Revista-Cientifica-d.. - Instituto de Ensino e Pesquisa de Cruzeiro
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Volume 4 Número 3<br />
Set/Out/Nov/Dez - 2008<br />
Moldagem em Implantes<br />
Reabsorção Radicular Externa<br />
Enxertos Ósseos<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008
REVISTA CIENTÍFICA<br />
DO I.E.P.C.<br />
VOLUME 4, NÚMERO 3, 2008<br />
PUBLICIDADE: QUADRIMESTRAL<br />
EDITORA:<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008
REVISTA CIENTÍFICA DO I.E.P.C. - V.4, N.3, 2008<br />
P.1-44; 29,7 CM<br />
PERIODICIDADE: QUADRIMESTRAL<br />
ISSN 1808-740X<br />
1. ODONTOLOGIA PERIÓDICOS. 2. ORTODONTIA. I. IEPC<br />
II. TÍTULO<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008
A revista científica do IEPC é uma<br />
publicação do<br />
DIRETOR GERAL<br />
Prof. Dr. Irio Cavalieri (SP)<br />
EDITORA CIENTÍFICA<br />
Profa. Dra. Cecilia Rocha Brito (SP)<br />
CONSELHO CIENTÍFICO<br />
Prof. Dr. Adriano Marotta Araújo (SP)<br />
Prof. Dr. Carlos Henrique Guimarães Jr. (DF)<br />
Profa. Dra. Cristina Marta Ferreira Gra<strong>de</strong>lla (AP)<br />
Profa. Dra. Daisy Costa Miranda Quagliatto (AL)<br />
Prof. Dr. Eduardo Cesar Werneck<br />
Profa. Dra. Flavia Azevedo (RJ)<br />
Prof. Dr. Guilherme José Martins Braga (MG)<br />
Prof. Dr. Horacio Trevisan Jr (SP)<br />
Prof. Dr. Marcio Eduardo Kato (SP)<br />
Prof. Dr. Marcelo Marotta Araújo (SP)<br />
Prof. Dr. Ronaldo Bastos (RJ)<br />
Prof. Dr. Rogério <strong>de</strong> Lima Romeiro (SP)<br />
EDITORAÇÃO E IMPRESSÃO<br />
Editora IEPC<br />
Av. Nes ralla Rubez, 1324 – <strong>Cruzeiro</strong> –<br />
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A Revis ta Científica do IEPC é uma<br />
publicação quadrimes tral do IEPC<br />
(editada nos mes es <strong>de</strong> março, julho e,<br />
novembro).<br />
JORNALISTA RESPONSÁVEL<br />
Serg io Luis Santiag o CRJ – 40.947<br />
En<strong>de</strong>reço:<br />
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e-mail: drw erneck@uol.com.br<br />
Os direitos autorais es tão res ervados<br />
pelo IEPC; que res g uardará os<br />
mes mos s obre os trabalhos nes ta<br />
revis ta publicados .<br />
ASSINATURA: R$ 50,00<br />
Para que a humanida<strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolva<br />
novas <strong>de</strong>scobertas <strong>de</strong>vem ser feitas, e não só<br />
<strong>de</strong>scobertas por si só farão a diferença, mas sim<br />
que estas <strong>de</strong>scobertas sejam divididas com o<br />
mundo.<br />
Para mim é uma honra fazer parte<br />
<strong>de</strong>sta revista que preza sempre pela qualida<strong>de</strong><br />
dos estudos a serem publicados, e pela<br />
abrangência das especialida<strong>de</strong>s que fazem parte<br />
dos números. Muito me orgulha po<strong>de</strong>rmos<br />
contar com muitos colaboradores, para que<br />
cada número mostre estudos feitos em diversos<br />
locais do Brasil, e também do nosso <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Ensino</strong> e <strong>Pesquisa</strong> <strong>de</strong> <strong>Cruzeiro</strong>.<br />
Como todas as edições continuamos a<br />
prezar pelo conhecimento e para que este<br />
conhecimento seja passado para toda a classe<br />
que se interessa pela atualização na profissão.<br />
Os assuntos abordados nesta edição englobam<br />
técnicas para prótese sobre implante, enxertos<br />
ósseos, e técnica ortodôntica. Espero que vocês<br />
leitores possam usufruir <strong>de</strong> alguma maneira as<br />
informações que, com carinho escolhemos para<br />
esta <strong>Revista</strong>.<br />
“Além da mente humana e como um<br />
impulso livre cria-se a ciência. Esta se renova,<br />
assim como as gerações, frente a uma ativida<strong>de</strong><br />
que constitui o melhor jogo do homo lu<strong>de</strong>ns: a<br />
ciência é, no mais estrito e melhor dos sentidos,<br />
uma gloriosa diversão”. (Jacques Barzun)<br />
Profa. Dra. Cecília da Rocha<br />
Brito<br />
EDITORA CIENTÍFICA<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
1
2<br />
5<br />
16<br />
27<br />
43<br />
PERSONALIZAÇÃO DE TRANSFERS DE MOLDAGEM<br />
PARA OBTENÇÃO DE ESTÉTICA GENGIVAL EM<br />
IMPLANTOLOGIA<br />
FRATURA EM DENTE COM REABSORÇÃO<br />
RADICULAR EXTERNA DURANTE TERAPIA<br />
ORTODÕNTICA FIXA – AVALIAÇÃO 10 ANOS APÓS<br />
AVALIAÇÃO HISTOMORFOLÓGICA DE MAXILARES<br />
HUMANOS SUBMETIDOS A ENXERTO ÓSSEO<br />
AUTÓGENO E HOMÓGENO<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
3
4<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008
*Gustavo Cavedon Ughini<br />
*Henrique Smanio<br />
*Gérson Noro<br />
**Gabriela Zaffalon<br />
*** Cecilia da Rocha Brito<br />
****Sílvia Anselmo<br />
A reabilitação unitária com implantes <strong>de</strong>ntários tornou-se recentemente uma<br />
opção <strong>de</strong> tratamento muito utilizada, principalmente na região anterior, on<strong>de</strong> a<br />
estética conseguida com as próteses fixas convencionais, muitas vezes não<br />
atingem um resultado satisfatório. A técnica <strong>de</strong> personalização <strong>de</strong> transfers <strong>de</strong><br />
moldagem relatada neste artigo viabiliza a obtenção <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> trabalho<br />
com uma arquitetura gengival fiel às condições bucais, facilitando a confecção <strong>de</strong><br />
uma restauração artificial que pareça natural.<br />
Implantes <strong>de</strong>ntários – estética gengival<br />
___________________________________________________________________________<br />
* Mestre em Implantodontia CPO São Leopoldo Mandic – Campinas – SP<br />
** Mestre em Periodontia pelo CPO São Leopoldo Mandic – Campinas – SP<br />
*** Mestre em Odontologia pelo CPO São Leopoldo Mandic – Campinas – SP<br />
Doutora em Ciências Odontológicas CPO São Leopoldo Mandic – Campinas – SP<br />
**** Doutora em Prótese Dentária pela Unicamp – Campinas – SP<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
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6<br />
PERSONALIZAÇÃO DE TRANSFERS DE MOLDAGEM PARA OBTENÇÃO DE ESTÉTICA GENGIVAL EM IMPLANTOLOGIA<br />
O sucesso e previsibilida<strong>de</strong><br />
da terapia reabilitadora com<br />
implantes osseointegrados têm sido<br />
relatados e <strong>de</strong>monstrados por<br />
diversos autores e pesquisas como<br />
uma alternativa reabilitadora viável<br />
para os cirurgiões <strong>de</strong>ntistas,<br />
tornando-se indispensáveis no<br />
armamento atual <strong>de</strong> opções<br />
restauradoras para qualquer caso<br />
<strong>de</strong> perda <strong>de</strong>ntária, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> um<br />
elemento unitário até arcos<br />
totalmente edêntulos. Mas este<br />
reconhecimento do sucesso dos<br />
implantes osseointegrados trouxe<br />
consigo a necessida<strong>de</strong> cada vez<br />
maior <strong>de</strong> aprimoramento da<br />
capacida<strong>de</strong> técnica dos<br />
profissionais, <strong>de</strong>vido ao aumento da<br />
exigência estética dos pacientes.<br />
A primeira restauração<br />
unitária sobre um implante tipo<br />
Branemark, para a substituição <strong>de</strong><br />
um único <strong>de</strong>nte perdido, foi<br />
instalada em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1982<br />
tornando-se esta indicação a mais<br />
freqüente e eficaz aplicação da<br />
terapia com implantes<br />
odontológicos 1, 2 , sendo suas taxas<br />
<strong>de</strong> sucesso comparáveis às<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
encontradas em pacientes<br />
totalmente edêntulos.<br />
A instalação <strong>de</strong> um implante<br />
unitário, apesar <strong>de</strong> aparentemente<br />
simples, é uma modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
tratamento bastante <strong>de</strong>safiadora,<br />
uma vez que é necessário o alcance<br />
<strong>de</strong> um equilíbrio harmonioso entre<br />
as necessida<strong>de</strong>s funcionais,<br />
biológicas e estéticas,<br />
principalmente na região anterior da<br />
maxila 3 . Mas apesar das atuais<br />
tecnologias odontológicas<br />
permitirem a confecção <strong>de</strong> próteses<br />
bastante semelhantes aos <strong>de</strong>ntes<br />
naturais, os tecidos mucoso e<br />
ósseo, nem sempre po<strong>de</strong>m ser<br />
regenerados.<br />
O trauma cirúrgico sofrido<br />
pelo tecido mucoso durante a<br />
terapia com implantes po<strong>de</strong> levar a<br />
perdas irreversíveis <strong>de</strong>sta estrutura.<br />
Não se sabe em qual; extensão, o<br />
trauma aos tecidos mucoso e<br />
ósseo, gerado pelo retalho<br />
mucoperiostal, influencia a perda<br />
óssea periimplantar. Retalhos<br />
mucogengivais conservadores<br />
<strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados sempre<br />
que possível, preservando
PERSONALIZAÇÃO DE TRANSFERS DE MOLDAGEM PARA OBTENÇÃO DE ESTÉTICA GENGIVAL EM IMPLANTOLOGIA<br />
principalmente as papilas<br />
inter<strong>de</strong>ntais 4 .<br />
A instalação <strong>de</strong> uma<br />
restauração provisória<br />
individualizada sobre um implante<br />
permite que a mucosa cicatrize com<br />
uma morfologia semelhante a um<br />
perfil emergente e contorno cervical<br />
da restauração <strong>de</strong>finitiva. É <strong>de</strong><br />
fundamental importância a<br />
utilização <strong>de</strong> transitórios em resina,<br />
por um período <strong>de</strong> 6 meses,<br />
<strong>de</strong>vendo receber acréscimos<br />
progressivos <strong>de</strong> resina acrílica para<br />
proporcionar o aumento do<br />
contorno vestibular e proximal<br />
através da compressão gengival,<br />
repetindo-se este procedimento<br />
semanalmente até o remo<strong>de</strong>lamento<br />
gengival e a formação <strong>de</strong> papilas 5 .<br />
Para se conseguir fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong><br />
no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> trabalho, é necessário<br />
Paciente V. A., sexo feminino,<br />
21 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, portadora <strong>de</strong><br />
agenesia <strong>de</strong> incisivo lateral<br />
superior, compareceu ao<br />
consultório encaminhada para<br />
