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Jornada dos Anjos - Além do Arco Íris

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- Acha mesmo que é necessário?<br />

- Para mim, é o melhor a fazer. Você não pode deixar passar assim... Afinal,<br />

não sabemos o que de fato está ocorren<strong>do</strong>, não é?<br />

- Não gostaria de fazer isso...<br />

- Eu sei, mas é preciso, Eliana. Devemos ir agora, no horário <strong>do</strong> almoço.<br />

As duas foram até a delegacia, onde o delega<strong>do</strong> as recebeu pessoalmente.<br />

Miran<strong>do</strong> Eliana de alto a baixo, indagou com frio desdém:<br />

- O que querem?<br />

Eliana comunicou a questão da porta arrombada, sem obter <strong>do</strong> delega<strong>do</strong> a<br />

mínima atenção. Ao contrário, antes que finalizasse, ele a interrompeu:<br />

- Esse arrombamento deve ser tramóia sua mesmo!<br />

Eliana ficou muda diante da acusação. Helena levantou-se e interveio, indignada:<br />

- O quê?! Que absur<strong>do</strong> é esse?<br />

- Está queren<strong>do</strong> também o dinheiro <strong>do</strong> seguro, não é? Essa tal creche não<br />

tem seguro?<br />

- Tem, e daí?<br />

- Nem crianças existem lá, e já tem seguro.<br />

- Senhor, está haven<strong>do</strong> algum engano. A nossa instituição atua no bairro há<br />

mais de quinze anos, prestan<strong>do</strong> serviços à comunidade. Nunca houve qualquer<br />

problema, o senhor deve saber <strong>do</strong> histórico.<br />

- Não conheço o bairro. Assumi a delegacia há pouco mais de um ano e tenho<br />

ouvi<strong>do</strong> muitas histórias sobre vocês. Especialmente você, <strong>do</strong>na Eliana, sua<br />

macumbeira desvairada. Para que quer crianças agora? O que pretende fazer<br />

com elas?<br />

Helena ia intervir novamente, quan<strong>do</strong> Eliana a impediu. Sem perder a serenidade<br />

nem desviar os olhos <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>do</strong> delega<strong>do</strong>, falou com firme autoridade<br />

moral:<br />

- Desculpe-me, senhor, mas pode registrar a ocorrência? Incapaz de sustentar-lhe<br />

o olhar, o delega<strong>do</strong> respondeu:<br />

- Vou chamar um escrevente. Ele fará o boletim.<br />

Eliana continuou a fitá-lo, destemida. O celular <strong>do</strong> delega<strong>do</strong> tocou e, quan<strong>do</strong><br />

ele se afastou para atendê-lo, Helena comentou:<br />

- Eliana, esse homem a ofendeu...<br />

- Deixe, Helena, não nos detenhamos nas sombras. Há muita sombra aqui.<br />

Se temos de fazer o <strong>do</strong>cumento, façamos. Eu não quero mais distrações.<br />

Como o escrivão não apareceu, Eliana ergueu-se e foi até ele:<br />

- Por favor, meu filho, estou muito cansada. Pode me atender? Com visível<br />

má vontade, o rapaz preencheu o <strong>do</strong>cumento.<br />

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