13.04.2013 Views

Jornada dos Anjos - Além do Arco Íris

Jornada dos Anjos - Além do Arco Íris

Jornada dos Anjos - Além do Arco Íris

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

- Água e comida a to<strong><strong>do</strong>s</strong> os prisioneiros. Cuidem <strong><strong>do</strong>s</strong> feri<strong><strong>do</strong>s</strong> e coloquemnos<br />

nos barcos. Vamos voltar imediatamente a Bizâncio.<br />

E silencian<strong>do</strong> por alguns instantes, balbuciou por fim, como se pensasse alto:<br />

- Deixem esse covarde comigo...<br />

Quan<strong>do</strong> adentrou os pesa<strong><strong>do</strong>s</strong> portões de Bizâncio, o impera<strong>do</strong>r encontrou<br />

seus cidadãos a esperá-lo. Não pareciam um povo venci<strong>do</strong>, mas sim um povo<br />

que aguardava ansiosamente por seu impera<strong>do</strong>r. Aquele povo estava cansa<strong>do</strong><br />

<strong><strong>do</strong>s</strong> desman<strong><strong>do</strong>s</strong> e agressões de Licínio e esperavam que ò novo impera<strong>do</strong>r fosse<br />

mais condescendente com eles, pois a fama <strong>do</strong> heroísmo e grandeza de<br />

Constantino a to<strong><strong>do</strong>s</strong> encantava.<br />

Em seu quarto, andan<strong>do</strong> de um la<strong>do</strong> a outro, Constância aguardava angustiada<br />

pelo irmão. Desejava notícias <strong>do</strong> mari<strong>do</strong> e temia pela sua vida. Pressentia<br />

que Licínio estivesse vivo, mas sabia que mesmo que isso fosse verdade, não<br />

era garantia alguma para o futuro de sua família. Estava profundamente abatida.<br />

O filho pediu:<br />

- Por favor, mãe, sente-se. Você parece exausta. Assim não terá forças para<br />

falar com tio Constantino, quan<strong>do</strong> ele chegar.<br />

Constância sentou-se ao la<strong>do</strong> de Juliano e de Helena, e seguran<strong>do</strong> as mãos<br />

<strong>do</strong> rapaz, desabafou:<br />

- Tem razão, meu filho. Estou sen<strong>do</strong> tola. É que sinto que falhei de algum<br />

mo<strong>do</strong>. Não deveria ser assim...<br />

O rapaz obtemperou:<br />

- Ora, mãe, o que está dizen<strong>do</strong>? Não conheço ninguém que tenha ti<strong>do</strong> tanta<br />

paciência e perseverança com outra pessoa, como você com meu pai. Mesmo<br />

sen<strong>do</strong> ele um homem tão rude, você jamais desistiu ou mu<strong>do</strong>u sua conduta<br />

com ele. Como pode ainda sentir-se em falta, seja da forma que for?<br />

Olhan<strong>do</strong> o filho nos olhos, ela respondeu como se olhasse para o infinito:<br />

- Não sei explicar, meu filho... Mas sinto que falhei... Meu dever era ajudar<br />

seu pai a ser, junto de seu tio, o forte pulso <strong>do</strong> império...<br />

Estranhan<strong>do</strong> muito, o rapaz comentou admira<strong>do</strong>:<br />

- Mãe, estou surpreso. Você, envolvida em questões políticas...<br />

- Não se trata disso...<br />

Antes que ela pudesse concluir, Marco entrou no quarto e comunicou, gentil:<br />

- Seu irmão a aguarda, senhora.<br />

Com o coração baten<strong>do</strong> descompassa<strong>do</strong>, ela balbuciou:<br />

- E Licínio...<br />

Abrin<strong>do</strong> a porta para que ela passasse, Marco limitou-se a dizer:<br />

- Ele está vivo.<br />

43

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!