segunda cena como: o vermelho-<br />
sangue do coração de “Marcel Pretre” que “bate”, o vermelho-escuro das pedras rubis,<br />
existentes nos turbantes dos sábios da índia e a cor negra da mulher, apontam para a<br />
primeira cena: a cor negra é a cor da mulher e os matizes do vermelho são a cor de<br />
“Marcel Pretre”: “Tornou-se uma cor linda, a sua, de um rosa-esverdeado, como o de<br />
um limão de madrugada. Ele devia ser azedo” (LF, p. 85).<br />
Esta frase da primeira cena não tem sentido, porque o sentido dela está na<br />
segunda cena. O rosa é a cor dele e o esverdeado é a cor da pedra do anel, que é<br />
igualmente a cor do ambiente dela. Motivo que a fez desconcentrar. Há uma cor que me<br />
confunde os sentidos: o amarelo. Ela aparece na primeira cena, simbolizando que<br />
“Pequena Flor” deve estar atenta ao “explorador”, mas não aparece na segunda. E é<br />
nesta segunda, que aparecem os signos que apontam para a primeira. Se não estivermos<br />
atentos para os detalhes da segunda, não compreendemos as permutas de sentidos, que<br />
esta estabelece com a primeira. Assim entendo que o amarelo da primeira cena - a que<br />
me dedicarei no último capítulo - adverte-me para a atenção a estes pequenos detalhes<br />
da segunda cena. Assim temos: o amarelo da bota do “explorador”, que significa<br />
atenção, o vermelho da cor do “explorador” que significa perigo, o verde do anel do<br />
“explorador” que significa liberdade. O verde é o ambiente natural dela.<br />
79 Cf. Cap. VI.<br />
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