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O Cenário Cultural e Religioso do Japão 1222

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A Vida <strong>do</strong> Buda Nitiren Daishonin Sama<br />

O CENÁRIO CULTURAL E RELIGIOSO<br />

Nos primeiros séculos de sua história, o <strong>Japão</strong> teve uma forte influência cultural da China e<br />

da Coréia. Os japoneses a<strong>do</strong>taram a escrita chinesa nos registros governamentais e rios<br />

trabalhos de história e filosofia; utilizaram também os caracteres chineses para projetar um<br />

sistema de escrita para a sua própria língua. Como notamos antes, eles também utilizaram<br />

muito <strong>do</strong> modelo burocrático chinês, estabelecen<strong>do</strong> um sistema governamental centraliza<strong>do</strong><br />

na autoridade suprema <strong>do</strong> impera<strong>do</strong>r.Nos campos da filosofia, da arte, arquitetura, medicina<br />

e engenharia, os japoneses copiaram muito da cultura <strong>do</strong> continente asiático.<br />

No meio <strong>do</strong> século VI, o Budismo introduziu-se no <strong>Japão</strong> através da Coréia. No início,<br />

encontrou uma resistência acentuada <strong>do</strong>s adeptos da seita Shinto. Com o passar <strong>do</strong> tempo,<br />

entretanto, obteve o apoio das classes mais altas. Logo, o governo começou a tomar um<br />

papel ativo no encorajamento da nova religião. Fun<strong>do</strong>u templos, deu grande receptividade<br />

aos monges estrangeiros, e enviou monges japoneses para o continente asiático a fim de<br />

estudarem o Budismo. A grandiosa cidade de Nara, capital <strong>do</strong> <strong>Japão</strong> de 710 a 784, foi<br />

famosa pelos aparatos imponentes de seus templos e pela gigantesca estátua de bronze <strong>do</strong><br />

Buda Cairochana que foi concluí<strong>do</strong> através de verbas governamentais em 749.<br />

A variedade de espécie de Budismo introduzidas no <strong>Japão</strong>, embora fossem fundamentadas<br />

no Mahayana, tendiam a ocupar-se com <strong>do</strong>utrinas obscuras ou faziam uso de complexas<br />

práticas de monástica disciplina. Apesar <strong>do</strong> luxo e beleza externa das construções e<br />

imagens,neste tipo de Budismo não havia nada que pudesse interessar ou ser entendi<strong>do</strong><br />

pelas pessoas comuns de educação limitada. A aristocracia patrocinou a religião, pois<br />

acreditava que isto auxiliaria a sua própria segurança e bem estar, assim como também a <strong>do</strong><br />

esta<strong>do</strong>. Nas camadas inferiores da sociedade japonesa, entretanto, é improvável que a<br />

influência budista tenha penetra<strong>do</strong> profundamente naquela época.<br />

No início <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> Heian, duas novas seitas budistas foram introduzidas no <strong>Japão</strong> vindas<br />

da China. A primeira foi o Budismo de Tientai ou Tendai, trazi<strong>do</strong> por Saityo (767-822),<br />

mais conheci<strong>do</strong> pelo seu título póstumo, Dengyo Daishi. As <strong>do</strong>utrinas de Tendai, baseadas<br />

no Sutra de Lótus, constituem um <strong>do</strong>s principais elementos <strong>do</strong> ensino de Nitiren Daishonin.<br />

A segunda seita, Shingon ou Budismo esotérico, foi introduzi<strong>do</strong> por Kukai (774-835) ou<br />

Kobo Daishi. Nesta, enfatizava-se o papel da música e arte no auxílio da compreensão da<br />

religião. Além disso, promovia vários rituais místicos para protegerem-se <strong>do</strong> demônio e<br />

para atingirem a salvação.<br />

Ambas facções <strong>do</strong> Budismo desfrutavam da ajuda <strong>do</strong> governo. Entretanto, preferiam<br />

estabelecer suas sedes no topo da montanha um tanto quanto retira<strong>do</strong> da corte. O templo<br />