realizar as coroas protéticas sobre 2<br />
o uso <strong>de</strong> uma técnica <strong>de</strong> moldagem<br />
<strong>de</strong> transferência com<br />
individualização <strong>de</strong> transferente.<br />
Essa técnica torna possível copiar o<br />
formato gengival no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
trabalho com gengiva artificial, e<br />
também confeccionar uma peça<br />
protética que não cause trauma e<br />
compressão gengival in<strong>de</strong>sejáveis<br />
na finalização da mesma.<br />
O tempo <strong>de</strong> provisionalização<br />
é importante, uma vez que uma<br />
recessão marginal entre 0,6 e<br />
0,8mm po<strong>de</strong> ocorrer nos primeiros 6<br />
meses após a instalação da prótese<br />
provisória 1, 6 . Em contra partida,<br />
80% das papilas entre implantes e<br />
<strong>de</strong>ntes aumentam <strong>de</strong> tamanho em<br />
um período, em média, <strong>de</strong> 18<br />
meses 7 .<br />
implantes previamente instalados<br />
(elementos 12 e 21).<br />
Aproximadamente 1 mês<br />
após a reabertura, foram trocados<br />
os cicatrizadores por 2 munhões<br />
retos preparados para receber 2<br />
coroas provisórias em resina<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
7
8<br />
PERSONALIZAÇÃO DE TRANSFERS DE MOLDAGEM PARA OBTENÇÃO DE ESTÉTICA GENGIVAL EM IMPLANTOLOGIA<br />
composta para o início da manipulação da condição gengival.<br />
O <strong>de</strong>nte provisório nesta fase<br />
tem a função melhorar o contorno<br />
gengival com o objetivo <strong>de</strong> torná-lo<br />
o mais próximo do <strong>de</strong>nte natural.<br />
Semanalmente foram realizados<br />
aumentos na cervical da coroa<br />
provisória com resina composta<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
com o intuito <strong>de</strong> modificar a<br />
arquitetura gengival até fazer com<br />
que esta adquira forma e aparência<br />
naturais. No momento em que o<br />
formato gengival estiver<br />
satisfatório, passe-se para o<br />
processo <strong>de</strong> moldagem.<br />
Figura. 2 e 3 – Arquitetura gengival mo<strong>de</strong>lada e saudável resultante da<br />
manipulação gengival com provisórios<br />
Para que possamos transferir<br />
para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> trabalho o<br />
contorno gengival adquirido,<br />
utilizamos uma técnica <strong>de</strong><br />
Figura 1 Coroas provisórias<br />
sobre implantes<br />
(elementos 12 e 22).<br />
moldagem que permite a cópia da<br />
exata posição do contorno gengival,<br />
fazendo com as futuras coroas<br />
cerâmicas adaptem-se aos
PERSONALIZAÇÃO DE TRANSFERS DE MOLDAGEM PARA OBTENÇÃO DE ESTÉTICA GENGIVAL EM IMPLANTOLOGIA<br />
implantes sem a compressão das<br />
papilas gengivais. Esta técnica, que<br />
consiste na personalização dos<br />
transfers <strong>de</strong> moldagem será<br />
<strong>de</strong>scrita a seguir.<br />
Inicialmente <strong>de</strong>sparafusa-se a<br />
coroa provisória <strong>de</strong> resina,<br />
removendo-a da boca e adaptando e<br />
aparafusando-a a um análogo do<br />
implante utilizado em boca. Em<br />
seguida, leva-se este conjunto<br />
(provisório/análogo do implante) a<br />
um bloco <strong>de</strong> silicona <strong>de</strong><br />
con<strong>de</strong>nsação com o intuito <strong>de</strong><br />
copiar a cervical do provisório. A<br />
parte cervical do provisório é a<br />
Figura 4 – Conjunto<br />
provisório/análogo em um bloco<br />
<strong>de</strong> silicona <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsação.<br />
Seleciona-se então o<br />
transferente <strong>de</strong> moldagem, que<br />
neste caso, foi um transferente <strong>de</strong><br />
moldagem para técnica <strong>de</strong> utilização<br />
responsável pela modificação do<br />
contorno gengival em boca,<br />
<strong>de</strong>vendo assim, ser copiada<br />
fielmente com material <strong>de</strong><br />
moldagem <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>, no<br />
caso, a pasta pesada <strong>de</strong> silicona <strong>de</strong><br />
con<strong>de</strong>nsação é o suficiente.<br />
Após o geleificação do<br />
material <strong>de</strong> moldagem <strong>de</strong>sparafusa-<br />
se a coroa provisória,<br />
permanecendo o análogo do<br />
implante <strong>de</strong>ntro bloco <strong>de</strong> silicona.<br />
Observa-se agora uma situação<br />
idêntica à encontrada na cavida<strong>de</strong><br />
bucal.<br />
Figura 5 – Análogo do implante<br />
<strong>de</strong>ntro do bloco <strong>de</strong> silicona após a<br />
remoção do provisório.<br />
<strong>de</strong> mol<strong>de</strong>ira fechada. É importante<br />
alertar que, uma vez removido o<br />
provisório do bloco <strong>de</strong> silicona, este<br />
<strong>de</strong>ve ser rapidamente readaptado ao<br />
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10<br />
PERSONALIZAÇÃO DE TRANSFERS DE MOLDAGEM PARA OBTENÇÃO DE ESTÉTICA GENGIVAL EM IMPLANTOLOGIA<br />
implante em boca, para evitar que o<br />
arcabouço gengival sem o suporte<br />
da coroa provisória começa a<br />
per<strong>de</strong>r seu formato após alguns<br />
minutos, por isso, este<br />
procedimento não <strong>de</strong>ve ser muito<br />
<strong>de</strong>morado.<br />
Figura 6 – Instalação do transfer <strong>de</strong><br />
moldagem para técnica <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>ira<br />
fechada.<br />
Após a acrilização remove-se o<br />
transferente personalizado do bloco <strong>de</strong><br />
silicona e retiram-se os excessos <strong>de</strong> resina<br />
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.<br />
Ao fixar o transferente <strong>de</strong><br />
moldagem observa-se um espaço<br />
entre o mesmo e a moldagem da<br />
cervical do provisório, faz-se então<br />
o preenchimento <strong>de</strong>ste espaço com<br />
resina acrílica GC (Pattern)<br />
preconizada pela técnica <strong>de</strong> Nealon.<br />
Figura 7 – Preenchimento do espaço<br />
cervical com resina acrílica GC (Pattern).<br />
acrílica. Leva-se o transferente<br />
personalizado em boca para a realização da<br />
moldagem.<br />
Figura 8 – Transfer<br />
personalizado sem excessos <strong>de</strong><br />
resina acrílica.
PERSONALIZAÇÃO DE TRANSFERS DE MOLDAGEM PARA OBTENÇÃO DE ESTÉTICA GENGIVAL EM IMPLANTOLOGIA<br />
Após a moldagem, retira-se o<br />
transferente personalizado da cavida<strong>de</strong><br />
bucal, adaptando-o em um análogo <strong>de</strong><br />
Figura 10 – Transfer<br />
personalizado<br />
instalado em análogo<br />
do implante.<br />
.<br />
implante (no caso foi utilizado um<br />
implante não aproveitado) e reposiciona-se<br />
o conjunto na moldagem.<br />
Figura 9 – Transfer<br />
personalizado<br />
posicionado sobre os<br />
implantes na cavida<strong>de</strong><br />
bucal.<br />
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12<br />
PERSONALIZAÇÃO DE TRANSFERS DE MOLDAGEM PARA OBTENÇÃO DE ESTÉTICA GENGIVAL EM IMPLANTOLOGIA<br />
Depois da obtenção do<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> trabalho com gengiva<br />
artificial, são realizados os<br />
procedimentos laboratoriais <strong>de</strong><br />
confecção da estrutura metálica e<br />
aplicação <strong>de</strong> porcelana. Após a<br />
prova das estruturas metálicas e<br />
posteriormente coroas metálo-<br />
cerâmicas, mantendo todas as<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
características gengivais adquiridas<br />
anteriormente pela mo<strong>de</strong>lação da<br />
gengiva feita pelo provisório<br />
transitório em resina composta, as<br />
peças retornaram para o laboratório<br />
protético, para acabamento e<br />
glazeamento das coroas, antes da<br />
cimentação final.<br />
Figura 11 – Conjunto<br />
transfers<br />
personalizado/análogo <strong>de</strong><br />
implante posicionados na<br />
moldagem<br />
Fig. 11 – Prova da estrutura metálica Fig. 12 – Prova da cerâmica não glazeada
PERSONALIZAÇÃO DE TRANSFERS DE MOLDAGEM PARA OBTENÇÃO DE ESTÉTICA GENGIVAL EM IMPLANTOLOGIA<br />
Figura 14 – Vista<br />
aproximada do<br />
trabalho concluído.<br />
Figura 13 –<br />
Cimentação das<br />
coroas metalocerâmicas<br />
glazeadas.<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
13
14<br />
PERSONALIZAÇÃO DE TRANSFERS DE MOLDAGEM PARA OBTENÇÃO DE ESTÉTICA GENGIVAL EM IMPLANTOLOGIA<br />
1. Devido à aceitação cada vez maior da reabilitação bucal com<br />
implantes osseointegrados e o avanço das técnicas <strong>de</strong><br />
implantodontia, a exigência estética dos pacientes principalmente<br />
em regiões anteriores também aumentou, exigindo ainda mais dos<br />
profissionais. Assim, torna-se fundamental para protesistas e<br />
implantodontistas a constante atualização para proporcionar aos<br />
pacientes uma reabilitação protética que supra as expectativas dos<br />
pacientes.<br />
2. O conhecimento das técnicas <strong>de</strong> manipulação <strong>de</strong> tecidos<br />
adjacentes aos implantes por compressão <strong>de</strong> provisórios em resina<br />
é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância, aprimorando a estética final da<br />
restauração protética. Consegue-se melhores resultados com a<br />
moldagem <strong>de</strong> transfers <strong>de</strong> moldagem personalizados, copiando<br />
assim o arcabouço gengival obtido com a manipulação das papilas<br />
gengivais, facilitando a obtenção <strong>de</strong> uma coroa estética final sem<br />
compressão <strong>de</strong>masiada e conseqüentemente isquemia dos tecidos<br />
adjacentes.<br />
The single-tooth reabilitation with <strong>de</strong>ntal implantations recently became an option<br />
of treatment very used, mainly in the previous region, where the esthetic one<br />
obtained with the conventional fixed prostheses many times does not reach a<br />
satisfactory result. The molding transfer’s personalization technique told in this<br />
article makes possible the attainment of a work cast with faithful gengival<br />
architecture to the buccal conditions, facilitating the confection of an artificial<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
restoration that seems natural.
