13.04.2013 Views

Jornada dos Anjos - Além do Arco Íris

Jornada dos Anjos - Além do Arco Íris

Jornada dos Anjos - Além do Arco Íris

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

lebrações tradicionais da família. Nessas ocasiões, a mãe não perdia a oportunidade<br />

de <strong>do</strong>ar-lhe amor e simpatia, compreensão e benevolência.<br />

QUARENTA E CINCO<br />

O PEQUENO DANIEL CHORAVA. Stephanie olhou para o berço e, preparan<strong>do</strong><br />

a comida <strong>do</strong> menino, falou alto:<br />

- Já vou, estou in<strong>do</strong>. Você come demais, Daniel. Vive com fome. Não<br />

compreen<strong>do</strong>; não faz muito esforço com seu corpo, e sempre tem apetite.<br />

Aproximan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> berço, olhou o pequeno ser que completara nove meses.<br />

Nesse tempo to<strong>do</strong> ela não tivera coragem de levá-lo à igreja. Logo ficou<br />

saben<strong>do</strong> das reações de to<strong><strong>do</strong>s</strong> à notícia de seu nascimento; especialmente <strong>do</strong><br />

pai, que não veio visitar o neto. Stephanie sentia-se extremamente magoada<br />

pela família e por toda a comunidade que a vira crescer. Com um olhar demora<strong>do</strong><br />

ao bebê que gritava, pensou, como pensava to<strong><strong>do</strong>s</strong> os dias desde o nascimento<br />

<strong>do</strong> filho: por que Deus fizera aquilo com ela? O que a levara a merecer<br />

tamanha punição? Estaria sen<strong>do</strong> penalizada por sua capacidade de ver os espíritos?<br />

Por mais que se esforçasse, não compreendia. Por que ela? Seus sonhos<br />

haviam si<strong>do</strong> destruí<strong><strong>do</strong>s</strong> e tornara-se escrava daquele ser que para tu<strong>do</strong> dependia<br />

dela, como sempre dependeria.<br />

Todas as manhãs, depois que Eric saía, Stephanie se olhava no espelho e só<br />

via abatimento, cansaço e desalento. Por mais que o mari<strong>do</strong> procurasse estimulá-la,<br />

sentia-se só e sem esperança. Sentia que sua vida, seus planos estavam<br />

acaba<strong><strong>do</strong>s</strong>. O que poderia esperar <strong>do</strong> futuro? Lamentava-se, assim, todas as manhãs.<br />

Os dias eram longos e as horas se arrastavam. Ela cuidava <strong>do</strong> menino,<br />

mas não conseguia sentir por ele nada além de repugnância. Eric, no entanto,<br />

cercava o garoto de afeto, cuidan<strong>do</strong> dele com desvela<strong>do</strong> amor.<br />

Naquela manhã, depois de alimentá-lo, ia recolocá-lo no berço quan<strong>do</strong> Eric<br />

entrou. Ela estranhou:<br />

- Já em casa?<br />

- Vendemos toda a nossa produção, e fizemos um ótimo negócio. Seu pai<br />

ficou satisfeito. Posso tirar o dia de folga.<br />

- Até que enfim você pode ajudar-me com Daniel.<br />

- Vou levá-lo comigo até a cidade. Quero comprar alguns mantimentos e<br />

material para construir uma cerca ao re<strong>do</strong>r da casa, a fim de podermos deixar<br />

Daniel lá fora, sem tanto me<strong>do</strong> de animais.<br />

Colocan<strong>do</strong>-se diante <strong>do</strong> berço ela pediu, angustiada:<br />

- Não faça isso, por favor.<br />

229

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!