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A Vida <strong>do</strong> Buda Nitiren Daishonin Sama<br />

principal da seita Tendai situava-se no Monte Hiei a nordeste de Kyoto enquanto que a<br />

Shingon no Monte Koya, bem ao sul. Estes <strong>do</strong>is locais desempenharam um papel vital nos<br />

séculos posteriores como centros de ensinos <strong>do</strong> Budismo. A primeira, em particular, serviu<br />

como base de treinamento a muitos líderes famosos <strong>do</strong> Budismo japonês, inclusive Nitiren<br />

Daishonin.<br />

Entretanto, embora ambas as seitas enfatizassem que todas as pessoas são capazes de<br />

atingir o Esta<strong>do</strong> de Buda, fizeram pouca propagação desta mensagem em meio ao povo. Ao<br />

invés disso, a Shingon, e com o tempo a Tendai também, tornou-se gradativamente<br />

interessada na realização de rituais complica<strong>do</strong>s e misticismos. Por outro la<strong>do</strong>, envolvia-se<br />

em lutas sórdidas pelo poder com seitas rivais, e muitas vezes haven<strong>do</strong> lutas entre facções<br />

da própria seita. .<br />

A grande antologia da poesia japonesa antiga, Man'yoshu, composta aproximadamente no<br />

perío<strong>do</strong> de Nara, é notada pela sua simplicidade relativa, sua clareza de expressão e<br />

perspectiva. Além disso, abrange poemas de todas as classes da sociedade. No perío<strong>do</strong><br />

subseqüente, Heian, a poesia tornou-se posse quase exclusiva da aristocracia e tornou-se<br />

cada vez mais elaborada na forma de expressão intelectual. Ao mesmo tempo, tanto a<br />

poesia como outras formas literárias, tornaram-se imbuídas de um ar melancólico. O início<br />

dessa posição pessimista já pode ser nota<strong>do</strong> no "Man'yoshu" e é tipicamente associa<strong>do</strong> com<br />

a ênfase <strong>do</strong> Budismo a respeito da impermanência e constante mudança da natureza da<br />

vida, uma qualidade conhecida como "Mujo". O Budismo, certamente, acentua o elemento<br />

da mutabilidade na vida humana a fim de estimular os homens a pensarem em sua salvação<br />

enquanto ainda há tempo. Fundamentalmente, o Budismo Mahayana é sobremaneira<br />

pessimista nas perspectivas. Para os japoneses <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> Heian, particularmente nos<br />

últimos e problemáticos anos, a grande esperança sustentada pela religião budista parecia<br />

menos real que a inevitabilidade da mutação. Esta, para eles, invariavelmente significava<br />

uma transformação para pior. Desta forma, a obra literária máxima <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, "Conto de<br />

Guenji", <strong>do</strong> século XI, é impregna<strong>do</strong> pelo senso de brevidade e infelicidade inerente da<br />

vida.<br />

Os japoneses desse perío<strong>do</strong> tinham uma razão particular para sentir que a vida estava<br />

fadada a ser triste e esperança de salvação incerta. O Budismo ensina que, após a morte de<br />

Sakyamuni, a religião passaria por três grandes estágios: um perío<strong>do</strong> em que a lei ou<br />

<strong>do</strong>utrina floresceria, um em que começaria a decair, e finalmente, a época conhecida por<br />

Mappo ou Últimos Dias da Lei, quan<strong>do</strong> iria declinar ainda mais e em fim desaparecer.<br />

Apesar da existência de diferentes méto<strong>do</strong>s <strong>do</strong> cálculo da duração desses perío<strong>do</strong>s, os<br />

japoneses acreditavam que aproximadamente no meio <strong>do</strong> século onze eles entrariam na era<br />

de Mappo. Seus cálculos pareciam-lhes que se confirmavam pelo <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> poder da<br />

corte na época, a agitação nas áreas afastadas, e outros sinais de degeneração na ordem<br />

social. .<br />

Nos primeiros perío<strong>do</strong>s, o Budismo japonês, principalmente a seita Tendai, salientava que é<br />

possível que a pessoa atinja a iluminação "Ou Esta<strong>do</strong> de Buda " nesta vida través de seus<br />

próprios esforços. Contu<strong>do</strong>, havia um sentimento difundi<strong>do</strong> de que com a chegada da era de<br />