PERSONALIZAÇÃO DE TRANSFERS DE MOLDAGEM PARA OBTENÇÃO DE ESTÉTICA GENGIVAL EM IMPLANTOLOGIA<br />
Dental implants – gingival esthetic<br />
1. Saadoum AP. et al., Selection an i<strong>de</strong>al tridimensional implant<br />
position for soft tissue aesthetics. Pract Periodont Aesthet Dent,<br />
1999; 11(9): 1063-1072.<br />
2. Tarnow DP., Consi<strong>de</strong>rations for single-unit esthetic implant<br />
restoration. Compend Contin Educ Dent, 1995; 16(2): 778-785.<br />
3. Jansen CE, Weisgold A. Presurgical treatment planning for the<br />
anterior single-tooth implant restoration. Compend Contin Educ<br />
Dent, 1995; 16(2): 746-762.<br />
4. Gomez RG. Influence of flap <strong>de</strong>sign on peri-implant interproximal<br />
crestal bone loss around single-tooth implants. Int J Maxillofac<br />
Implants, 2001; 16: 61-67.<br />
5. Rosa JCM. Crescimento progressivo <strong>de</strong> papilas com próteses<br />
provisórias sobre implantes. <strong>Revista</strong> catarinense <strong>de</strong><br />
implantodontia, 2001; 3: 50-52.<br />
6. Grun<strong>de</strong>r U. Stability of the mucosal topography aroud single-tooth<br />
imlants and adjacent teeth: 1 year results. Int J Periodont Rest Dent,<br />
2000; 20: 11-17.<br />
7. Jemt T. Regeneration of gingival papillae after single-implant<br />
treatment. Int J Periodont Rest Dent, 1997; 17(4): 327-333.<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
15
16<br />
FRATURA EM DENTE COM REABSORÇÃO<br />
RADICULAR EXTERNA DURANTE TERAPIA<br />
ORTODÕNTICA FIXA – AVALIAÇÃO 10 ANOS APÓS<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
*Eduardo Cesar Werneck<br />
**Fernanda Oliveira e Silva<br />
**Marcio Gracia da Silva<br />
**Ronaldo Bastos<br />
***Adriano Marotta Araujo<br />
As reabsorções radiculares acontecem sempre em <strong>de</strong>ntes movimentados<br />
ortodonticamente, criando regiões <strong>de</strong> fragilida<strong>de</strong> em posições radiculares, que<br />
po<strong>de</strong>m fraturar em conseqüência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. O caso relatado <strong>de</strong> um paciente<br />
adulto tratado ortodonticamente com quatro exodontias, on<strong>de</strong> ocorreu fratura<br />
radicular do elemento 11, exibe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conduta, com remoção das<br />
forças e, acompanhamento radiográfico por 10 anos do <strong>de</strong>nte em questão.<br />
Reabsorção radicular – fratura radicular - orthodontia em adultos<br />
*Prof. Coor<strong>de</strong>nador do Curso <strong>de</strong> Especialização em Ortodontia do IEPC<br />
**Especialista em Ortodontia, Professores nos Cursos <strong>de</strong> Ortodontia do IEPC<br />
***Prof. Dr. UNESP – São José dos Campos
FRATURA EM DENTE COM REABSORÇÃO RADICULAR EXTERNA DURANTE TERAPIA ORTODÕNTICA FIXA – AVALIAÇÃO 10 ANOS APÓS<br />
Alguns ortodontistas, às vezes,<br />
enfrentam no curso do tratamento<br />
ortodôntico injúrias traumáticas dos<br />
<strong>de</strong>ntes anteriores <strong>de</strong> seus pacientes,<br />
notadamente as fraturas <strong>de</strong> elementos<br />
<strong>de</strong>ntais 1 .<br />
Estes aci<strong>de</strong>ntes prováveis<br />
acontecem em àreas <strong>de</strong> hialinização<br />
freqüentemente observadas em<br />
regiões vestíbulo-cervicais e línguo-<br />
apicais, correspon<strong>de</strong>ntes às áreas <strong>de</strong><br />
pressão do ligamento periodontal 2 ,<br />
propiciando lacunas por reabsorção<br />
radicular, <strong>de</strong>vido ao aumento no<br />
número <strong>de</strong> células <strong>de</strong> reabsorção em<br />
conseqüência à força aplicada, com<br />
estas células encontradas<br />
principalmente nas superfícies <strong>de</strong><br />
cemento nas áreas <strong>de</strong> pressão 3 .<br />
Estas lacunas po<strong>de</strong>riam ser<br />
<strong>de</strong>tectadas em estágios precoces <strong>de</strong><br />
seu <strong>de</strong>senvolvimento 4 , através <strong>de</strong><br />
estudos histológicos, <strong>de</strong> forma mais<br />
precisa, sendo contudo, mais<br />
apropriado clinicamente o recurso<br />
das radiografias periapicais 5 .<br />
Os fatores <strong>de</strong> risco para as<br />
reabsorções radiculares estariam<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
movimento radicular, do<br />
comprimento e largura <strong>de</strong> raiz,<br />
formato anormal radicular, uso <strong>de</strong><br />
elásticos <strong>de</strong> classe II, e ainda, <strong>de</strong><br />
fatores individuais 6 , porém, pouco<br />
relacionadas, à maloclusão inicial,<br />
tempo <strong>de</strong> tratamento, uso <strong>de</strong> arcos<br />
retangulares, e <strong>de</strong>ntes<br />
endodonticamente tratados 7 .<br />
No entanto alguns movimentos<br />
realizados ortodonticamente<br />
predispõe a esta situação, tais como,<br />
os <strong>de</strong> intrusão, e o torque vestibular<br />
<strong>de</strong> coroa 8 .<br />
Esta atenção é importante pois<br />
o tratamento ortodôntico <strong>de</strong>termina<br />
um grau mo<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> reabsorção<br />
radicular apical 9 , principalmente em<br />
incisivos superiores 10 , sendo<br />
particularmente os centrais os <strong>de</strong>ntes<br />
mais implicados in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da<br />
técnica empregada 10 .<br />
As reabsorções radiculares<br />
cessam ao final do tratamento ativo<br />
fixo, não exibindo alterações<br />
significantes na presença <strong>de</strong><br />
aparelhos <strong>de</strong> contenção, exceto<br />
remo<strong>de</strong>lação das superfícies mais<br />
irregulares das porções radiculares 11 .<br />
A intervenção em pacientes<br />
com <strong>de</strong>ntes que apresentem fraturas<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
17
18<br />
FRATURA EM DENTE COM REABSORÇÃO RADICULAR EXTERNA DURANTE TERAPIA ORTODÕNTICA FIXA – AVALIAÇÃO 10 ANOS APÓS<br />
radiculares se fundamenta mais sobre<br />
uma experiência empírica clínica 12 ,<br />
com a possibilida<strong>de</strong> do fragmento<br />
apical retornar a posição original<br />
sendo possível 13,14,15, , razão <strong>de</strong><br />
Paciente Leuco<strong>de</strong>rma, do<br />
gênero masculino, 18 anos<br />
compareceu em nossa clínica para<br />
tratamento ortodôntico convencional.<br />
O paciente foi avaliado, e após<br />
a realização dos exames<br />
Figura 1 – Visão lateral <strong>de</strong> paciente<br />
adulto com maloclusão <strong>de</strong> classe II.<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
apresentamos uma alternativa <strong>de</strong><br />
procedimento para fratura radicular<br />
associada à reabsorção radicular <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>nte ântero-superior.<br />
complementares, constatou-se a<br />
presença <strong>de</strong> sobremordida (figura 1),<br />
maloclusão <strong>de</strong> classe II (figuras 2 e 3),<br />
acompanhada <strong>de</strong> discrepância <strong>de</strong><br />
mo<strong>de</strong>los inferior severa (figura 4).<br />
Figura 1 – Visão frontal <strong>de</strong> paciente<br />
adulto apresentando mordida profunda
FRATURA EM DENTE COM REABSORÇÃO RADICULAR EXTERNA DURANTE TERAPIA ORTODÕNTICA FIXA – AVALIAÇÃO 10 ANOS APÓS<br />
O paciente apresentava condições <strong>de</strong><br />
aparente normalida<strong>de</strong> óssea e radicular<br />
Figura 4 – Visão oclusal <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo<br />
inferior com acentuado apinhamento.<br />
<strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>ntes, ao exame da<br />
radiografia panorâmica (figura 5).<br />
Figura 5 – Radiografia panorâmica evi<strong>de</strong>nciando<br />
normalida<strong>de</strong> óssea, bem como das raízes a<br />
serem movimentados ortodonticamente..<br />
Em virtu<strong>de</strong> do diagnóstico<br />
realizado, associado à queixa principal<br />
do paciente que se revestia no<br />
apinhamento inferior, iniciamos o<br />
tratamento ortodôntico fixo, com quatro<br />
exodontias realizadas ao início do<br />
mesmo, utilizando bráquetes da técnica<br />
edgewise <strong>de</strong> ―slot‖ .022‖ x .028‖<br />
(figuras 6, 7 e 8), com ancoragem intra-<br />
bucal (barra palatina), e mecânica para<br />
tratamento da mordida profunda com<br />
implementação do arco .017‖ x .025‖ <strong>de</strong><br />
nitinol com curva <strong>de</strong> Spee.<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
19
20<br />
FRATURA EM DENTE COM REABSORÇÃO RADICULAR EXTERNA DURANTE TERAPIA ORTODÕNTICA FIXA – AVALIAÇÃO 10 ANOS APÓS<br />
Figura 7 – Visão lateral, na qual observamos o<br />
fio retangular <strong>de</strong> aço inserido na arcada<br />
superior, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preparar o torque<br />
dos <strong>de</strong>ntes anteriores.<br />
Figura 6 – Visão frontal <strong>de</strong> paciente adulto<br />
tratado anteriormente com Ortodontia fixa.<br />
Em <strong>de</strong>terminado momento da<br />
fase <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong>ste arco, o paciente<br />
relatou forte sintomatologia dolorosa no<br />
<strong>de</strong>nte 11, ocasião em que realizamos a<br />
radiografia periapical, e nela se<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
Figura 8 – Visão lateral po<strong>de</strong>ndo ser<br />
evi<strong>de</strong>nciado o tratamento realizado pela<br />
técnica edgewise<br />
constatou a reabsorção radicular dos<br />
<strong>de</strong>ntes anteriores superiores, sendo que<br />
no elemento 11 um sinal <strong>de</strong> fratura no<br />
terço apical (figura 9).<br />
Figura 9 –<br />
Radiografia<br />
periapical da<br />
região <strong>de</strong><br />
incisivos,<br />
po<strong>de</strong>ndo ser<br />
observado o<br />
traço <strong>de</strong> fratura<br />
no terço apical<br />
do elemento<br />
<strong>de</strong>ntal 11.
