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Aline Moraes Oliveira

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Dessa forma, a hipótese da mente modular alcança grande popularidade, sobretudo<br />

a partir da publicação, em 1980, de La modularidad da mente por parte do filósofo<br />

Jerry Fodor, para quem os sistemas modulares eram sistemas de processamento de<br />

domínio específico, encapsulados, inatos, velozes, de processamento superficial,<br />

com padrões ontogenéticos definidos, situados em regiões cerebrais determinadas.<br />

De acordo com os estudiosos que defenderam essa teoria modular, todas essas<br />

propriedades estavam presentes na linguagem. E ainda, trabalhavam com a<br />

perspectiva de que existem padrões em diversas línguas; de que a compreensão e a<br />

produção lingüística ocorrem à grande velocidade; de que se tem identificado áreas<br />

do cérebro especializadas em seu processamento; e de que existem problemas<br />

específicos como os distintos tipos de afasia, entre outros. Na versão tradicional, os<br />

aspectos mais complexos da compreensão lingüística (por exemplo, o<br />

reconhecimento de um ato de falar indiretamente) se processaram em sistemas<br />

centrais de domínio geral capazes de considerar informação proveniente de diversas<br />

modalidades: o módulo lingüístico se limitara a um processamento de soma das<br />

orações.<br />

O aspecto mais notável do debate atual a respeito da modularidade e do inatismo é<br />

que este tem se apoiado em dados aportados por diversas ciências da mente e da<br />

conduta, abrindo um campo multidisciplinar definido antes pela natureza dos<br />

problemas que pelas fronteiras disciplinares. Jackendoff (1993) e Pinker (1994),<br />

principalmente, apresentam sínteses dessa discussão, com um viés favorável ao<br />

formalismo.<br />

Os estudos de aquisição da linguagem vêm descobrindo a existência de períodos<br />

críticos diferenciados para a aprendizagem do nível fonológico e sintático; em outras<br />

palavras, a presença de certos períodos relativamente fixos na vida da criança<br />

durante os quais ela pode aprender o sistema fonológico e o sistema sintático de<br />

sua língua materna (Jackendoff, 1993; Pinker, 1994; Carroll, 1994; entre outros). O<br />

interessante é que o período é muito mais breve para o “aprendizado” da fonologia<br />

que da sintaxe. No entanto, mesmo se as crianças tivessem um período geral de<br />

aprendizagem, os dados parecem centrar-se na idéia de que esses períodos são<br />

sensíveis ao domínio do conhecimento e se ligam a processos biológicos mais<br />

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