Aline Moraes Oliveira
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lingüísticas, como unidades de sinal, suscitam respostas a uma situação<br />
entre os interlocutores, o significado é apenas um estímulo e uma reação<br />
verbal. (...) Na década de 60, Chomsky propôs uma teoria transformacional<br />
e gerativa, ou Gerativismo. Elaborou uma teoria geral, através da qual<br />
introduziu conceitos fundamentais de sua lingüística. Sua concepção de<br />
língua considera a capacidade do falante de exprimir pensamentos através<br />
das frases.<br />
Pensar o gerativismo é pensar também o formalismo, mas não necessariamente<br />
pensar o formalismo é pensar o gerativismo, reflete <strong>Oliveira</strong> (2004)<br />
Gerativistas são certamente formalistas porque além da autonomia da<br />
sintaxe enxergam a linguagem como um cálculo, mas nem todo formalista é<br />
gerativista. Não é possível traduzir formalismo na lingüística por gerativismo<br />
(= defensor da autonomia da sintaxe), porque há formalistas descrevendo<br />
línguas naturais que não coadunam com a tese da autonomia (OLIVEIRA,<br />
2004: 220).<br />
Os formalistas atêm-se ao princípio de que a linguagem é concebida como um<br />
sistema autônomo, que permite análises produtivas sem levar em consideração a<br />
dimensão social e comunicativa. Isso não quer dizer que os formalistas excluam a<br />
idéia de que a comunicação lingüística é um processo complexo que implica a<br />
intervenção de fatores externos à estrutura lingüística. Como exemplo, podemos<br />
citar fenômenos como a metáfora, que implica dimensões de conhecimento de<br />
mundo, valores e princípios pragmáticos de comunicação e interação social, entre<br />
outros, para que a compreensão da linguagem em uso se concretize.<br />
Para os formalistas, é necessário estabelecer uma distância entre o conhecimento<br />
lingüístico do falante – a competência – e o uso efetivo deste conhecimento em<br />
situações comunicativas dadas – a atuação. Dessa maneira, a investigação<br />
lingüística deve centrar-se na caracterização da competência, relegando a um<br />
segundo plano a atuação lingüística, que está submetida a múltiplas variáveis<br />
difíceis de precisar e que, de alguma maneira, dependem da competência.<br />
Dada a centralidade da linguagem em nossa espécie, a compreensão do seu<br />
componente nuclear permitirá iluminar na base sua organização interna, sobretudo,<br />
a maneira com que a mente humana se estrutura: a arquitetura da cognição. Neste<br />
sentido, a linguagem poderá ser concebida como um domínio privilegiado cujas<br />
análises são concernentes à psicologia humana.<br />
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