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Tese Lidia Nazaré - UFF

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104<br />

A partir do século XVII, todo o domínio do<br />

signo se distribui entre o certo e o provável;<br />

quer dizer que já não poderia haver sinais<br />

desconhecidos, nem marcas mudas. Não<br />

que os homens estejam de posse de todos os<br />

signos possíveis. Mas é que o signo só<br />

surge a partir do momento em que é<br />

conhecida a possibilidade de uma relação<br />

de substituição entre dois elementos já<br />

conhecidos. O signo não espera<br />

silenciosamente a vinda daquele que pode<br />

reconhecê-lo, nunca se constitui senão por<br />

um ato de conhecimento.<br />

Michel Foucault. 43<br />

A natureza é, em si mesma, um tecido<br />

ininterrupto de palavras e de marcas, de<br />

narrativas e de caracteres, de discursos e de<br />

formas. Quando se tem de fazer a história<br />

de um animal, inútil e impossível é escolher<br />

entre o ofício de naturalista e o de<br />

compilador: o que é preciso é recolher,<br />

numa única e mesma forma do saber; tudo o<br />

que foi visto e ouvido, tudo o que foi<br />

contado pela natureza ou pelos homens,<br />

pela linguagem do mundo, das tradições ou<br />

dos poetas.<br />

Michel Foucault 44<br />

1. O “teatro de variedades” da palavra racionalizada<br />

43 As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas, 1966, p.87.<br />

44 As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas, 1966, p.63-4.

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