13.04.2013 Views

Entre uma carta e outra.pmd - Teia Notícias

Entre uma carta e outra.pmd - Teia Notícias

Entre uma carta e outra.pmd - Teia Notícias

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Porém, apenas na décima página, ou seja, mais de noventa links de reportagens<br />

depois, foi encontrada a primeira matéria cujo assunto não era greve. Foi<br />

constatado então que a maioria esmagadora das notícias relacionadas a esses<br />

trabalhadores só surgem quando ocorrem greves. Em <strong>uma</strong> enquete, realizada<br />

rapidamente com dez pessoas, a palavra “greve” foi associada com unanimidade<br />

quando a pergunta era: Qual a primeira coisa que vem em seu pensamento quando<br />

você ouve a palavra “carteiro”?<br />

No projeto inicial do livro, as greves realizadas e as notícias sobre elas<br />

publicadas não teriam muita importância e nem seriam utilizadas como pauta<br />

na hora de entrevistar os personagens e produzir os textos. <strong>Entre</strong>tanto, durante<br />

as entrevistas com os carteiros, <strong>uma</strong> greve foi instaurada. No começo eu não<br />

sabia dizer se as paralisações dos trabalhos ajudariam ou atrapalhariam. Hoje,<br />

com todos os personagens entrevistados, perfis escritos e <strong>Entre</strong> <strong>uma</strong> <strong>carta</strong> e <strong>outra</strong><br />

– Cinco histórias no mesmo tempo pronto, posso afirmar com toda a certeza que<br />

os protestos feitos pelos carteiros foram positivamente importantes para a<br />

realização deste livro.<br />

Digo que foi positivo, pois antes da greve encontrei <strong>uma</strong> dificuldade maior<br />

para realizar as entrevistas, <strong>uma</strong> vez que o horário de trabalho dos personagens é<br />

das 8 horas até as 18 horas. Com a paralisação de quatorze dias, houve tempo<br />

suficiente, durante o dia e a noite, para os nossos encontros. Sendo que <strong>uma</strong><br />

entrevista foi realizada antes da greve, em um acompanhamento nas ruas de<br />

Santa Felicidade e as <strong>outra</strong>s quatro durante os protestos.<br />

A Greve<br />

Nos últimos cinco anos, foram pelo menos nove greves praticadas pelos<br />

carteiros. Em média, por ano ocorrem quase duas paralisações no estado do<br />

Paraná. A segunda greve deste ano começou no dia 14 de setembro e se encerrou<br />

duas semanas depois, no dia 28. A ideia inicial dos grevistas era bater o recorde<br />

estabelecido em 2007, onde a greve que durou 21 dias foi considerada a maior em<br />

tempo de paralisações dos carteiros.<br />

Neste ano a greve, mais especificamente a segunda, foi motivada por problemas<br />

salariais. Os carteiros reivindicavam <strong>uma</strong> reposição salarial de 41,03%, que<br />

segundo o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR),<br />

corresponde a perdas ocorridas desde agosto de 1994. A Empresa Brasileira de<br />

Correios e Telégrafos ofereceu um reajuste de 4,5%.<br />

Outros aspectos de mudanças foram o reajuste do vale refeição, cuja proposta<br />

da empresa foi de acrescentar R$ 0,90, o aumento linear de R$300 no piso salarial<br />

da categoria, que é de R$ 640, um Plano de Carreiras e Salários que beneficie os<br />

funcionários, segurança armada e portas giratórias nas agências e a redução da<br />

jornada de trabalho.<br />

Acompanhei diariamente e presencialmente todos os dias da greve, mesmo<br />

18

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!