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Aline Moraes Oliveira

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A dêixis diz respeito às maneiras pelas quais as línguas codificam ou<br />

gramaticalizam traços do contexto da enunciação ou do evento de fala, e,<br />

portanto, também diz respeito a maneiras pelas quais a interpretação de<br />

enunciações depende da análise desse contexto de enunciação<br />

(LEVINSON, 2007: 65).<br />

A inferência está ligada ao fato de certos enunciados terem a propriedade de<br />

implicar outros, ou seja, à capacidade de as pessoas entenderem uma expressão<br />

não literalmente dada, de compreenderem mais do que as expressões significam, de<br />

perceberem por que um falante utiliza ora a maneira direta, ora a indireta de dizer<br />

algo (FIORIN, 2002).<br />

A teoria que abarca esses dois fenômenos lingüísticos – a dêixis e a inferência – que<br />

muito nos serão úteis, é a pragmática. Ela também elenca outros conhecimentos<br />

como os de implícitos e de referenciação, que são tratados pela Teoria dos Atos de<br />

Fala, de Austin e Searle.<br />

De acordo com Lins (2002),<br />

As ações praticadas via enunciados são de modo geral chamadas de atos<br />

de fala e, mais especificamente, de pedido, cumprimento, desculpa, convite,<br />

promessa, resposta, e outros. Esses diferentes tipos de atos de fala estão<br />

relacionados à intenção comunicativa do falante, quando produz um<br />

enunciado (LINS, 2002:56).<br />

Mateus et al. (1989) discorrem sobre a necessidade de se fazer uma gramática que<br />

englobe fatores pragmáticos, ou seja, a gramática deverá mostrar “as regras” a partir<br />

da incidência de uso e ainda, justificar o uso de uma ou de outra estrutura.<br />

Imprescindível para uma gramática seria, então, considerar fatores que intervêm na<br />

atividade lingüística, para que a análise gramatical, de modo a descrever<br />

adequadamente uma língua, seja, no mínimo, satisfatória; além disso, não pode ter<br />

exclusivamente como unidade básica de análise a frase. Dessa maneira, nota-se<br />

que semântica e pragmática encontram-se bastante próximas, sendo difícil dissociá-<br />

las.<br />

A origem do termo lingüística textual pode ser encontrada em Coseriu (1955),<br />

segundo Fávero e Koch (1988), mesmo que no sentido que lhe é atualmente<br />

atribuído tenha sido empregado pela primeira vez por Weinrich (1966,1967). As<br />

autoras (1988) observam que as principais causas do surgimento das gramáticas<br />

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