FRATURA EM DENTE COM REABSORÇÃO RADICULAR EXTERNA DURANTE TERAPIA ORTODÕNTICA FIXA – AVALIAÇÃO 10 ANOS APÓS<br />
Durante a anamnese, o próprio<br />
paciente relatou mastigação<br />
intempestiva com alimento sólido como<br />
causa do aci<strong>de</strong>nte.<br />
Imediatamente constatado o<br />
problema removemos as forças<br />
ortodônticas, retirando o arco retangular<br />
superior para reavaliação do caso, com<br />
paralisação do tratamento ortodôntico.<br />
Posteriormente em acordo com o<br />
paciente, reiniciamos a mecânica<br />
Figura 11 – Em visão lateral se constata a<br />
forma <strong>de</strong> fechamento <strong>de</strong> espaços escolhida<br />
para este caso, e consistiu na perda <strong>de</strong><br />
ancoragem posterior.<br />
Continuamos a realizar <strong>de</strong> forma<br />
periódica as radiografias <strong>de</strong><br />
acompanhamento, ocasião em que o<br />
paciente não relatou mais nenhuma<br />
ortodôntica com o intuito <strong>de</strong> fecharmos<br />
os espaços das exodontias, trabalhando<br />
<strong>de</strong> forma a não estabelecermos forças na<br />
região anterior, sendo para isto inseridos<br />
fios seccionados <strong>de</strong> canino até a região<br />
<strong>de</strong> segundos molares superiores<br />
retangulares .017‖ x .025‖ <strong>de</strong> aço,<br />
conduzindo o caso para perda <strong>de</strong><br />
ancoragem posterior, e para esta<br />
finalida<strong>de</strong> removida a barra palatina<br />
(figuras 10, 11, 12).<br />
Figura 10 – Em visão frontal observamos o<br />
tratamento ortodôntico, no momento em que foi<br />
reiniciado, sendo removido os bráquetes dos<br />
incisivos, notadamente o do elemento <strong>de</strong>ntal 11.<br />
Figura 12 – Em visão lateral, também observamos,<br />
que em todo momento do tratamento neste<br />
período, os incisivos centrais superiores não<br />
sofreram ação <strong>de</strong> forças ortodônticas.<br />
referência <strong>de</strong> sintomatologia dolorosa, e<br />
nem mesmo sinais <strong>de</strong> quaisquer<br />
alterações em nível pulpar do elemento<br />
<strong>de</strong>ntal 11 (figuras 13 e 14).<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
21
22<br />
FRATURA EM DENTE COM REABSORÇÃO RADICULAR EXTERNA DURANTE TERAPIA ORTODÕNTICA FIXA – AVALIAÇÃO 10 ANOS APÓS<br />
Neste momento torna-se<br />
bastante perceptível a sensível melhora<br />
do aspecto radicular do elemento <strong>de</strong>ntal<br />
11, com o traço <strong>de</strong> fratura aos poucos<br />
<strong>de</strong>saparecendo, sem nenhum tratamento<br />
específico para isto, a não ser a total<br />
remoção das forças ortodônticas.<br />
O acompanhamento do caso<br />
tratado exibe que infelizmente pela<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
Figura 13 –<br />
Radiografia<br />
periapical do<br />
elemento<br />
<strong>de</strong>ntal 11 em<br />
22/03/95,<br />
quando do<br />
reinício da<br />
mecânica<br />
ortodôntica.<br />
Figura 14 –<br />
Radiografia<br />
periapical do<br />
elemento<br />
<strong>de</strong>ntal 11 em<br />
23/10/96, ao<br />
final da<br />
mecânica<br />
ortodôntica.<br />
gravida<strong>de</strong> da questão tivemos que<br />
abdicar do tratamento da sobremordida<br />
durante o fechamento dos espaços das<br />
exodontias, isto contudo, não promoveu<br />
nenhum tipo grave <strong>de</strong> seqüela, quer seja<br />
<strong>de</strong> natureza funcional, ou mesmo, <strong>de</strong><br />
natureza pulpar ou periodontal do<br />
elemento <strong>de</strong>ntal 11 (figuras 15 e 16).
FRATURA EM DENTE COM REABSORÇÃO RADICULAR EXTERNA DURANTE TERAPIA ORTODÕNTICA FIXA – AVALIAÇÃO 10 ANOS APÓS<br />
Figura 15 –<br />
Visão frontal, 10 anos após o final do<br />
tratamento ortodôntico.<br />
O paciente apresentou após<br />
iniciado o tratamento ortodôntico fixo,<br />
uma esperada reabsorção radicular nos<br />
<strong>de</strong>ntes ântero-superiores no terço apical<br />
inferior conforme o verificado<br />
radiograficamente 9 .<br />
Isto ocorreu, por conta <strong>de</strong> uma<br />
série <strong>de</strong> fatores, que po<strong>de</strong>ríamos<br />
enumerar, tais como, o movimento<br />
Figura 16 –<br />
Radiografia<br />
periapical do<br />
elemento <strong>de</strong>ntal<br />
11 em<br />
20/11/2006,<br />
portanto, 10 anos<br />
após, o final do<br />
tratamento<br />
ortodôntico.<br />
produzido nos <strong>de</strong>ntes ântero-superiores<br />
(intrusão e torque vestibular incisal<br />
superior), níveis <strong>de</strong> forças<br />
implementadas, e certamente por fatores<br />
<strong>de</strong> natureza individual 2-3-4,6 .<br />
O acompanhamento através da<br />
radiografia periapical 4,10 , senão o<br />
melhor, permitiu ao menos, a alteração<br />
do plano <strong>de</strong> tratamento em tempo hábil,<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
23
24<br />
FRATURA EM DENTE COM REABSORÇÃO RADICULAR EXTERNA DURANTE TERAPIA ORTODÕNTICA FIXA – AVALIAÇÃO 10 ANOS APÓS<br />
com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> não submeter estes<br />
<strong>de</strong>ntes anteriores a um padrão <strong>de</strong><br />
reabsorção radicular ainda mais grave,<br />
caso tivéssemos realizado a retração<br />
anterior nos mol<strong>de</strong>s da técnica edgewise<br />
1,5,7-8,10 .<br />
A alteração no plano <strong>de</strong><br />
tratamento não tratou evi<strong>de</strong>ntemente<br />
todas as questões diagnosticadas,<br />
contudo permitiu, neste caso com<br />
fratura <strong>de</strong> terço apical que compromete<br />
o prognóstico 12-13-14-15 , a manutenção <strong>de</strong><br />
1. Na constatação <strong>de</strong> reabsorção<br />
radicular, <strong>de</strong> qualquer nível, a<br />
remoção imediata <strong>de</strong> todas as<br />
forças ortodônticas é necessária<br />
e eficaz.<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
todos os elementos <strong>de</strong>ntais com<br />
vitalida<strong>de</strong> pulpar, aspecto clínico<br />
aceitável, e até na atualida<strong>de</strong> condições<br />
satisfatórias <strong>de</strong> oclusão, com ausência<br />
<strong>de</strong> sintomas <strong>de</strong> disfunção têmporo-<br />
mandibular.<br />
Ao contrário, 10 anos após o<br />
problema constatado, observa-se<br />
radiograficamente um arredondamento<br />
das superfícies apicais 11 , e completo<br />
<strong>de</strong>saparecimento do traço <strong>de</strong> fratura<br />
<strong>de</strong>ntal em nível apical radicular.<br />
2. A reparação radicular dos <strong>de</strong>ntes<br />
com fratura radicular po<strong>de</strong><br />
acontecer, nos casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />
vitais e hígidos sem<br />
comprometimento periodontal.<br />
The root resorptions always hapens in tooth movemented orthodontically,<br />
growing regions of fragility in root positions, them it can to fracture result of<br />
acci<strong>de</strong>nts. The case related of adult pacient orthodontically treated with four<br />
extractions, where happened root frature of the teeth 11, shows the possibility of<br />
the way, with remotion of the forces, and radiographic observation for 10 years of<br />
the teeth 11.
