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<strong>da</strong> “Traviata” (quase idênticos aos do prelúdio do II Ato), que<br />

evident<strong>em</strong>ente se ass<strong>em</strong>elham ao encontrado no prelúdio para o I<br />

Ato do “Lohengrin”, <strong>em</strong>bora ressalve que “ao t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que estava<br />

compondo a “Traviata”, Verdi não havia ouvido um compasso sequer<br />

<strong>da</strong> música de Wagner” (Osborne,1970: 272). Essa ressalva de<br />

Osborne favorece um tipo de análise mais profun<strong>da</strong> e que leva <strong>em</strong><br />

consideração os complexos processos técnico-estéticos que<br />

predominavam na ópera italiana na segun<strong>da</strong> metade do século XIX,<br />

e que não se restringiam apenas a esses dois compositores.<br />

Em todos os ex<strong>em</strong>plos citados, no entanto, os respectivos prelúdios<br />

possu<strong>em</strong>, ao contrário do de Gomes, pouca autonomia enquanto<br />

forma sinfônica, pois há interesse <strong>em</strong> desenvolver sua estrutura<br />

interna além <strong>da</strong> função de preparar ou ambientar a cena à qual<br />

serv<strong>em</strong> de introdução. Para o prelúdio do III Ato do “Côndor”, Gomes,<br />

<strong>em</strong>bora também prepare e antecipe t<strong>em</strong>aticamente a cena seguinte,<br />

cria uma sóli<strong>da</strong> estrutura t<strong>em</strong>ática interna conferindo-lhe uma<br />

conformação sinfônica autônoma, como ver<strong>em</strong>os a seguir na análise<br />

t<strong>em</strong>ática e motívica dessa peça orquestral.<br />

O caráter de preparação para a cena inicial do último ato do prelúdio<br />

“Côndor” foi reconhecido pela crítica já cita<strong>da</strong> do jornal Il Secolo,<br />

que o definiu como “uma página ver<strong>da</strong>deiramente gentil,<br />

apaixona<strong>da</strong>, de rara elegância instrumental e que prepara muito<br />

b<strong>em</strong> as peripécias que conclu<strong>em</strong> a ópera” (Carvalho,s.d.).<br />

Evident<strong>em</strong>ente, o crítico italiano está se referindo às largas frases<br />

melódicas presentes nessa pequena peça orquestral, que suger<strong>em</strong><br />

o lamento apaixonado de O<strong>da</strong>lea, enquanto espera seu amado<br />

Côndor, e o comentário de seu paj<strong>em</strong> Adin <strong>em</strong> forma de serenata.<br />

A intenção de criar o ambiente <strong>em</strong> que se desenvolverá a cena<br />

também se encontra claramente determina<strong>da</strong> e pode ser observa<strong>da</strong><br />

na indicação cênica para o início desse ato final do “Côndor”, onde<br />

se lê:<br />

Revista Opus 12 - 2006<br />

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