13.04.2013 Views

1 A INFLUÊNCIA DA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO PARA ... - IEPS

1 A INFLUÊNCIA DA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO PARA ... - IEPS

1 A INFLUÊNCIA DA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO PARA ... - IEPS

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

não se sintam a vontade com a sua própria sexualidade e muitas crianças e adolescentes<br />

ainda sofram violência sexual. 5<br />

A escola, mais precisamente o professor encontra-se numa posição privilegiada<br />

para perceber o problema e tomar as devidas providências.<br />

Em não poucas ocasiões, houve amplas polêmicas acerca da competência ou não<br />

da escola para oferecer uma educação sexual a seus alunos. Segundo afirma SILVA<br />

(2002), os professores e as professoras são as pessoas que têm maior proximidade com<br />

os alunos, pois os acompanham durante anos, sabendo melhor que ninguém como são,<br />

como pensam, agem e reagem. Eles chegam a ter acesso à história do aluno e, de<br />

alguma maneira, descobrem canais de comunicação e aproximação com grande parte<br />

deles. Os professores muitas vezes, já são vistos como referência de aprendizagem da<br />

sexualidade pelos seus alunos.<br />

Esta prática, mais do que um dever profissional ético, trata-se da função social<br />

da escola. O ESTATUTO <strong>DA</strong> CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (1990, p.53),<br />

estabelece em seu artigo 245 que:<br />

Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à<br />

saúde e de Ensino Fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à<br />

autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo<br />

suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente incorre<br />

em multa de 3 a 20 salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de<br />

reincidência.<br />

Entretanto, apesar de o Estatuto da Criança e do Adolescente constituir-se em<br />

um dos mais importantes textos jurídicos brasileiros depois da Constituição Federal de<br />

1988, sua operacionalização é praticamente nula pelo fato de ele ser conhecido apenas<br />

por uma pequena parcela da sociedade, o que se reflete também entre os profissionais da<br />

educação. 6<br />

5 DEL PRIORE (2001), ao revisitar a história das crianças em nosso país, constata que o Brasil de hoje<br />

não é o do século retrasado. Mas, sob novas formas, o historiador percebe velhas permanências. A menina<br />

que, no passado, servia de vacina para a sífilis do sinhozinho está, hoje, nas páginas da internet, nos sites<br />

de pornografia infantil. A reação hoje, diferentemente daquela do Inquisidor do século XVIII, não é o<br />

silêncio. Mas o grito de horror.<br />

6 FOLGATO (2007) explica que muitos educadores tem medo de se envolver e ser chamados a depor, por<br />

acreditar que tal atitude pode piorar a situação do aluno. O resultado é que, hoje, os índices de notificação<br />

para as autoridades competentes são baixíssimos em todo o país.<br />

21

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!