FRATURA EM DENTE COM REABSORÇÃO RADICULAR EXTERNA DURANTE TERAPIA ORTODÕNTICA FIXA – AVALIAÇÃO 10 ANOS APÓS<br />
Root resorprtion – root fracture – orthodontic in adults<br />
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Human Premolars Shown by Tartrate-Resistant Acid Phosphatase<br />
Histochemistry and Transmission Electron Microscopy. Angle Orthod.<br />
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4. Ärtun J, Smale I, Behbehani F, Doppel D, Van Hof M, Kuijpers-Jagtman.<br />
Apical Root Resorption Six and 12 Months After Initiation of Fixed Orthodontic<br />
Appliance Therapy. Angle Orthod, 2005;75(6):919-26.<br />
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accurately judged by means of radiographs? A case report with histology. Am. J.<br />
Orthod. Dentofac. Orthop. 2005;1228(1):106-9.<br />
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Periodontal Ligament hydrostatic pressure with areas of root resorption after<br />
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<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
25
26<br />
FRATURA EM DENTE COM REABSORÇÃO RADICULAR EXTERNA DURANTE TERAPIA ORTODÕNTICA FIXA – AVALIAÇÃO 10 ANOS APÓS<br />
10. Krishnana V, Davidovitchb Z. Cellular, molecular, and tissue-level reactions to<br />
orthodontic force. Am. J. Orthod. Dentofac. Orthop. 2006; 129(4):469. e 1-469 e<br />
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11. Remington DN, Joon<strong>de</strong>lph DR, Ärtun J, Rie<strong>de</strong>l RA, Chapko MK. Long-term<br />
evaluation of root resorption occurring during orthodontic treatment. Am. J.<br />
Orthod. Dentofac, Orthop. 1989; 96(1):43-6.<br />
12. Chalshu S, Shapira J, Heling I, Becker A. Emergency orthodontic treatment after<br />
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Orthop. 2004; 126(2):162-72.<br />
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15. Werneck EC. Os Problemas. In: Ortodontia – uma técnica ao alcance <strong>de</strong> todos.<br />
Editora IEPC; 2004. p.599-609.<br />
En<strong>de</strong>reço para correspondência:<br />
Eduardo César Werneck<br />
Av. Nesralla Rubez, 1324<br />
12710-070 – 070 – <strong>Cruzeiro</strong> – SP<br />
(12) 3144-4255<br />
drwerneck@uol.com.br<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008
*Leandro Marques <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong><br />
**Alexandre Oliveira Gonçalves<br />
***Beatriz Julião Vieira<br />
****Paulo Roberto Orzechowski<br />
*****Rogério <strong>de</strong> Lima Romeiro<br />
O propósito <strong>de</strong>ste trabalho foi avaliar, por meio <strong>de</strong> histomorfologia, quantitativa e qualitativamente<br />
os enxertos autógenos e homógenos realizados em maxilares atróficos cuja reabilitação oral visava<br />
à instalação <strong>de</strong> implantes <strong>de</strong>ntários. Para o experimento, foram selecionados 05 pacientes que<br />
apresentavam maxilares atróficos para instalação <strong>de</strong> implantes. Dessa forma, todos foram<br />
submetidos a procedimentos <strong>de</strong> enxertia óssea autógena e homógena, com exceção do paciente 2,<br />
que recebeu somente enxerto homógeno bilateral. Após o tempo <strong>de</strong> maturação dos tecidos<br />
enxertados (6 a 14 meses), foram colhidas amostras dos enxertos e estas foram preparadas pelas<br />
técnicas histológicas rotineiras para coloração com hematoxilina-eosina. Os resultados indicaram<br />
ativida<strong>de</strong>s osteogênicas em todas as amostras, com presença <strong>de</strong> células osteoprogenitoras em<br />
diferenciação e formação <strong>de</strong> camada osteoblástica, embora em estágios distintos <strong>de</strong> maturação<br />
tecidual. Entretanto, quando se comparou os potenciais osteogênicos <strong>de</strong> cada amostra e se traçou<br />
um paralelo entre o tempo <strong>de</strong> maturação óssea <strong>de</strong> cada enxerto e em cada paciente, observou-se<br />
que, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do tipo <strong>de</strong> enxerto realizado e do tempo <strong>de</strong> maturação óssea, cada paciente<br />
apresentou potencial osteogênico semelhante para ambos os enxertos. Concluiu-se, ao término do<br />
trabalho, que a utilização <strong>de</strong> osso homógeno foi eficaz, induzindo mais rapidamente à remo<strong>de</strong>lação<br />
óssea quando comparados com os enxertos autógenos. Somado a isso, o estágio <strong>de</strong> remo<strong>de</strong>lação<br />
óssea esteve mais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da resposta orgânica individual <strong>de</strong> cada paciente do que<br />
propriamente do material utilizado na enxertia óssea.<br />
______________________________________________________________________<br />
* Especialista em Implantodontia - ABO Juiz <strong>de</strong> Fora/MG<br />
Doutor em Odontologia - Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ribeirão Preto (UNAERP)<br />
** Vice-coor<strong>de</strong>nador do curso <strong>de</strong> Especialização em Implantodontia da ABO Juiz <strong>de</strong> Fora/MG<br />
Mestre em Implantodontia pela UNISA<br />
*** Professora do Departamento <strong>de</strong> Histologia da UFJF<br />
Doutora em Patologia pela UFF<br />
**** Especialista em Cirurgia Buco-Maxilo-Facial – Universida<strong>de</strong> Metodista/SP<br />
Especialista em Implantodontia – Uningá/PR<br />
***** Doutor em Implantodontia - SLMandic<br />
Coor<strong>de</strong>nador do Curso <strong>de</strong> Especialização em Implantodontia da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Uberaba – UNIUBE<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
27
28<br />
AVALIAÇÃO HISTOMORFOLÓGICA DE MAXILARES HUMANOS SUBMETIDOS A ENXERTO ÓSSEO AUTÓGENO E HOMÓGENO<br />
As atrofias ósseas nos maxilares<br />
normalmente são ocasionadas por<br />
infecções, traumas, ressecções tumorais<br />
e/ou por anomalias <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento 15 . Tais lesões, além <strong>de</strong><br />
não se repararem espontaneamente, são<br />
potencializadas pela ausência <strong>de</strong><br />
estímulos, prejudicando a forma e<br />
função do esqueleto facial 14 .<br />
Em busca <strong>de</strong> uma reabilitação<br />
<strong>de</strong> excelência, a implantodontia trouxe<br />
consigo a necessida<strong>de</strong> da utilização <strong>de</strong><br />
técnicas <strong>de</strong> aumento dos rebordos ósseos<br />
maxilares através <strong>de</strong> procedimentos para<br />
sua expansão e/ou enxertos ósseos 2;18;20 .<br />
Os enxertos, quanto à sua<br />
origem, po<strong>de</strong>m ser autógenos, quando<br />
obtidos do mesmo indivíduo, sendo este<br />
receptor e doador; isógenos, quando<br />
obtidos <strong>de</strong> outro indivíduo com mesma<br />
carga genética; homógenos, quando<br />
obtidos <strong>de</strong> indivíduos diferentes com<br />
carga genética diferente, porém da<br />
mesma espécie e os heterógenos, que são<br />
obtidos <strong>de</strong> outras espécies.<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
Transplante ósseo – remo<strong>de</strong>lação óssea – implantes<br />
Sob o ponto <strong>de</strong> vista da<br />
aceitação biológica, em função da<br />
superior compatibilida<strong>de</strong> tecidual, o<br />
melhor material <strong>de</strong> enxerto é o<br />
autógeno 1;8;11;15 . Para tal, contudo, existe<br />
a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ato cirúrgico adicional<br />
para remoção do material, criando uma<br />
ferida cirúrgica cujo pós-operatório po<strong>de</strong><br />
ser mais <strong>de</strong>sconfortável ao paciente do<br />
que a intervenção cirúrgica para<br />
correção da <strong>de</strong>formida<strong>de</strong> 13 14 .<br />
A utilização <strong>de</strong> osso homógeno<br />
tem-se mostrado eficaz em inúmeras<br />
situações cuja enxertia para a reparação<br />
óssea é consi<strong>de</strong>rada extensa,<br />
principalmente na ortopedia e na<br />
implantodontia 2;5;10;14;16 . Os protocolos<br />
<strong>de</strong> retirada, conservação, esterilização e<br />
utilização <strong>de</strong>sses materiais já estão<br />
estabelecidos em muitos serviços<br />
especializados, como nos bancos <strong>de</strong><br />
tecidos músculoesqueléticos, e com<br />
resultados satisfatórios que justificam<br />
sua utilização 1;16; .
