download da versão impressa completa em pdf - anppom
download da versão impressa completa em pdf - anppom
download da versão impressa completa em pdf - anppom
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
abarcando desde as práticas mo<strong>da</strong>is medievais e renascentistas,<br />
passando pelo período tonal até o advento <strong>da</strong>s novas estéticas do<br />
século XX, quando estas teorias começam a se tornar ineficazes<br />
na descrição dos processos harmônicos. Neste ponto, porém, o<br />
enfoque do autor parece um tanto exagerado ao eleger a tonali<strong>da</strong>de<br />
como objeto central do estudo. Amparado pelas idéias do musicólogo<br />
Rudolph Réti, Corrêa substitui por várias vezes o termo "mo<strong>da</strong>lismo"<br />
por "tonali<strong>da</strong>de melódica", arrastando to<strong>da</strong> a música <strong>da</strong> I<strong>da</strong>de Média<br />
e do Renascimento para dentro de um contexto no qual as idéias<br />
de direcionali<strong>da</strong>de e centro tonal têm papel preponderante. Este<br />
ponto de vista se justifica na medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que este repertório préclássico<br />
já apresenta uma clara hierarquia entre as alturas, mas<br />
mereceria uma mais ampla discussão, de modo a deixar claras certas<br />
diferenças essenciais que existiriam entre o que seria esta tonali<strong>da</strong>de<br />
melódica e a tonali<strong>da</strong>de harmônica, tradicionalmente assim<br />
intitula<strong>da</strong>. Este capítulo inclui ain<strong>da</strong> uma vasta revisão dos tratados<br />
sobre harmonia, abrangendo desde os históricos até alguns dos<br />
mais recent<strong>em</strong>ente publicados.<br />
Após este panorama histórico, o autor parte para a discussão de<br />
dois tópicos centrais no estudo <strong>da</strong> harmonia tonal: a oposição entre<br />
consonância e dissonância e o conceito de função harmônica. Da<br />
mesma maneira simples e didática, Corrêa recorre novamente à<br />
história para apresentar a trajetória <strong>da</strong> idéia de dissonância, desde<br />
o t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que elas recebiam um tratamento diferenciado nas<br />
composições até sua <strong>em</strong>ancipação na vira<strong>da</strong> do século XIX para o<br />
XX. Fun<strong>da</strong>mentando-se <strong>em</strong> uma vasta bibliografia, o autor analisa<br />
de maneira profun<strong>da</strong> os caminhos que seguiu esta <strong>em</strong>ancipação e<br />
os níveis <strong>em</strong> que ela se deu, não se limitando a repetir como as<br />
notas melódicas se "fixaram" nos acordes, mas também<br />
d<strong>em</strong>onstrando como as relações harmônicas e as modulações a<br />
regiões ca<strong>da</strong> vez mais distantes favoreceram as sonori<strong>da</strong>des<br />
dissonantes e até contribuíram para uma relativização <strong>da</strong>s<br />
consonâncias.<br />
200<br />
Revista Opus 12 - 2006