Aline Moraes Oliveira

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trabalhamos com a edição de 1974 e com a quadragésima terceira edição que saiu em 2003, de Rocha Lima. Cabe dizer que ao longo da dissertação acrescentaremos dados dessa mesma ordem quando se fizer necessário, ao citarmos outras obras. Jeronymo Soares Barbosa (1861:132) conceitua o verbo como uma parte conjunctiva do discurso, a qual serve para o attributo da proposição com seu sujeito debaixo de todas suas relações pessoaes e numeraes, enunciando por diferentes modos a coexistência e identidade de um com outro, por ordem aos diferentes tempos e maneiras de existir. (...) D’esta breve analyse do verbo se vê, que sua essencia consiste propriamente na enunciação da coexistencia de uma idéia, que já para isso tem palavras destinadas nos substantivos e adjectivos que se nomeiam. Em 1930, Gomes, em sua vigésima edição, considera o verbo como “a palavra que exprime acto, phenomeno ou estado em realização passada, presente ou futura”. Cândido Jucá Filho (1945: 41 - 42), na segunda edição da Gramática Brasileira do Português Contemporâneo, assegura que “na noção de verbo está contida está noção de relação”. A relação a qual o autor faz menção é a relação dos seres com outros seres. Almeida (1952: 158 – 89) trabalha com critérios semântico-morfológicos para definir verbo, como: Sabemos ser o verbo toda palavra que indica ação. Quem escreve, quem desenha, quem pinta, quem anda, quem quebra, quem olha, quem abre, quem fecha pratica ações diversas: ação de escrever, ação de desenhar (...), ações expressas por palavras que se denominam verbos. (...) os verbos possuem quatro tipos de flexão: flexão temporal, flexão modal, flexão numérica e flexão pessoal. (...) conjugar um verbo é, pois, recitá-lo em todos os tempos, modos, números e pessoas. Para João de Barros (1957: 25), o verbo, “segundo definição de todos os gramáticos, é ua voz ou palavra que demonstra obrar algua cousa, o qual não se declina como o nome e pronome per casos, mas conjuga-se per modos e tempos”. Para o gramático, o verbo é a palavra que demonstra um fazer. De acordo com a gramática de Maciel (1922: 135), cuja primeira edição é de 1910, o verbo se define como 42

uma palavra de tempo que serve para afirmar e exprimir simultaneamente um fato (...) e cuja descrição deve atender às condições de: a) predicação (...); b) personalidade (...); c) conjugação, isto é, a sistematização de suas formas regulares e irregulares. A Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), de 1958, a partir da comissão formada estudiosos renomados por suas obras e pela posição que ocupavam na hierarquia de estudos sobre língua e gramática (entre eles, Antenor Nascentes, Rocha Lima e Celso Cunha) estabeleceu uma espécie de divisão esquemática dos conteúdos gramaticais, unificando e fixando, para uso escolar, a nomenclatura a ser usada pelos professores; em 1959, no governo Juscelino Kubitschek, uma portaria recomendou sua adoção em todo o território nacional. Vale ressaltar que ela foi concebida com base nos conhecimentos de 1958 e que os gramáticos da comissão, embora de renome, eram de formação tradicional e imprimiram nessa nomenclatura as suas concepções. Apesar da terminologia imposta, nossos gramáticos, pós NGB mantêm definições e classificações divergentes. Seguindo o registro de estudos gramaticais, temos que “verbo é a palavra variável que serve para exprimir ação, estado ou fenômeno; declara o que acontece, como alguém ou alguma coisa é, como está ou o que faz” de acordo com a Nova Gramática Portuguêsa (Lições Práticas e Exercícios) de Freitas (1965). O autor ainda acrescenta que “para conhecer se uma palavra é verbo, basta verificar se é possível juntar-lhe um dos pronomes pessoais (eu, tu, êle ou ela, nós, vós, êles ou elas)”. A Gramática Normativa da Língua Portuguesa, que tem sua primeira edição publicada em 1944 por Silveira Bueno, classifica verbo, na sétima edição, como “a palavra com que declaramos ação, estado ou qualidade, em geral, dum sujeito” e ainda acrescenta em nota que “há verbos sem sujeito, (...), e, neste caso, não podemos dizer que a ação, o estado ou a qualidade sejam atribuídos a um ser 43

trabalhamos com a edição de 1974 e com a quadragésima terceira edição que saiu<br />

em 2003, de Rocha Lima. Cabe dizer que ao longo da dissertação acrescentaremos<br />

dados dessa mesma ordem quando se fizer necessário, ao citarmos outras obras.<br />

Jeronymo Soares Barbosa (1861:132) conceitua o verbo como<br />

uma parte conjunctiva do discurso, a qual serve para o attributo da<br />

proposição com seu sujeito debaixo de todas suas relações pessoaes e<br />

numeraes, enunciando por diferentes modos a coexistência e identidade de<br />

um com outro, por ordem aos diferentes tempos e maneiras de existir.<br />

(...)<br />

D’esta breve analyse do verbo se vê, que sua essencia consiste<br />

propriamente na enunciação da coexistencia de uma idéia, que já para isso<br />

tem palavras destinadas nos substantivos e adjectivos que se nomeiam.<br />

Em 1930, Gomes, em sua vigésima edição, considera o verbo como “a palavra que<br />

exprime acto, phenomeno ou estado em realização passada, presente ou futura”.<br />

Cândido Jucá Filho (1945: 41 - 42), na segunda edição da Gramática Brasileira do<br />

Português Contemporâneo, assegura que “na noção de verbo está contida está<br />

noção de relação”. A relação a qual o autor faz menção é a relação dos seres com<br />

outros seres.<br />

Almeida (1952: 158 – 89) trabalha com critérios semântico-morfológicos para definir<br />

verbo, como:<br />

Sabemos ser o verbo toda palavra que indica ação. Quem escreve, quem<br />

desenha, quem pinta, quem anda, quem quebra, quem olha, quem abre,<br />

quem fecha pratica ações diversas: ação de escrever, ação de desenhar<br />

(...), ações expressas por palavras que se denominam verbos.<br />

(...)<br />

os verbos possuem quatro tipos de flexão: flexão temporal, flexão modal,<br />

flexão numérica e flexão pessoal.<br />

(...) conjugar um verbo é, pois, recitá-lo em todos os tempos, modos,<br />

números e pessoas.<br />

Para João de Barros (1957: 25), o verbo, “segundo definição de todos os<br />

gramáticos, é ua voz ou palavra que demonstra obrar algua cousa, o qual não se<br />

declina como o nome e pronome per casos, mas conjuga-se per modos e tempos”.<br />

Para o gramático, o verbo é a palavra que demonstra um fazer. De acordo com a<br />

gramática de Maciel (1922: 135), cuja primeira edição é de 1910, o verbo se define<br />

como<br />

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