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todo e aqui, mais do que nas outras duas peças esta imag<strong>em</strong><br />
confunde-se com a estratégia composicional. Porque a única<br />
estratégia é a economia de material, e a imag<strong>em</strong> de notas joga<strong>da</strong>s<br />
ao vento é literal.<br />
Coincide com as outras duas peças no uso do pe<strong>da</strong>l s<strong>em</strong>pre<br />
ressonante, mas a economia de material t<strong>em</strong> algumas marcas que<br />
também ressoa as mesmas estratégias <strong>da</strong>s outras duas peças. Na<br />
economia de material, com foco maior no que respeito às alturas,<br />
digamos que exist<strong>em</strong> el<strong>em</strong>entos marcantes: nunca usar graus<br />
conjuntos mais de duas vezes segui<strong>da</strong>s, favorecer saltos e <strong>em</strong>pregar<br />
no mais <strong>da</strong>s vezes os intervalos de terça, segun<strong>da</strong> e suas inversões,<br />
quase nunca usar oitavas apenas a repetição de notas quase como<br />
para desenhar um pe<strong>da</strong>l ou suspensão (ao longo <strong>da</strong> peça o<br />
compositor deixa escapar duas oitavas, quase como que por um<br />
pequeno descuido, afinal de contas não havia um plano prévio, se<br />
b<strong>em</strong> que tais pequenos descuidos cosntintu<strong>em</strong>-se <strong>em</strong> pequenas<br />
irregulari<strong>da</strong>des que colaboram no plano motor <strong>da</strong> peça, como as<br />
notas troca<strong>da</strong>s <strong>em</strong> Marisa Rezende).<br />
Se há um plano localizável ele é a direcionali<strong>da</strong>de e diz respeito ao<br />
aumento na proporção do uso de alguns intervalos, como a quarta,<br />
a quinta e o trítono. Mas este movimento é recorrente desenhando<br />
a seqüência aumento, diminuição e novo aumento.<br />
Se na peça de Willy Corrêa t<strong>em</strong>os um contínuo de fluxo na métrica<br />
quase homogênea; se na peça de Marisa Rezende distinguimos<br />
três momentos e suas transições; agora t<strong>em</strong>os uma ausência deste<br />
jogo de continui<strong>da</strong>de minimalista ou <strong>da</strong>s transições pós-romanticas<br />
e digamos que música assume mais uma textura weberniana <strong>em</strong><br />
que t<strong>em</strong>po e espaço coincid<strong>em</strong> através <strong>da</strong> distribuição quase igual<br />
<strong>da</strong>s notas na tesssitura. A peça é assim um grande móbile que ora<br />
oscila mais, ora menos, na dependência <strong>da</strong> força do vento. 15<br />
Revista Opus 12 - 2006<br />
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