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mencionados. Vale l<strong>em</strong>brar que n<strong>em</strong> todos os el<strong>em</strong>entos pod<strong>em</strong><br />

ser percebidos apenas com a escuta, pois se assim fosse, não<br />

haveria necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> análise. É exatamente a existência de<br />

particulari<strong>da</strong>des ocultas na música e não revela<strong>da</strong>s durante sua<br />

audição que propicia e origina as várias abor<strong>da</strong>gens analíticas. Em<br />

razão disto, a análise não pode tratar-se de um processo intuitivo.<br />

O analista deve basear-se <strong>em</strong> técnicas ou métodos que o permitam<br />

decidir seguramente sobre os parâmetros musicais postos <strong>em</strong> jogo,<br />

b<strong>em</strong> como, as funções que estes adquir<strong>em</strong> no discurso musical.<br />

Deste modo, a análise apresenta-se como uma ativi<strong>da</strong>de<br />

essencialmente intelectual, possibilitando ao analista abster-se de<br />

preocupações de sentimento ou expressão <strong>em</strong> termos<br />

extramusicais.<br />

No entanto, considerações sobre música <strong>em</strong> si mesma necessitam<br />

de um agente externo para interpretar o fenômeno, o analista. Esta<br />

exigência aumenta o probl<strong>em</strong>a <strong>da</strong> restrição do processo analítico à<br />

música nela mesma, já que a música age no intelecto do ser humano<br />

que a recebe. Essa característica possibilita a qu<strong>em</strong> interpreta o<br />

fenômeno confrontá-lo de duas maneiras: psico-sensória e<br />

funcionalmente. O aspecto psico-sensório tratará de como a música<br />

é percebi<strong>da</strong> pela mente humana, r<strong>em</strong>etendo a questões cognitivas,<br />

psicológicas, neurológicas, estéticas, entre outras. O funcional<br />

tenderá a tratar de sua utili<strong>da</strong>de e/ou finali<strong>da</strong>de, o que implicaria<br />

<strong>em</strong> acolher estudos ligados à sociologia, história, antropologia,<br />

filosofia, etc. Assim, valeria a questão: a música <strong>em</strong> si é aquela<br />

ouvi<strong>da</strong> por um sujeito ou trata-se <strong>da</strong>quela fabrica<strong>da</strong> pelo compositor<br />

e <strong>impressa</strong> no papel? Consciente dessas implicações, Bent admite<br />

que “a análise musical engloba um amplo número de ativi<strong>da</strong>des<br />

diversas, que representam diferentes visões <strong>da</strong> natureza <strong>da</strong> música,<br />

dificultando uma definição dentro de seus próprios limites” (2001,<br />

p. 1). Essa situação aponta para o paradoxo <strong>da</strong> análise musical:<br />

pretender analisar racional e objetivamente um fenômeno <strong>em</strong>ocional<br />

e subjetivo.<br />

Revista Opus 12 - 2006<br />

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