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Aline Moraes Oliveira

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desempenhar um papel predominante, e o formalismo, no qual a análise da<br />

forma lingüística parece ser primária, enquanto os interesses funcionais são<br />

apenas secundários.<br />

Para os funcionalistas, o enfoque da linguagem como um instrumento de interação<br />

social tem por objetivo revelar a instrumentalidade da linguagem em termos de<br />

situações sociais. Na linha de Dik (1989: 2), Pezatti (2004: 168) ressalta que “o<br />

compromisso principal do enfoque funcionalista é descrever a linguagem não como<br />

um fim em si mesmo mas como um requisito pragmático da interação verbal”.<br />

Na tentativa de definir ou de delinear as correntes lingüísticas que nos serviram de<br />

apoio, ancoramo-nos na visão de Dillinger (1991). O autor assegura que o<br />

formalismo se refere ao estudo das formas lingüísticas; e que o funcionalismo se<br />

refere ao estudo do significado e do uso das formas lingüísticas em atos<br />

comunicativos, ou seja, o formalismo trabalha com a perspectiva de que a língua é<br />

um sistema autônomo, enquanto o funcionalismo trabalha com a perspectiva de que<br />

a língua é um sistema não-autônomo, inserido em um contexto de interação social.<br />

Uma gramática na perspectiva formal trata da estrutura sistêmica das formas de uma<br />

língua, ou seja, os formalistas “estudam a língua como objeto descontextualizado,<br />

preocupando-se com suas características internas” (NEVES, 1997: 40 - 41). Uma<br />

gramática funcional, entretanto, analisa a relação sistêmica entre as formas e a<br />

função em uma língua. Os funcionalistas<br />

se preocupam com as relações (ou funções) entre a língua como um todo e<br />

as diversas modalidades da interação social, e não tanto com as<br />

características internas da língua; frisam assim a importância do papel do<br />

contexto, em particular do contexto social, na compreensão da natureza das<br />

línguas (NEVES, 1997: 41).<br />

Dentro desse panorama geral que versa sobre os dois modelos teóricos, podemos<br />

ainda acrescentar que os formalistas estudam os fenômenos lingüísticos dentro do<br />

próprio sistema da língua e que criticam os funcionalistas por incluírem em seus<br />

estudos fenômenos psicológicos e sociológicos. Os formalistas entendem que esse<br />

método de trabalho fere o princípio da autonomia da Lingüística em relação às<br />

outras ciências, pois eles acreditam que se estudarem os fenômenos dentro do<br />

próprio sistema da língua e se deixarem os fenômenos psicológicos e sociais que<br />

estejam relacionados com os fenômenos lingüísticos para psicólogos e sociólogos<br />

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