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a intenção de descobrir a coerência interna de uma obra que já se<br />

sabia coerente. Este aspecto é comentado por Dahlhaus quando<br />

ele trata de análises do tipo descritiva, ou seja, análises<br />

taxionômicas. Apontando para a inutili<strong>da</strong>de destas tautologias,<br />

argumenta que estas revelam muito acerca <strong>da</strong> teoria e quase na<strong>da</strong><br />

a respeito <strong>da</strong> obra. Segundo ele, não basta apenas isolar (abstrair<br />

de el<strong>em</strong>entos rítmicos, por ex<strong>em</strong>plo) e enumerar os acordes,<br />

outrossim, é preciso que o caráter individual <strong>da</strong> estrutura harmônica<br />

e suas relações seja “expressamente d<strong>em</strong>onstrado e articulado por<br />

uma interpretação <strong>da</strong> análise: uma análise de segun<strong>da</strong> ord<strong>em</strong>”<br />

(1983, p. 9. Grifo meu).<br />

Entretanto, o outro lado <strong>da</strong> moe<strong>da</strong> pode ser representado pela<br />

vontade dos músicos <strong>em</strong> ater<strong>em</strong>-se a questões musicais, ou seja,<br />

tratar a música primordialmente <strong>em</strong> seus próprios termos, ao invés<br />

de relevar abor<strong>da</strong>gens paralelas. Kinton resume esse estado de<br />

coisas <strong>da</strong> seguinte maneira: “nós t<strong>em</strong>os uma crítica musical<br />

ideológica, uma crítica musical f<strong>em</strong>inista, uma crítica musical<br />

hermenêutica, porém, não t<strong>em</strong>os uma crítica musical musical”<br />

(Kinton, 2004). Mas mesmo esse afã <strong>em</strong> “falar <strong>da</strong> música na música”<br />

conduziria à sobrevalorização <strong>da</strong>s ferramentas analíticas, pois “a<br />

análise parece muito ocupa<strong>da</strong> com suas próprias técnicas internas,<br />

muito fascina<strong>da</strong> pela sua lógica peculiar e extr<strong>em</strong>amente tenta<strong>da</strong><br />

por seus próprios pe<strong>da</strong>ntismos privados para confrontar a obra de<br />

arte sob seus próprios termos estéticos” (Kerman, 1980, p. 312). E<br />

esta constatação pode explicar a cita<strong>da</strong> independência adquiri<strong>da</strong><br />

pela disciplina análise musical.<br />

Existe a música <strong>em</strong> si mesma?<br />

A música considera<strong>da</strong> <strong>em</strong> si mesma refere-se à análise dos<br />

el<strong>em</strong>entos que integram sua estrutura, como motivos, frases,<br />

períodos, seções, escalas, tonali<strong>da</strong>de, modulações, regiões,<br />

aspectos melódicos, harmônicos, polifônicos, texturais, rítmicos,<br />

entre uma série de outros componentes que poderiam também ser<br />

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Revista Opus 12 - 2006

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