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Jornada dos Anjos - Além do Arco Íris

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- Não consigo aceitar essa situação... O que posso fazer?<br />

- Prossiga no exemplo <strong>do</strong> amor a eles, e ajude sempre. A transformação<br />

que você deseja não pode ser feita com a luta e a revolta. Ela precisa vir <strong>do</strong><br />

amor e <strong>do</strong> respeito ao próximo. Essa é a nossa luta, essa é a luta <strong>do</strong> Mestre: a<br />

transformação silenciosa, mas profunda, <strong>do</strong> coração humano. Somente ela trará<br />

as conquistas perenes de que a humanidade necessita.<br />

- E a luta abolicionista, é uma causa que devo defender?<br />

- A liberdade de nossos irmãos africanos, sim, com toda a certeza. Todavia,<br />

a luta pelo ideal abolicionista, da maneira como vem sen<strong>do</strong> conduzida por<br />

muitos, poderá não levar a bons resulta<strong><strong>do</strong>s</strong>. Muitos defendem a abolição visan<strong>do</strong><br />

aos próprios interesses econômicos, sem ser movi<strong><strong>do</strong>s</strong> pela consciência<br />

da exploração perpetrada contra as criaturas escravizadas. Sempre que nos<br />

entregamos cegamente às idéias, deixan<strong>do</strong> de ver seu senti<strong>do</strong> mais amplo e<br />

suas conseqüências possíveis, podemos incorrer em graves enganos, por melhores<br />

que elas nos pareçam. Por isso, Constância, permaneça a serviço de<br />

nossos irmãos escravos, não a serviço daqueles que desejam usá-los ainda<br />

mais.<br />

Constância balançou a cabeça em sinal afirmativo e abraçou a amiga:<br />

- Obrigada, Helena, por sua dedicação.<br />

E fitan<strong>do</strong> os outros companheiros espirituais que ali estavam, despediu-se<br />

deles com emoção:<br />

- Obrigada a to<strong><strong>do</strong>s</strong> pela ajuda constante.<br />

Constância retornou ao corpo físico, que permanecera a<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong>, e logo<br />

despertou. Com profun<strong>do</strong> sentimento de gratidão e de paz, ergueu-se resoluta,<br />

saben<strong>do</strong> como deveria conduzir-se dali por diante. A caminho da cozinha, encontrou<br />

Sarah, que chorava, amparada por outra escrava.<br />

- O que aconteceu? - indagou a patroa.<br />

- Nada, senhora, nada. Deborah insistiu:<br />

- Como, nada? O que foi, Sarah? Por favor, conte-me.<br />

Assustada, a jovem, que segurava uma das mãos junto <strong>do</strong> peito, não ousava<br />

falar. Perceben<strong>do</strong> que protegia a mão, Deborah pegou firme em seu pulso, e de<br />

novo inquiriu:<br />

- O que houve? O que aconteceu?<br />

Puxan<strong>do</strong> o braço da jovem, viu feia queimadura, que tomava toda a palma<br />

da mão.<br />

- Meu Deus, como ocorreu isso? Sarah a puxou com força e disse:<br />

- Não foi nada...<br />

Surpreenden<strong>do</strong> o me<strong>do</strong> nos olhos e na voz da menina, ela a olhou fixo:<br />

- Foi Sean, não foi? Por quê?<br />

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