AVALIAÇÃO HISTOMORFOLÓGICA DE MAXILARES HUMANOS SUBMETIDOS A ENXERTO ÓSSEO AUTÓGENO E HOMÓGENO<br />
O propósito <strong>de</strong>ste trabalho foi<br />
avaliar, por meio <strong>de</strong> histomorfologia,<br />
quantitativa e qualitativamente os<br />
enxertos autógenos e homógenos<br />
De acordo com a aprovação (n°<br />
003/08) do comitê <strong>de</strong> ética em pesquisa<br />
da faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ciências médicas e da<br />
saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> juiz <strong>de</strong> fora (suprema), foram<br />
selecionados na escola <strong>de</strong><br />
aperfeiçoamento profissional da<br />
associação brasileira <strong>de</strong> odontologia<br />
pacientes com higiene oral<br />
satisfatória;<br />
condição sistêmica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />
incluindo a ausência <strong>de</strong><br />
quaisquer doenças que<br />
pu<strong>de</strong>ssem contra-indicar uma<br />
abordagem cirúrgica sob<br />
anestesia local e/ou geral.<br />
pacientes com e<strong>de</strong>ntulismo total<br />
ou parcial nos maxilares<br />
superior e inferior, que<br />
realizados em maxilares atróficos cuja<br />
reabilitação oral elencava a instalação <strong>de</strong><br />
implantes <strong>de</strong>ntários.<br />
(regional juiz <strong>de</strong> fora), 05 pacientes com<br />
ida<strong>de</strong> variando entre 30 e 45 anos, <strong>de</strong><br />
ambos os sexos, sem distinção <strong>de</strong> raça e<br />
apresentando estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quado<br />
ao experimento, seguindo alguns<br />
critérios <strong>de</strong> inclusão e exclusão.<br />
necessitavam <strong>de</strong> enxertos ósseos<br />
bilateral para posterior<br />
instalação <strong>de</strong> implantes<br />
<strong>de</strong>ntários para a reabilitação<br />
oral;<br />
pacientes que tinham entendido<br />
o propósito da pesquisa e tinham<br />
assinado o termo <strong>de</strong><br />
consentimento livre e<br />
esclarecido.<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
29
30<br />
AVALIAÇÃO HISTOMORFOLÓGICA DE MAXILARES HUMANOS SUBMETIDOS A ENXERTO ÓSSEO AUTÓGENO E HOMÓGENO<br />
<strong>de</strong>sistência, abandono ou falta<br />
<strong>de</strong> colaboração por parte do<br />
paciente;<br />
ocorrência <strong>de</strong> algum estado <strong>de</strong><br />
enfermida<strong>de</strong> do paciente que<br />
impeça a continuida<strong>de</strong> da<br />
pesquisa;<br />
pacientes grávidas;<br />
pacientes com alguma<br />
enfermida<strong>de</strong> nos maxilares<br />
Foi utilizado osso homólogo<br />
proveniente do Banco <strong>de</strong> Ossos da<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Marília / São Paulo<br />
(UNIOSS).<br />
Posteriormente à seleção dos<br />
pacientes <strong>de</strong> acordo com os critérios <strong>de</strong><br />
inclusão e exclusão, foi realizada uma<br />
anamnese geral e específica. Mo<strong>de</strong>los<br />
em gesso especial das arcadas superior e<br />
inferior, radiografias panorâmicas e<br />
periapicais das regiões receptoras e<br />
Inicialmente foi realizada uma<br />
antissepsia extra-oral com PVPI ou<br />
clorexidina 4% e uma antissepsia intra-<br />
oral com clorexidina 0,12%.<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
superior ou inferior que impeça<br />
a realização da cirurgia;<br />
diabetes <strong>de</strong>sconpensada;<br />
doença periodontal não<br />
controlada;<br />
história <strong>de</strong> irradiação na cabeça<br />
e/ou pescoço;<br />
quimioterapia;<br />
fumantes;<br />
história <strong>de</strong> abuso <strong>de</strong> drogas.<br />
doadoras dos enxertos ósseos foram<br />
exigidas, assim como a Tomografia<br />
Computadorizada da região doadora dos<br />
enxertos ósseos. Exames<br />
complementares <strong>de</strong> sangue,<br />
cardiológico (risco cirúrgico) e, quando<br />
a abordagem cirúrgica incluía o<br />
assoalho <strong>de</strong> seio maxilar, uma avaliação<br />
do otorrinolaringologista era solicitada,<br />
além da tomografia computadorizada da<br />
maxila.<br />
Os pacientes foram operados sob<br />
anestesia local e sedação. Inicialmente<br />
foi realizada a abertura <strong>de</strong> um retalho<br />
mucoperiósteo na região receptora do<br />
enxerto ósseo autógeno e preparo <strong>de</strong>sse
AVALIAÇÃO HISTOMORFOLÓGICA DE MAXILARES HUMANOS SUBMETIDOS A ENXERTO ÓSSEO AUTÓGENO E HOMÓGENO<br />
leito receptor (Figura 1). Em seguida,<br />
abertura <strong>de</strong> um retalho mucoperiósteo<br />
na região doadora do enxerto ósseo<br />
autógeno (ramo mandibular), remoção<br />
do enxerto através <strong>de</strong> osteotomias e<br />
fechamento da região doadora com<br />
.<br />
suturas interrompidas simples, em<br />
seguida, foi realizada a adaptação do<br />
enxerto ósseo autógeno na região<br />
receptora através <strong>de</strong> parafusos (Figura<br />
2), seguida <strong>de</strong> suturas interrompidas<br />
simples e colchoeiro horizontal<br />
Figura 1 Figura 2<br />
Posteriormente, abertura <strong>de</strong> um<br />
retalho mucoperiósteo na região<br />
receptora do enxerto ósseo homólogo<br />
com o preparo do leito receptor <strong>de</strong>sse<br />
enxerto, adaptação do enxerto ósseo<br />
homólogo na região receptora através<br />
<strong>de</strong> parafusos e suturas interrompidas<br />
simples e colchoeiro horizontal.<br />
Todos os pacientes foram<br />
medicados com 2g <strong>de</strong> Amoxicilina 1<br />
hora antes da cirurgia, continuando com<br />
500 mg <strong>de</strong> 8/8 horas, por sete dias após<br />
a cirurgia, nos casos <strong>de</strong> enxertos <strong>de</strong><br />
blocos ósseos; ou 1.750 mg <strong>de</strong><br />
Amoxicilina + Clavulanato <strong>de</strong> Potássio,<br />
1 hora antes da cirurgia, continuando<br />
com 875 mg <strong>de</strong> 12/12 horas, por sete<br />
dias após a cirurgia, nos casos <strong>de</strong><br />
levantamento do assoalho do seio<br />
maxilar, além <strong>de</strong> aplicação nasal <strong>de</strong><br />
Rinossoro, 3 vezes ao dia, por 30 dias, a<br />
contar <strong>de</strong> 10 dias antes da cirurgia; 4 mg<br />
<strong>de</strong> Betametasona, 2 horas antes da<br />
cirurgia; 10 mg <strong>de</strong> Diazepam, 1 hora<br />
antes da cirurgia e 600 mg <strong>de</strong><br />
Ibuprofeno <strong>de</strong> 12/12 horas durante 4<br />
dias.<br />
Foram realizadas radiografias<br />
panorâmicas(figura 3), radiografias<br />
periapicais e tomografias<br />
computadorizadas (Figura 4) das<br />
regiões receptoras dos enxertos ósseos.<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
31
32<br />
AVALIAÇÃO HISTOMORFOLÓGICA DE MAXILARES HUMANOS SUBMETIDOS A ENXERTO ÓSSEO AUTÓGENO E HOMÓGENO<br />
enxertia.<br />
As análises histológicas foram feitas entre 6 e 14 meses após a cirurgia <strong>de</strong><br />
Figura 3<br />
Após obtenção das amostras <strong>de</strong><br />
tecido ósseo por meio <strong>de</strong> uma broca<br />
trefina <strong>de</strong> 2,1 mm <strong>de</strong> diâmetro externo,<br />
as mesmas foram fixadas em formol<br />
neutro a 10% durante 24 horas e, na<br />
seqüência, lavadas em água corrente por<br />
mais 24 horas anteriormente a<br />
<strong>de</strong>scalcificação em EDTA a 18%.<br />
Figura 4<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
Após a <strong>de</strong>scalcificação, as peças<br />
foram <strong>de</strong>sidratadas, clarificadas e<br />
incluídas em parafina. Em seguida,<br />
foram realizados cortes semi-seriados<br />
com espessura <strong>de</strong> 3 µm no sentido<br />
longitudinal da peça e as lâminas foram<br />
preparadas pelas técnicas histológicas
AVALIAÇÃO HISTOMORFOLÓGICA DE MAXILARES HUMANOS SUBMETIDOS A ENXERTO ÓSSEO AUTÓGENO E HOMÓGENO<br />
rotineiras para coloração com hematoxilina-eosina.<br />
A avaliação histomorfológica foi<br />
realizada por meio <strong>de</strong> microscópio <strong>de</strong><br />
luz binocular (Zeiss) no Laboratório <strong>de</strong><br />
Imunopatologia e Patologia<br />
Experimental, da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />
<strong>de</strong> Juiz <strong>de</strong> Fora / Minas Gerais,<br />
As figuras 5 e 6 ilustram, em<br />
microscopia <strong>de</strong> luz e coloração HE, as<br />
amostras <strong>de</strong> osso homólogo e autógeno<br />
procurando-se avaliar aspectos<br />
morfológicos do reparo ósseo da<br />
cavida<strong>de</strong>, a evolução do fechamento e a<br />
presença ou não do biomaterial, além <strong>de</strong><br />
comparar estes eventos entre os grupos<br />
experimentais.<br />
dos pacientes 1 e 3, após o período <strong>de</strong><br />
integração do enxerto.<br />
Figura 5 Figura 6<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008
34<br />
AVALIAÇÃO HISTOMORFOLÓGICA DE MAXILARES HUMANOS SUBMETIDOS A ENXERTO ÓSSEO AUTÓGENO E HOMÓGENO<br />
Os potenciais osteogênicos <strong>de</strong><br />
cada enxerto ósseo estão evi<strong>de</strong>nciados<br />
na Tabela I, como também as<br />
Potencial<br />
Osteogênico<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
características peculiares<br />
histomorfométricas que cada tecido<br />
apresentou.<br />
TABELA I. POTENCIAL OSTEOGÊNICO DO ENXERTO ÓSSEO DE ACORDO COM<br />
OS ACHADOS HISTOMORFOLÓGICOS<br />
Símbolo Características histomorfológicas do tecido<br />
Nenhum Ausência sugestiva <strong>de</strong> potencial osteogênico<br />
Pouco<br />
Bom<br />
Ótimo<br />
Excelente<br />
A Tabela II ilustra o potencial<br />
osteogênico que cada amostra<br />
apresentou, possibilitando traçar um<br />
paralelo entre os tipos <strong>de</strong> enxerto<br />
Sem ativida<strong>de</strong> osteogênica porém com tecido <strong>de</strong> granulação<br />
em amadurecimento, com sugestivo potencial osteogênico<br />
Áreas iniciais <strong>de</strong> diferenciação celular com potencial<br />
osteogênico (células com morfologia compatível com células<br />
osteoprogenitoras, bem como osteoblastos já diferenciados),<br />
síntese <strong>de</strong> matriz extracelular óssea (osteói<strong>de</strong>), ainda sem<br />
mineralização<br />
Diversas áreas <strong>de</strong> neoformação óssea (centros <strong>de</strong> ossificação<br />
primária, ainda isolados ou em contato com o material<br />
enxertado<br />
Diversas áreas <strong>de</strong> neoformação óssea (centros <strong>de</strong> ossificação<br />
primária, ainda isolados ou em contato com o material<br />
enxertado); gran<strong>de</strong> presença <strong>de</strong> tecido com potencial<br />
osteogênico – membrana conjuntiva para ossificação<br />
intramembranosa bem <strong>de</strong>senvolvida<br />
(autógeno e homógeno) com o tempo <strong>de</strong><br />
maturação <strong>de</strong>sses enxertos ósseos,<br />
individualmente entre os pacientes.
