T´TRANS reforma bondes de Santa Teresa no RJ - TTRANS
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<strong>Santa</strong> <strong>Teresa</strong><br />
A<br />
<strong>bon<strong>de</strong>s</strong> <strong>no</strong>vos<br />
em embalagem antiga<br />
té o final do a<strong>no</strong>, <strong>Santa</strong> <strong>Teresa</strong> po<strong>de</strong>rá contar<br />
com 14 bondinhos totalmente reconstruídos,<br />
segundo os padrões estéticos do<br />
século 19 e com a parte <strong>de</strong> tração inteira-<br />
mente trocada pelo que há <strong>de</strong> mais mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong> em tec<strong>no</strong>logia<br />
<strong>de</strong> VLT (veículo leve sobre trilhos, <strong>no</strong>me “científico” do<br />
<strong>no</strong>sso popular bon<strong>de</strong>), coisa do século 21.<br />
Atualmente há apenas quatro bondinhos operando<br />
(dois na maior parte do tempo), mas outros quatro já<br />
estão na empresa T'Trans, em Três Rios. Dois foram completamente<br />
restaurados e até o final <strong>de</strong>ste mês <strong>de</strong>verão<br />
ser motorizados e enviados ao simulador do IPT (Instituto<br />
<strong>de</strong> Pesquisas Tec<strong>no</strong>lógicas), em São Paulo. Lá, o<br />
bondinho será submetido a duros testes <strong>de</strong> vibração, carga<br />
das vias e outros problemas. O ciclo <strong>de</strong> testes durará 90<br />
dias. Quando o bondinho for homologado, os <strong>de</strong>mais<br />
serão reconstruídos.<br />
Para o presi<strong>de</strong>nte da T'Trans, Massimo Giavina Bianchi,<br />
a aparência antiga foi mantida por motivos turísticos e exigência<br />
do Patrimônio Estadual (os bondinhos são tombados).<br />
Mas a mecânica é o que há <strong>de</strong> mais mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong> em tração<br />
elétrica. Os bondinhos terão motores assíncro<strong>no</strong>s, cursor<br />
estático, amortecedores e truques mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong>s, com freios a<br />
disco, freios <strong>de</strong> emergência (patim magnético) que baixam<br />
um eletroímã <strong>no</strong>s trilhos e <strong>de</strong>têm o bon<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> um<br />
terceiro, dispositivo, o freio motor dinâmico.<br />
Para os moradores, isso significará sensivelmente<br />
me<strong>no</strong>s ruído e vibrações, graças a uma suspensão mo<strong>de</strong>rna,<br />
o que ajudará a proteger os prédios e casas das<br />
ruas por on<strong>de</strong> passará o bondinho. Praticamente todo o<br />
equipamento é nacional. A T'Trans fez o projeto, encomendou<br />
a maior parte das peças, começando pelo motor,<br />
<strong>no</strong> mercado brasileiro, <strong>de</strong>senhou e montou o sistema, o<br />
que a torna pioneira <strong>no</strong> setor <strong>de</strong> VLTs <strong>no</strong> Brasil. “Hoje<br />
temos condições <strong>de</strong> fazer VLTs tão sofisticados como os<br />
que se fazem na Europa”, garante Giavina.<br />
O trabalho é totalmente artesanal. O primeiro bondinho<br />
foi cuidadosamente <strong>de</strong>smontado e foram feitos gabaritos<br />
para cada peça, por mínima que fosse, para permitir<br />
uma reprodução 100% fiel <strong>de</strong> qualquer <strong>de</strong>talhe e<br />
aten<strong>de</strong>r às exigências do patrimônio. Para uma segunda<br />
fase da recuperação está prevista a construção <strong>de</strong> <strong>no</strong>vos<br />
<strong>bon<strong>de</strong>s</strong>, po<strong>de</strong>ndo chegar a 20 e, posteriormente, a 34,<br />
com a reativação da linha até o Silvestre e sua integração<br />
com o trem do Corcovado.<br />
O projeto é parte <strong>de</strong> um financiamento do Banco<br />
Mundial para a revitalização dos transportes sobre trilhos<br />
<strong>no</strong> Rio, que compreen<strong>de</strong> também os trens da Supervia.<br />
O Banco Mundial entrou com 90% dos recursos e<br />
o gover<strong>no</strong> do Estado do Rio, é responsável por 10%, originários<br />
dos royalties do petróleo. Depois da certificação<br />
do bondinho, a T'Trans po<strong>de</strong>rá entregar <strong>de</strong> um a dois<br />
<strong>no</strong>vos veículos por mês. O preço para recuperar cada bondinho<br />
chega a R$ 1 milhão.<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | FEVEREIRO DE 2007<br />
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