Zerbo - Frente Rio Claro - Claudio Di Mauro

- construção de um Plano de Governo com a participação da
comunidade;
- discussão prévia dos novos projetos e ações de governo;
- acompanhamento e avaliação pela comunidade dos projetos
e ações que estivessem sendo implantados pelo governo,
assegurando a todos os munícipes acesso às informações,
além das prestações de contas regulamentares;
- acatamento de todas as denúncias formalizadas contra os
projetos e ações do governo, que merecerão análise e
resposta adequada;
- valorização do Poder Legislativo, através do estímulo ao
cumprimento de suas responsabilidades constitucionais de
oferecer colaboração e fiscalização sobre os projetos e ações
do governo.
Essas diretrizes foram dadas ao conhecimento público no dia
seguinte, através de panfletos distribuídos aos militantes, filiados,
simpatizantes e não simpatizantes da Frente, imprensa etc. Essas
diretrizes tornaram-se uma espécie de “cartilha” que dava sustentação a
todas as reuniões e a todas as discussões que faziam para a consolidação
da Frente.
É óbvio que, de parte a parte, o tom geral da conversa foi transmitido
aos demais dirigentes dos Partidos. A hipótese foi amadurecendo,
avançando e sobretudo crescendo à medida que cada um dos dois
Partidos se reunia separadamente, cada qual no seu canto. Os telefones
ferviam. Du Altimari não tinha hora para me telefonar toda vez que
conjecturava uma estratégia para consolidar uma frente. Findo o
telefonema, elencávamos quem falaria com quem, do PMDB, para
repassar o que fora conversado. E tome telefonemas para todos os lados,
quase não importando a hora. No dia seguinte era a mesma coisa, para
colhermos os resultados das reflexões. Acredito que no PT era mais ou
menos a mesma coisa, apesar da sua prática mais consolidada de realizar
reuniões.
Convém ressaltar que as pessoas que participavam das reuniões
tinham o respaldo de seus respectivos partidos. Isso significa dizer que,
antes de cada reunião, cada partido fazia uma outra prévia, com seus
integrantes, de acordo com suas práticas. Após a reunião da Frente, cada
partido voltava a se reunir novamente com seus integrantes, de maneira
que todos ficavam informados do que estava ocorrendo e,
conseqüentemente, participavam através de seus representantes.
Uma prática essencialmente democrática e comprova que política é a
arte de conversar. Ninguém participava das reuniões da Frente como
porta-voz de si próprio, mas como porta-voz de seus partidos. E,
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