AVALIAÇÃO HISTOMORFOLÓGICA DE MAXILARES HUMANOS SUBMETIDOS A ENXERTO ÓSSEO AUTÓGENO E HOMÓGENO<br />
Tabela II. Potencial osteogênico <strong>de</strong> cada enxerto ósseo, <strong>de</strong> acordo com a Tabela I.<br />
Paciente Tipo <strong>de</strong> enxerto Tempo <strong>de</strong> maturação Potencial Osteogênico<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5<br />
Autógeno 6<br />
Homógeno 6<br />
Homólogo (LSM) 7<br />
Homógeno 7<br />
Autógeno 6<br />
Homógeno 6<br />
Autógeno (LSM) 8<br />
Homógeno (LSM) 8<br />
Autógeno 14<br />
Homógeno 14<br />
A função dos biomateriais é<br />
promover a formação <strong>de</strong> um novo<br />
tecido ósseo <strong>de</strong> características iguais às<br />
do leito receptor e, preferencialmente,<br />
<strong>de</strong> maneira rápida9. Para tanto, tais<br />
materiais utilizados em enxertos ósseos<br />
<strong>de</strong>vem apresentar características físicas<br />
<strong>de</strong> adaptação e imobilização, químicas e<br />
biológicas, como a osteoindução, a<br />
osteocondução e osteopromoção1.<br />
Dentro <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong>, o osso<br />
autógeno é consi<strong>de</strong>rado padrão ouro por<br />
reunir a maioria <strong>de</strong>ssas características<br />
necessárias1,8,10. No entanto, por<br />
questões como morbida<strong>de</strong> para a sua<br />
remoção, riscos <strong>de</strong> parestesia1, maior<br />
tempo cirúrgico21, possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
reabsorção do enxerto12, maior<br />
sangramento15, quantida<strong>de</strong> disponível<br />
reduzida2,, e ainda, a necessida<strong>de</strong> em<br />
casos extremos <strong>de</strong> leito hospitalar para<br />
se completar uma cirurgia oral, como<br />
nos casos <strong>de</strong> remoção <strong>de</strong> blocos ósseos<br />
oriundos da tíbia, do ilíaco, ou calota<br />
craniana, induzem aos receios para a<br />
sua utilização10.<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
35
36<br />
AVALIAÇÃO HISTOMORFOLÓGICA DE MAXILARES HUMANOS SUBMETIDOS A ENXERTO ÓSSEO AUTÓGENO E HOMÓGENO<br />
Portanto, na existência <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>svantagens para a utilização <strong>de</strong> osso<br />
autógeno, o osso proveniente <strong>de</strong> banco<br />
<strong>de</strong> tecidos surge como uma alternativa<br />
viável nas reconstruções ósseas maxilo-<br />
mandibulares12. O osso homógeno<br />
po<strong>de</strong> ser utilizado em algumas situações<br />
que impossibilite obter uma quantida<strong>de</strong><br />
necessária <strong>de</strong> osso autógeno, requisitado<br />
pelo leito receptor, ou quando este<br />
induz aos procedimentos com gran<strong>de</strong><br />
morbida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> exista a negativa do<br />
paciente em se submeter a um segundo<br />
sítio cirúrgico. Há também, ainda,<br />
aquelas situações <strong>de</strong> condições<br />
sistêmicas e/ou local que contra-<br />
indicam o procedimento <strong>de</strong> retirada do<br />
osso autógeno, principalmente nos<br />
casos <strong>de</strong> recorrência <strong>de</strong><br />
procedimentos11,13.<br />
Até o ano <strong>de</strong> 2002, a maioria dos<br />
Bancos <strong>de</strong> Tecido Músculo-Esquelético<br />
seguia as orientações da American<br />
Association of Tissue Banks (EUA). A<br />
partir <strong>de</strong> 20.09.2002, o Ministério da<br />
Saú<strong>de</strong> (Brasil) aprovou a portaria nº.<br />
1.686 autorizando, regulamentando e<br />
orientando o funcionamento <strong>de</strong>ssas<br />
instituições (BTME).<br />
Recentemente foi concedida ao<br />
cirurgião-<strong>de</strong>ntista brasileiro a permissão<br />
para conduzir o transplante <strong>de</strong> tecidos<br />
músculo-esqueléticos, o que representa<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
algo novo para a Odontologia<br />
nacional14.<br />
Com suas proprieda<strong>de</strong>s<br />
osteocondutoras e osteoindutoras, os<br />
enxertos homógenos servem como um<br />
arcabouço on<strong>de</strong> ocorre formação óssea<br />
após reabsorção parcial e remo<strong>de</strong>lação<br />
do material enxertado21.<br />
Mesmo com toda a<br />
previsibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sucesso e utilização<br />
dos biomateriais alógenos, alguns<br />
trabalhos apontam que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
revascularização é mais lenta e a união<br />
entre o leito receptor e o enxerto é<br />
obtida <strong>de</strong> forma não uniforme, quando<br />
comparados os enxertos homógeno aos<br />
autógenos3,15.<br />
Nesse experimento, utilizou-se<br />
osso homólogo fresco e congelado<br />
proveniente do Banco <strong>de</strong> Tecidos<br />
Músculo-esquelético da Universida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Marília (UNIOSS). Os tecidos<br />
escolhidos eram todos com dimensões<br />
aproximadas <strong>de</strong> 20 mm <strong>de</strong><br />
comprimento, 10 mm <strong>de</strong> largura e 6 mm<br />
<strong>de</strong> espessura, sendo esta espessura<br />
variável quanto à proporção córtico-<br />
medular da peça. Quando a escolha era<br />
<strong>de</strong> tíbia, aproximadamente 4 mm eram<br />
<strong>de</strong> cortical e apenas 2 mm <strong>de</strong> medular.<br />
Quando a escolha foi <strong>de</strong> joelho, a<br />
proporção córtico-medular era inversa à<br />
da tíbia (2 mm <strong>de</strong> cortical e 4 mm <strong>de</strong><br />
medular).
AVALIAÇÃO HISTOMORFOLÓGICA DE MAXILARES HUMANOS SUBMETIDOS A ENXERTO ÓSSEO AUTÓGENO E HOMÓGENO<br />
Esses dados foram importantes<br />
para a compreensão dos resultados, uma<br />
vez que, quando se utilizou como<br />
material <strong>de</strong> enxertia óssea homógeno <strong>de</strong><br />
tíbia (Paciente 1 – enxerto em bloco),<br />
cuja espessura do biomaterial<br />
apresentava 2/3 <strong>de</strong> cortical para 1/3 <strong>de</strong><br />
medular, <strong>de</strong> todas as análises<br />
histomorfológicas, esta foi o que<br />
apresentou a mais lenta remo<strong>de</strong>lação<br />
óssea e o menor potencial osteogênico.<br />
Outros estudos16,17 estavam<br />
pautados também na utilização <strong>de</strong> ossos<br />
longos, com corticais espessas, na<br />
reconstrução <strong>de</strong> lesões ósseas. Segundo<br />
os autores, o baixo índice <strong>de</strong><br />
remo<strong>de</strong>lação óssea é explicado pela<br />
gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cortical óssea<br />
nesses enxertos homógenos, fazendo<br />
com que as células osteoclásticas<br />
tenham mais estruturas a serem<br />
reabsorvidas, quando comparadas com<br />
osso medular.<br />
Após o enxerto ósseo, suce<strong>de</strong>-se<br />
uma série <strong>de</strong> processos histológicos. O<br />
osso enxertado é invadido por vasos<br />
sanguíneos e células do tipo<br />
mesenquimatosas multipotenciais<br />
proliferadas dos tecidos vizinhos ao<br />
enxerto que penetram na medula e nos<br />
canais harvesianos, reabsorvendo a<br />
matriz morta da superfície externa e do<br />
interior <strong>de</strong>stes canais. O osso enxertado<br />
age como um arcabouço <strong>de</strong>ntro e ao<br />
redor do qual se po<strong>de</strong> formar um novo<br />
tecido ósseo, induzindo células<br />
semelhantes às mesenquimatosas a se<br />
diferenciarem em células<br />
osteogênicas17.<br />
Esse processo bioquímico, em<br />
que osteoclastos dissolvem a matriz<br />
óssea <strong>de</strong>svitalizada do enxerto e que os<br />
osteoblastos <strong>de</strong>positam uma nova matriz<br />
orgânica, é chamado <strong>de</strong> substituição<br />
rastejante1.<br />
Tais eventos acontecem quando<br />
os biomateriais entram em contato com<br />
o ambiente biológico, on<strong>de</strong><br />
características do tecido influenciam as<br />
interações moleculares e celulares ao<br />
redor dos biomateriais. Na presença<br />
<strong>de</strong>stes tecidos, fatores <strong>de</strong> crescimento<br />
são encontrados em gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong><br />
na superfície da substituição óssea,<br />
promovendo integração do enxerto com<br />
o leito receptor18.<br />
Esse experimento realizado<br />
evi<strong>de</strong>nciou que fatores <strong>de</strong> crescimento,<br />
superfícies em remo<strong>de</strong>lação óssea e<br />
integração entre o enxerto e o leito<br />
receptor se encontravam presentes em<br />
todas as amostras, porém em diferentes<br />
estágios.<br />
Quando comparados os<br />
potenciais osteogênicos <strong>de</strong> cada amostra<br />
e traçando um paralelo entre o tempo <strong>de</strong><br />
maturação óssea <strong>de</strong> cada enxerto e em<br />
cada paciente, observa-se que,<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
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38<br />
AVALIAÇÃO HISTOMORFOLÓGICA DE MAXILARES HUMANOS SUBMETIDOS A ENXERTO ÓSSEO AUTÓGENO E HOMÓGENO<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do tipo <strong>de</strong> enxerto que foi<br />
realizado (autógeno ou homógeno) e,<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do tempo <strong>de</strong><br />
maturação tecidual óssea, o paciente<br />
apresentou potencial osteogênico<br />
semelhante para ambos os enxertos.<br />
Três diferentes processos são<br />
associados ao sucesso dos enxertos<br />
ósseos: osteoindução, osteogênese e<br />