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A Vida <strong>do</strong> Buda Nitiren Daishonin Sama<br />

Mappo, tais esperanças eram ilusões. Acreditava-se que na época da degeneração, os<br />

homens deveriam procurar alguma fonte externa de auxílio a fim de encontrar salvação.<br />

Desta maneira, a figura <strong>do</strong> Buda Amida passou a ter grande destaque. Amida é um Buda<br />

que governa a Terra Pura ou "Jo<strong>do</strong>", conhecida como paraíso no ocidente. Afirma-se que<br />

ele prometeu salvar todas as pessoas que evocassem seu nome, e garantiu que após a morte<br />

eles renasceriam em uma vida de felicidade no distante reino da Terra Pura. .<br />

A devoção a Amida foi muito popular no Budismo da China e foi levada ao <strong>Japão</strong> um<br />

pouco mais tarde. Antes <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> ,Heian, contu<strong>do</strong>, não teve muitos segui<strong>do</strong>res.É fácil de<br />

se observar a razão da grande atração que exercia sobre as pessoas. Os segui<strong>do</strong>res não<br />

precisavam empreender nenhum exercício religioso árduo ou cumprir regras de disciplinas<br />

severas. Tu<strong>do</strong> o que se tinha que fazer era pronunciar a simples fórmula de exaltação,<br />

conhecida como Nembutsu, com fé sincera a fim de assegurar a salvação. Os nobres,<br />

notadamente os membros da família Fijiwara, demonstraram seu entusiasmo pela a<strong>do</strong>ração<br />

ao Buda Amida, erguen<strong>do</strong> magníficos templos com esplêndidas estátuas de ouro <strong>do</strong> Buda<br />

Amida.<br />

Ao mesmo tempo, as monges misturaram-se às pessoas com uns para pregar as mensagens<br />

da salvação de Amida e para cantar hinos de louvor. Conseqüentemente, o Budismo<br />

difundiu-se de forma mais ampla que em qualquer outra época entre as classes mais baixas<br />

da sociedade. Veio, portanto, a tomar um profun<strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio sobre a vida espiritual da<br />

nação.<br />

No início, esta devoção a Amida permaneceu simplesmente como um <strong>do</strong>s elementos das<br />

práticas religiosas das seitas Tendai e Shingon, os grandes <strong>do</strong>minantes <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> Heian.<br />

Entretanto, nos anos finais desse perío<strong>do</strong>, <strong>do</strong>is vigorosos líderes religiosos surgiram. Eles<br />

separaram-se das seitas tradicionais estabelecen<strong>do</strong> o Amidaísmo como uma forma isolada<br />

de Budismo. Um deles; Horen (1133-1212), foi o funda<strong>do</strong>r da Jo<strong>do</strong> ou seita da Terra Pura.<br />

O outro foi Shinran (1173-1262), cujos segui<strong>do</strong>res com o tempo constituíram o Shin ou a<br />

seita da Verdadeira Terra Pura. Ambos receberam treinamento religioso no Monte Hiei,<br />

mas,<br />

mais tarde, foram força<strong>do</strong>s a aban<strong>do</strong>nar a capital por causa da oposição das facções mais<br />

antigas <strong>do</strong> Budismo. Seus ensinos ganharam cada vez mais maior número de segui<strong>do</strong>res,<br />

principalmente nas áreas rurais.<br />

Se a obra-prima da literatura Heian é o "Conto de Guenji", a <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> posterior,<br />

