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Ao lado destas colocações, vale ressaltar que a música enquanto<br />

manifestação artística está envolta <strong>em</strong> um grande aparato cultural,<br />

compreendendo sua matéria prima, seus meios de produção e<br />

divulgação, sua linguag<strong>em</strong> própria, seus locais de transmissão e/<br />

ou representação, etc. Essa arte é constituí<strong>da</strong>, portanto, por<br />

el<strong>em</strong>entos culturais tão imprescindíveis quanto os próprios<br />

el<strong>em</strong>entos materiais. Nas palavras de Jorge Coli “não há dúvi<strong>da</strong><br />

que o trabalho sobre a matéria, a habili<strong>da</strong>de artesanal, o domínio<br />

sobre o fazer são el<strong>em</strong>entos constitutivos essenciais <strong>da</strong> arte, mas<br />

eles repousam sobre um pressuposto anterior: o <strong>da</strong> transformação<br />

<strong>da</strong> matéria numa expressão cultural específica” (Coli, 1984, p.118).<br />

Some-se a isso o fato de que uma análise será influencia<strong>da</strong> pela<br />

própria característica do analista, quer seja este um musicólogo,<br />

compositor, crítico, intérprete ou historiador, que pod<strong>em</strong> enfatizar<br />

ou minimizar aspectos <strong>da</strong> obra de acordo com seus próprios<br />

interesses. Estas considerações reflet<strong>em</strong> a fragili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> tentativa<br />

de abor<strong>da</strong>r o fenômeno musical desvinculado de fatores externos.<br />

Conclusão<br />

A partir <strong>da</strong>s primeiras déca<strong>da</strong>s do século XX já pode ser vislumbrado<br />

uma espécie de “fechamento de foco” na objetiva teórica, pois os<br />

estudiosos gra<strong>da</strong>tivamente afastam-se dos assuntos globais e<br />

centram-se <strong>em</strong> questões direciona<strong>da</strong>s aos atributos específicos de<br />

determina<strong>da</strong> composição musical, impondo um elevado grau de<br />

especialização <strong>em</strong> seus estudos <strong>em</strong> detrimento <strong>da</strong> redução <strong>da</strong><br />

abrangência do campo teórico. Conseqüent<strong>em</strong>ente, vê-se a<br />

ascensão <strong>da</strong> análise face ao eclipse <strong>da</strong>s teorias globais, apontando,<br />

a princípio, para um maior interesse <strong>em</strong> assuntos composicionais,<br />

ou seja, no que diz respeito à produção artística. Uma frase<br />

sintomática de Kerman sintetiza este estado de coisas: “quando<br />

chegamos a nos interessar pela arte moderna é necessário o<br />

envolvimento com os probl<strong>em</strong>as ligados à sua criação” (1987). A<br />

inserção de novas propostas de reflexão e de especulação acerca<br />

<strong>da</strong> sintaxe musical, <strong>em</strong> última instância, conduziu à discussão sobre<br />

50<br />

Revista Opus 12 - 2006

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