osteocondução. O êxito do enxerto<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> principalmente <strong>de</strong> reações<br />
imunológicas eliminadoras,<br />
consi<strong>de</strong>rando a osteogênese, reabsorção<br />
e remo<strong>de</strong>lamento, obliteração final e<br />
cicatrização18.<br />
Clinicamente, pô<strong>de</strong>-se afirmar<br />
que todos os enxertos ósseos (autógenos<br />
e homógenos) se mostraram<br />
satisfatórios durante a instalação dos<br />
implantes. Em alguns casos, como nos<br />
pacientes 2, 3 e 5, os enxertos<br />
homógenos (peças córtico-medulares <strong>de</strong><br />
joelho) se mostraram mais bem<br />
remo<strong>de</strong>lados e com melhores<br />
<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s ósseas para o travamento<br />
final dos implantes. Histologicamente, o<br />
achado clínico se confirmou, já que<br />
ambas as amostras se mostraram em<br />
estágios <strong>de</strong> remo<strong>de</strong>lação óssea mais<br />
avançada que quando comparados com<br />
os enxertos autógenos dos mesmos<br />
pacientes.<br />
Vale ressaltar que no paciente 1,<br />
on<strong>de</strong> enxertos ósseos foram realizados<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
na região posterior da mandíbula, o<br />
comportamento <strong>de</strong> reestruturação óssea<br />
do enxerto autógeno estava mais<br />
adiantado quando comparada com o<br />
homógeno, clinicamente. Entretanto, a<br />
análise histomorfológica indicou<br />
estágios semelhantes <strong>de</strong> remo<strong>de</strong>lação<br />
óssea.<br />
Mesmo com toda essa<br />
previsibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> tecido<br />
ósseo homólogo, uma questão que ainda<br />
gera controvérsias é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
infecção cruzada com a utilização <strong>de</strong><br />
osso homólogo. <strong>Pesquisa</strong>dores19<br />
alertavam que tais modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
enxerto po<strong>de</strong>m trazer riscos, como os da<br />
transmissão <strong>de</strong> doenças e possíveis<br />
reações imunológicas.<br />
Com o avanço das técnicas <strong>de</strong><br />
processamento, tratamento e estocagem<br />
<strong>de</strong> tais tecidos, outros autores13<br />
concluíram que tal tecido proveniente<br />
<strong>de</strong> banco <strong>de</strong> ossos é consi<strong>de</strong>rado um<br />
material seguro do ponto <strong>de</strong> vista<br />
imunológico e viral. Segundo os<br />
autores, isto é fato consumado já que os<br />
tais pacientes transplantados não<br />
necessitam <strong>de</strong> administrar quaisquer<br />
imunossupressores após o procedimento<br />
cirúrgico.<br />
Os Bancos <strong>de</strong> Tecidos Músculo-<br />
Esqueléticos aplicam técnicas<br />
a<strong>de</strong>quadas para captação, triagem<br />
clínica, laboratorial, sorológica
AVALIAÇÃO HISTOMORFOLÓGICA DE MAXILARES HUMANOS SUBMETIDOS A ENXERTO ÓSSEO AUTÓGENO E HOMÓGENO<br />
(ABO/RH; A-HIV I e II; A-HCV; A-<br />
HTLV; A-HbsAg; VDRL; PCR), coleta,<br />
i<strong>de</strong>ntificação, processamento e<br />
estocagem. O congelamento e<br />
armazenamento do tecido ósseo a<br />
temperaturas em torno <strong>de</strong> 70ºC<br />
negativos, <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong><br />
criopreservação, diminui marcadamente<br />
a antigenicida<strong>de</strong> dos enxertos, além <strong>de</strong><br />
promover a preservação dos ossos por<br />
longos períodos20. Além disso, os<br />
enxertos ósseos congelados po<strong>de</strong>m ser<br />
reabsorvidos e transformados com mais<br />
facilida<strong>de</strong> do que os tratados com<br />
substâncias químicas, uma vez que tais<br />
substâncias são muito difíceis <strong>de</strong> serem<br />
removidas5.<br />
A manutenção <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s<br />
biológicas, ainda incerta<br />
quantitativamente, refere-se<br />
basicamente à manutenção do potencial<br />
osteoindutivo do enxerto. Acredita-se<br />
que a morte da matriz óssea forneça<br />
fatores <strong>de</strong> crescimento estimuladores <strong>de</strong><br />
osteoblastos e outras proteínas<br />
essenciais, e/ou um substrato<br />
osteoclástico para a direta remo<strong>de</strong>lação<br />
óssea20.<br />
Quanto à manutenção das<br />
proprieda<strong>de</strong>s biomecânicas, <strong>de</strong>ve-se<br />
lembrar que o osso periimplantar é<br />
submetido frequentemente ao estresse<br />
mecânico. Portanto, a formação <strong>de</strong> um<br />
osso com boa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> é <strong>de</strong>sejável. A<br />
criopreservação mantém as<br />
características estruturais do tecido<br />
ósseo sendo este um importante fator<br />
para a promoção <strong>de</strong> uma condução<br />
óssea (osteocondução) com qualida<strong>de</strong><br />
20.<br />
Somado a isso, as principais<br />
vantagens da utilização <strong>de</strong> osso<br />
homógeno são os menores tempos<br />
cirúrgicos, a baixa morbida<strong>de</strong>, mais<br />
conforto e menos risco <strong>de</strong> infecção para<br />
o paciente, como também a<br />
disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
osso.<br />
O risco <strong>de</strong> infecção diminui pelo<br />
fato <strong>de</strong> não haver outro sítio cirúrgico<br />
quando da utilização <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> ossos,<br />
comparativamente a uma cirurgia <strong>de</strong><br />
remoção <strong>de</strong> osso autógeno. Além disso,<br />
essa contaminação po<strong>de</strong> vir por outras<br />
vias13.<br />
De qualquer forma, a utilização<br />
<strong>de</strong> enxertos <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> ossos não é um<br />
procedimento livre <strong>de</strong> riscos, <strong>de</strong>vendo<br />
sempre ser avaliada a relação<br />
risco/benefício, cabendo ao profissional<br />
informar tudo a cerco do procedimento<br />
ao paciente e este, por sua vez,<br />
participar do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />
Somado a isso, é importante que<br />
novos trabalhos venham a ser realizados<br />
a fim <strong>de</strong> esclarecer inúmeras incógnitas<br />
que acercam os resultados a longo prazo<br />
dos enxertos homógenos, tento em vista<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
39
40<br />
AVALIAÇÃO HISTOMORFOLÓGICA DE MAXILARES HUMANOS SUBMETIDOS A ENXERTO ÓSSEO AUTÓGENO E HOMÓGENO<br />
a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tais reconstruções<br />
ósseas maxilo-mandibulares absorverem<br />
todo o estresse físico e as<br />
que:<br />
<strong>Revista</strong> Científica do I.E.P.C. - Vol 4, n. 3, 2008<br />
particularida<strong>de</strong>s biológicas dos<br />
implantes <strong>de</strong>ntais em suas funções<br />
estomatognática ao longo dos anos.<br />
Com base na metodologia empregada e nos resultados obtidos, po<strong>de</strong>-se concluir<br />
1. A utilização <strong>de</strong> osso humano<br />
fresco e congelado se mostrou<br />
<strong>de</strong> extrema eficácia e<br />
previsibilida<strong>de</strong> na utilização<br />
como biomateriais para<br />
enxertias ósseas maxilo-<br />
mandibulares.<br />
2. Os enxertos homólogos<br />
induziram mais rapidamente a<br />
remo<strong>de</strong>lação óssea quando<br />
comparados com os enxertos<br />
autógenos.<br />
3. O estágio <strong>de</strong> remo<strong>de</strong>lação óssea<br />
esteve mais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da<br />
resposta orgânica individual <strong>de</strong><br />
cada paciente do que<br />
propriamente do material<br />
utilizado na enxertia óssea<br />
autógena ou homógena.<br />
The purpose of this study was to evaluate, through qualitatively and quantitatively<br />
histomorphological analysis, autogenous and homogenous grafts performed in atrophic<br />
jaws in or<strong>de</strong>r to receive <strong>de</strong>ntal implants with oral rehabilitation aimed at the installation<br />
of <strong>de</strong>ntal implants. For the experiment, we selected 05 patients with atrophic jaws and<br />
performed all procedures for autogenous and homogeneous bone grafts, except for patient<br />
2, who received only bilateral graft homogeneous. After the time of maturation tissue<br />
grafts (6 to 14 months), samples were taken from the grafts and these were prepared for<br />
routine histological techniques for staining with hematoxylin-eosin. The results indicated<br />
osteogenic activity in all samples, with presence of differentiating osteoprogenitor cells<br />
and subsequent formation of osteoblastic layer, although in different stages of tissue<br />
maturation. However, when compared the osteogenic potential of each sample and<br />
making a parallel analysis between time of maturation of bone graft in each patient, we<br />
observed that regardless of the type of graft used and the time of bone maturation, all<br />
patient showed potential osteogenic activity similar for both graft types. We conclu<strong>de</strong> that<br />
the use of uniform bone was effective, leading to faster bone turnover when compared<br />
with autogenous grafts. Ad<strong>de</strong>d to this, the stage of bone remo<strong>de</strong>ling was more <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<br />
on the response of each individual organism than on the material used in autogenous or<br />
homogeneous bone graft.
AVALIAÇÃO HISTOMORFOLÓGICA DE MAXILARES HUMANOS SUBMETIDOS A ENXERTO ÓSSEO AUTÓGENO E HOMÓGENO<br />
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