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Aline Moraes Oliveira

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2. TRANSITIVIDADE E SUAS ABORDAGENS<br />

Conceituar a transitividade verbal é tarefa tão árdua quanto a de definir o<br />

funcionalismo. Isso pode ser justificado pelos vieses adotados por aqueles que se<br />

dedicaram a esse assunto. É sabido que mesmo as abordagens dos gramáticos de<br />

orientação tradicional apresentam divergências. Portanto, uma compreensão e<br />

descrição do fenômeno da transitividade exige de qualquer lingüista adoção de<br />

critérios claros para a análise que se pretende empreender.<br />

Nessa perspectiva, optamos por historiar os estudos sobre a transitividade verbal<br />

com vistas a evidenciar as diferentes abordagens que vêm recebendo. No final deste<br />

capítulo, no item 2.7, apresentaremos a relevância da perspectiva funcionalista no<br />

tratamento lingüístico da transitividade.<br />

Há muito tempo a transitividade verbal vem sendo pesquisada. Desde os gramáticos<br />

alexandrinos se estuda a transitividade verbal. No entanto, o tempo não foi suficiente<br />

para sanar as dúvidas que esse tema suscita.<br />

É sabido que as gramáticas dos alexandrinos deram início a toda tradição gramatical<br />

do Ocidente. Os primeiros estudos da língua grega surgiram com a tentativa de<br />

evitar que as chamadas “línguas bárbaras” poluíssem o grego clássico. Dessa<br />

forma, teve origem a chamada gramática tradicional.<br />

Um dos primeiros e mais importantes gramáticos alexandrinos foi Dionísio, o Trácio,<br />

(170 a 90 a.C.). Ele preocupou-se com o estudo e sistematização da fonética e da<br />

morfologia do grego clássico, como o utilizado nos poemas de Homero. De acordo<br />

com Neves (2002: 52), “a obra (de Dionísio, o Trácio) abriga apenas a fonética e a<br />

morfologia, desconhecendo a sintaxe”. Somente no século II d.C. apareceria a<br />

preocupação com a sintaxe com Apolônio Díscolo. “O importante lugar que Apolônio<br />

Díscolo ocupa na história das idéias gramaticais no Ocidente assenta-se,<br />

especialmente, no seu tratamento da sintaxe” (NEVES, 2002: 63).<br />

Se o estudo da sintaxe nasce com Apolônio Díscolo, pois ele foi o primeiro<br />

alexandrino a preocupar-se com a relação que as palavras estabeleciam entre si, é<br />

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