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Jornada dos Anjos - Além do Arco Íris

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CINCO<br />

ERA MADRUGADA QUANDO o mensageiro de Constantino alcançou os portões<br />

de Bizâncio. Constância, que se recuperara quase completamente <strong>do</strong> triste<br />

incidente com o mari<strong>do</strong>, deu um pulo na cama e sentou-se, tremen<strong>do</strong>, assustada.<br />

Ofegante, tirou o pequeno crucifixo que trazia junto ao peito e suplicou:<br />

- Mestre Jesus, socorra-me e à minha família. Meu coração está opresso e<br />

me diz que algo sombrio está por acontecer. Ajude-nos, por favor...<br />

Sem compreender por que a <strong>do</strong>r no peito a oprimia tanto, não pôde conter<br />

as lágrimas que lhe desciam pela face alva. Pedin<strong>do</strong> repetidamente o socorro<br />

de Jesus e de seus envia<strong><strong>do</strong>s</strong>, ela finalmente conseguiu acalmar-se e voltou a se<br />

deitar. Entretanto, por mais que tentasse, não conseguia conciliar o sono e revirou-se<br />

na cama até o sol brilhar intenso no céu <strong>do</strong> Mediterrâneo.<br />

Assim que adentrou os portões da fortificada cidade, o mensageiro <strong>do</strong> Augusto<br />

<strong>do</strong> Ocidente deu de comer ao seu cavalo e descansou brevemente. Tinha<br />

ordens de seu general para retornar com a resposta de Licínio tão logo a obtivesse.<br />

Quan<strong>do</strong> o dia amanheceu, <strong>do</strong>is solda<strong><strong>do</strong>s</strong> da guarda pessoal <strong>do</strong> impera<strong>do</strong>r<br />

vieram buscá-lo:<br />

- O impera<strong>do</strong>r Licínio irá recebê-lo agora. Acompanhe-nos.<br />

Prontamente o mensageiro os seguiu até o impera<strong>do</strong>r. Ajoelha<strong>do</strong> diante <strong>do</strong><br />

grande general que dividia o poder <strong>do</strong> império romano com Constantino, o<br />

jovem permaneceu cala<strong>do</strong>, aguardan<strong>do</strong> as instruções <strong>do</strong> soberano, que depois<br />

de longo silêncio indagou:<br />

- O que quer Constantino?<br />

- Os sármatas ameaçam nossa fronteira, senhor, e Constantino pede autorização<br />

para cruzar seu território, a fim de surpreender o inimigo, antes que este<br />

avance sobre Roma.<br />

- O quê? Que estratégia ridícula é essa de seu impera<strong>do</strong>r? O que ele pretende?<br />

Vamos, responda!<br />

Sem erguer os olhos, o rapaz apenas disse:<br />

- Eu não sei, senhor. A única orientação que recebi foi para pedir-lhe a autorização<br />

e retornar imediatamente com sua resposta.<br />

Licínio sorriu, cínico, e insistiu:<br />

- Não sabe? Tem certeza? Vociferou então, com o rapaz:<br />

- Vamos, diga o que Constantino planeja! Você não é um solda<strong>do</strong>? Deve<br />

saber, então.<br />

Trêmulo, o rapaz redarguiu:<br />

- Eu não sei, senhor, apenas cumpro ordens.<br />

30

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