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Jornada dos Anjos - Além do Arco Íris

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- Ninguém me tirará o que conquistei, está entenden<strong>do</strong>? Este império é<br />

meu! Eu o conquistei pedaço por pedaço e ele me pertence! Só a mim...<br />

Sem conseguir respirar, o rapaz desfalecia pouco a pouco e disse, num esforço<br />

derradeiro:<br />

- Ela... o ... envenenou... contra... mim...<br />

Licínio, às gargalhadas, observava o pai consumar o ato homicida. Crispus<br />

desfaleceu e Constantino aban<strong>do</strong>nou-o ao chão, ao mesmo tempo em que o<br />

olhava aterra<strong>do</strong> pelo que acabara de fazer. As últimas palavras <strong>do</strong> filho lhe<br />

suscitaram de imediato à lembrança a conversa que tivera com Fausta antes da<br />

viagem à Pérsia. Teria si<strong>do</strong> engana<strong>do</strong> por ela? Observou o filho sem respirar e<br />

gritou, sentin<strong>do</strong> profunda <strong>do</strong>r no peito:<br />

- O que foi que eu fiz?!<br />

Marco entrou depressa na sala, constatan<strong>do</strong> o que ocorrera.<br />

Rapidamente tirou o impera<strong>do</strong>r dali e levou-o para seus aposentos. Constantino<br />

estava altera<strong>do</strong> e Marco tentava acalmá-lo:<br />

- Não foi sua culpa, não é mesmo? Ele tentava agredi-lo, não foi assim?<br />

- Claro, foi isso. Foi assim que aconteceu.<br />

- Pois então, acalme-se. O senhor é o impera<strong>do</strong>r de Roma! Constantino<br />

sentou-se na cama, respirou fun<strong>do</strong> por três vezes, depois repetiu:<br />

- Sim, eu sou o impera<strong>do</strong>r de Roma. Eu sou o impera<strong>do</strong>r. Eu sou...<br />

Logo outros pediam notícia sobre o ocorri<strong>do</strong> e Marco limitou-se a dizer<br />

que o impera<strong>do</strong>r se defendera da agressão <strong>do</strong> filho, que queria usurpar-lhe o<br />

trono.<br />

Enquanto tentava acalmar-se, Constantino escutava com nitidez a derradeira<br />

afirmação <strong>do</strong> filho - "ela o envenenou contra mim..." -, que se repetia sem<br />

cessar. Sentia-se duplamente traí<strong>do</strong>, pela esposa e por si mesmo, sem ter forças<br />

para reagir. Buscou algum consolo na bebida, mas antes que as festividades<br />

terminassem procurou por Fausta e uma serva lhe informou, desvian<strong>do</strong> os olhos:<br />

- Está nas termas, senhor.<br />

Constantino a encontrou cercada por suas serviçais e pediu que os deixassem<br />

a sós.<br />

- Que prazer vê-lo, meu senhor.<br />

- O que você fez, Fausta?<br />

- Como assim?<br />

- Por que me colocou contra meu filho?<br />

- Ora, senhor, apenas quis proteger-lhe os interesses.<br />

- Os seus interesses, você quer dizer, não é mesmo? Assustada com a expressão<br />

<strong>do</strong> olhar de Constantino, ela começou a gritar:<br />

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