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Jornada dos Anjos - Além do Arco Íris

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- Não vamos almoçar? Preciso sair daqui bem forte... Stephanie, que tinha<br />

o olhar perdi<strong>do</strong>, parecia não ouvir o mari<strong>do</strong>. Ele insistiu.<br />

- O almoço está pronto? Estou com fome.<br />

Como se despertasse daquele pesadelo, Stephanie levantou-se e respondeu:<br />

- Está tu<strong>do</strong> pronto, claro. Pode sentar-se para almoçar.<br />

- Vou auxiliá-la com a mesa.<br />

Durante a refeição, Eric fez o possível para comer normalmente, enquanto<br />

Stephanie, depois de alimentar o filho, ergueu-se e foi para a pia. O mari<strong>do</strong><br />

indagou:<br />

- Não vai comer nada?<br />

- Mais tarde.<br />

Eric ficou em silêncio. Sabia que, como ele, Stephanie se empenhava o<br />

mais que podia para evitar o desespero. Cada segun<strong>do</strong> que passava era como<br />

uma lança penetran<strong>do</strong> o coração dela. Como nunca em toda a sua vida, desejou<br />

que o tempo parasse naquele momento. Não suportava pensar que dentro em<br />

pouco veria seu mari<strong>do</strong> sair, partin<strong>do</strong> para uma guerra, em algum lugar distante<br />

de casa. Os <strong>do</strong>is juntos prepararam uma pequena mochila com os pertences<br />

essenciais que deveria levar e ele colocou ali também a Bíblia. Sentin<strong>do</strong> a hora<br />

se aproximar, Stephanie não conseguia conter o pranto incessante que rolava<br />

silencioso pelo seu rosto. Sua <strong>do</strong>r era profunda. Eric despediu-se <strong>do</strong> filho com<br />

um longo abraço. Depois, ela o acompanhou até a varanda e o abraçou com<br />

extrema<strong>do</strong> carinho. Beijou-lhe a face, depois a testa, depois os lábios e pediu:<br />

- Cuide-se, meu amor. E lembre-se de que eu o amo mais <strong>do</strong> que tu<strong>do</strong>. Você<br />

é a luz da minha vida.<br />

Ele limpou as lágrimas que desciam pela face da esposa e insistiu:<br />

- Seja forte, Stephanie. Confie em Deus.<br />

- Vou tentar, Eric. Não posso compreender por que essa guerra estúpida está<br />

acontecen<strong>do</strong>... Mas vou tentar...<br />

- Lembre-se de que Deus nada tem a ver com o desatino <strong><strong>do</strong>s</strong> homens. Essa<br />

guerra é estúpida, concor<strong>do</strong>, e é uma guerra feita pelos homens.<br />

- Só que Deus permite.<br />

- Ele nos deu a liberdade, que nos é tão preciosa. Faça bom uso dela, Stephanie.<br />

Buscan<strong>do</strong> no íntimo to<strong>do</strong> o vigor possível, ela afirmou:<br />

- Eu farei, queri<strong>do</strong>.<br />

Eric beijou-a e se despediu. Enquanto a carroça transportan<strong>do</strong> os recémrecruta<strong><strong>do</strong>s</strong><br />

partia, Stephanie fixou o olhar no mari<strong>do</strong>, até sua imagem se tornar<br />

invisível. Sentin<strong>do</strong> a <strong>do</strong>r mais profunda que jamais experimentara, olhou para<br />

o céu, depois ajoelhou-se na varanda e pediu:<br />

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