Kamakura, é o romance histórico conheci<strong>do</strong> como "Conto de Heike". O "Conto de Guenji"<br />

foi escrito por uma mulher chamada Muragaki, e trata-se quase completamente das vidas e<br />

intrigas românticas da aristocracia real. O "Conto de Heike", um trabalho anônimo, foi<br />

escrito provavelmente no século XIII com base nas narrativas que circularam antes em<br />

forma oral pelos conta<strong>do</strong>res de estórias. Descreve detalhadamente a fenomenal ascensão e<br />

queda da família Heike ou Taira e sua derrota pela família Minamoto. Em marcante<br />

contraste com o "Conto de Guenji", a obra, abundante em cenas de conflitos e heroísmo<br />

militar, foi escrita em um estilo sonoro e masculino, refletin<strong>do</strong> os interesses e ideais da<br />

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A Vida <strong>do</strong> Buda Nitiren Daishonin Sama<br />

classe guerreira que emergia há pouco tempo. De um mo<strong>do</strong>, entretanto, parece-se com a<br />

obra-prima anterior. No "Conto de Guenji", há a pre<strong>do</strong>minância da atmosfera melancólica<br />

da brevidade da vida humana. O mesmo detalhe marca o "Conto de Heike", o qual é<br />

revela<strong>do</strong> desde as primeiras sentenças da obra.Com certeza, para os japoneses da época, a<br />

ascensão e queda dramática da família Taira significou o símbolo máximo <strong>do</strong> "Mujo", a<br />

inevitável mutação da glória no mun<strong>do</strong> mundano.<br />

Como isto sugere, a cultura <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de Kamakura é marca<strong>do</strong>, de um la<strong>do</strong>, por um<br />

rompimento agu<strong>do</strong> com o passa<strong>do</strong> e, por outro, representa uma continuação dele. O<br />

samurai, corresponde à classe guerreira em uma saciedade feudal, deu grande importância à<br />

vida simples, ao risco pessoal, e à dedicação leal ao seu lorde. Havia também uma<br />

severidade e violência à vida no perío<strong>do</strong> de Kamakura que refletia a ética bélica. Foi uma<br />

época na qual mesmo os templos budistas armavam-se para defender suas propriedades e<br />

seus interesses. A possibilidade de terem que recorrer a armas nunca estava muito distante.<br />

Ao mesmo tempo, os samurais, ten<strong>do</strong> uma cultura própria pouco distinta, foram obriga<strong>do</strong>s a<br />

depender da antiga aristocracia da corte na liderança <strong>do</strong>s assuntos de cunho cultural mais<br />

eleva<strong>do</strong>, embora eles a desprezassem pelo seu velho mo<strong>do</strong> de viver. A atitude de Kamakura<br />

em relação a Kyoto era, desta forma, ambígua.Os líderes militares desejaram permanecer<br />

separa<strong>do</strong>s da atmosfera debilitante e cheia de intrigas da capital. Eles invejavam, contu<strong>do</strong>, o<br />

conhecimento <strong>do</strong>s cortesãos em relação à música, poesia, e apura<strong>do</strong> senso artístico. Não é<br />

surpreendente encontrar, portanto, chefes <strong>do</strong> Shogunato Kamakura e suas esposas<br />

freqüentemente visitan<strong>do</strong> Kyoto a fim de obterem orientações em relação à arte e ensino,<br />

ou recepcionan<strong>do</strong> em sua cidade líderes religiosos e culturais da capital que poderiam atuar<br />

como mentores em tais assuntos.<br />

Uma as maneiras que os oficiais <strong>do</strong> Shogunato viram para ganhar maior prestígio para sua<br />

cidade e governo foi o apoio a uma nova forma de Budismo conheci<strong>do</strong> como Zen. Esta era<br />

a seita budista <strong>do</strong>minante na China naquela época. Os monges japoneses viajaram para lá a<br />

fim de estudar a <strong>do</strong>utrina Zen e retornar com seus ensinos. Eles tentaram introduzi-los em<br />

