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Jornada dos Anjos - Além do Arco Íris

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- Sim, e muito em breve substituirá o papa Alexandre. Entretanto, seu coração<br />

está completamente endureci<strong>do</strong>. Não conseguimos tocar-lhe, nem de<br />

leve, as emoções.<br />

Com a voz embargada, ela calou-se. Ven<strong>do</strong> as lágrimas que desciam pela<br />

face de Constância, Elvira a abraçou, para fortalecer-lhe o coração. Depois,<br />

assegurou:<br />

- Vamos empreender novos esforços para encontrar Constantino. Quem<br />

sabe a hora de resgatá-lo não está próxima? Anime-se, Constância.<br />

No mosteiro, enquanto limpava a enorme janela que dava para o pátio principal,<br />

Verônica observava Boris, em discreta conversa com o arcebispo. Pareciam<br />

confabular algo importante, pois ela notava o ar grave no rosto <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>do</strong>is.<br />

Ao mesmo tempo, devia ser alguma coisa que desejavam esconder, pois de<br />

quan<strong>do</strong> em quan<strong>do</strong> olhavam em volta para ver se estavam de fato a sós. Ela<br />

pensava: "Decerto estão traman<strong>do</strong> algo de ruim. Nada de bom pode vir desse<br />

homem indigno e mau".<br />

Continuan<strong>do</strong> a limpeza e a observação, ela recebia forte influência de entidades<br />

espirituais que a circundavam: "Ele não merece viver. É muito mau.<br />

Tem de pagar pelo que fez os outros sofrerem".<br />

Verônica repetiu, sem perceber, em voz audível:<br />

- Ele tem de pagar...<br />

Uma noviça que a ajudava indagou:<br />

- O que disse, irmã?<br />

Como quem desperta repentinamente, Verônica olhou para a jovem e perguntou:<br />

- O que foi?<br />

- O que a irmã disse? Quem tem de pagar?<br />

- Meu tio. Ele fez uma dívida de jogo e tem de pagar, antes que acabe se<br />

prejudican<strong>do</strong>.<br />

Calou-se um instante e procurou disfarçar melhor:<br />

- Fico muito preocupada com ele, sabe? Minha tia sempre reclama de sua<br />

ausência, de seus excessos...<br />

- Eles vivem aqui em Praga, irmã Verônica?<br />

- Não, moram muito longe. Vez por outra minha tia me escreve e fico saben<strong>do</strong><br />

de seus problemas.<br />

- Enten<strong>do</strong>... E tem parentes aqui em Praga?<br />

O rosto de Verônica fez-se sombrio e triste quan<strong>do</strong> respondeu:<br />

- Não tenho parentes. To<strong><strong>do</strong>s</strong> os que eu amei me foram tira<strong><strong>do</strong>s</strong>.<br />

- Que pena...<br />

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