Kyoto por volta <strong>do</strong> início <strong>do</strong> século XIII, enfrentan<strong>do</strong>, porém, fortes oposições das seitas<br />

budistas já estabelecidas. Era natural, portanto, que eles viajassem a Kamakura, onde as<br />

seitas mais antigas exerciam menor influência, e tentassem convencer os chefes <strong>do</strong> governo<br />

militar a favor de suas <strong>do</strong>utrinas. Os membros da família Hojo e seus segui<strong>do</strong>res acataram<br />

com muito entusiasmo os funda<strong>do</strong>res <strong>do</strong> templo para a nova seita, convidan<strong>do</strong> inclusive os<br />

mestres chineses da Zen e irem a Kamakura. Doryu ou Tao-Lung, a quem Nitiren<br />

Daishonin refere-se várias vezes, foi um <strong>do</strong>s monges chineses que desfrutaram de grande<br />

auxílio <strong>do</strong> regime Hojo.<br />

Em sua <strong>do</strong>utrina básica, Zen não se difere das outras seitas <strong>do</strong> Budismo Mahayana.<br />

Diversifica-se, entretanto, da seitas que dão grande importância ao estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Sutras e<br />

outras escrituras sagradas, ou ao poder de salvação de algum Buda ou bodhisattva em<br />

particular. Zen insiste que a pessoa atinge a iluminação pelo mesmo caminho segui<strong>do</strong> por<br />

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A Vida <strong>do</strong> Buda Nitiren Daishonin Sama<br />

Sakyamuni, ou seja, passan<strong>do</strong> incontáveis horas senta<strong>do</strong> em meditação na postura de lótus.<br />

Desta forma, minimiza a importância <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> e, ao invés disso, enfatiza a disciplina, o<br />

incansável esforço pessoal, e obediência ao mestre Zen. É fácil observar porque esta<br />

<strong>do</strong>utrina atraiu a classe guerreira.<br />

Ela assegurava que não era necessário nenhum conhecimento da escrituras <strong>do</strong>utrinárias ou<br />

sutileza filosófica para atingir a iluminação. O único requisito necessário era a<br />

determinação e paciência para resistir a longas e freqüentemente <strong>do</strong>lorosas horas de<br />

meditação. Isto era algo que qualquer solda<strong>do</strong> poderia compreender.<br />

Esta era, então, a situação religiosa no <strong>Japão</strong> na época em que Nitiren Daishonin apareceu<br />

em cena. As seitas mais velhas <strong>do</strong> Budismo, centralizadas em Nara e Kyoto, continuavam a<br />

desfrutar de grande poder e prestígio, embora moralmente debilitadas pelo sectarismo e<br />

mundanismo. Os crentes <strong>do</strong> Budismo da Terra Pura ou segui<strong>do</strong>res da Nembutsu,<br />

continuaram a crescer em número, constituin<strong>do</strong> um importante grupo religioso,<br />

principalmente na zona rural. A Zen, todavia, possuin<strong>do</strong> o apoio <strong>do</strong> Shogunato de<br />

Kamakura, e mais tarde da corte de Kyoto, ficou confinada principalmente naquelas duas<br />

cidades. O último grupo budista menciona<strong>do</strong> por Nitiren Daishonin são os monges da seita<br />

Ritsu. Esta ordena a prática de complica<strong>do</strong>s "ritsu" ou regras de disciplina monástica e foi<br />

introduzida no <strong>Japão</strong> no perío<strong>do</strong> Nara, e foi reavivada nos tempos de Kamakura.<br />

O perío<strong>do</strong> em que Nitiren Daishonin viveu, foi marca<strong>do</strong> por rápidas mudanças sociais que<br />

não eram totalmente compreensíveis. Houve também catástrofes naturais e o temor de<br />

invasão estrangeira; foi um perío<strong>do</strong> de dúvidas e inquietações espirituais. Atribuía-se<br />

grande importância aos assuntos religiosos e as pessoas estavam preparadas a rebater<br />

veemente e ainda recorrer à força física para defenderem o que eles acatavam como<br />

verdade. Não foi de maneira alguma uma época de tolerância ou indiferença religiosa como<br />

nestes tempos modernos. A fim de termos a compreensão daquele tempo, devemos nos<br />

esforçar sinceramente para entender as mentes e as razões <strong>do</strong> povo japonês daquela época.<br />

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