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Zerbo - Frente Rio Claro - Claudio Di Mauro

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O afastamento da população e das entidades ficou claro quando<br />

começamos a colocar em prática o Orçamento Participativo, no inicio da<br />

administração. <strong>Di</strong>vidimos a cidade por bairros ou por regiões, dependendo<br />

da densidade populacional e do perímetro de cada bairro, agendávamos<br />

as datas nas escolas ou centros comunitários, nas quais compareciam o<br />

Prefeito e sua equipe, para discutir e deliberar com os moradores as<br />

prioridades para aqueles bairros ou regiões. O princípio era do de que<br />

ninguém melhor do que os moradores para saber onde mais o sapato<br />

apertava.<br />

No primeiro ano de implantação do Orçamento Participativo poucas<br />

pessoas compareciam às reuniões, apesar de amplamente divulgadas. Era<br />

o reflexo das práticas anteriores, que mantinham a população na<br />

arquibancada, como mera espectadora, enquanto discursavam dizendo<br />

que ela estava participando do jogo. O afastamento era flagrante.<br />

Aos poucos, mantendo a coerência entre o discurso e a prática, a<br />

equipe foi revertendo aquele quadro e nos anos seguintes as reuniões<br />

para dar continuidade ao Orçamento Participativo foram muito<br />

concorridas. A população comparecia, discutia e deliberava. O mais<br />

importante é que o Orçamento Municipal, uma peça complexa, conhecida<br />

e entendida por poucos, começou a ter seus princípios básicos assimilados<br />

pela população, inclusive por segmentos de menor escolaridade.<br />

O importante dessa assimilação era porque para o orçamento<br />

Participativo era destinado um determinado percentual do Orçamento<br />

Municipal, que contemplava todas as receitas e todas as despesas da<br />

administração, em todas as áreas. Assim, quando se discutia as<br />

prioridades dos bairros ou regiões, a lista final era grande, principalmente<br />

porque há muito tempo não se investia em serviços e infra-estrutura no<br />

Município, fazendo com que as carências se multiplicassem.<br />

Mas dada à assimilação dos princípios básicos da peça orçamentária,<br />

os participantes sabiam que, ao deliberarem sobre as prioridades,<br />

deveriam eleger o que chamávamos de “a prioridade mais prioritária”.<br />

Dependendo do bairro ou da região, “a prioridade mais prioritária” podia<br />

ser duas, três ou mais obras ou serviços, todas limitadas ao percentual<br />

previsto para aplicação. E as razões dos limites estavam claras para a<br />

população. Ela sabia que não havia dinheiro suficiente para atender todas<br />

as reivindicações, porque era necessário manter as escolas, a merenda,<br />

as unidades de saúde etc.<br />

O Orçamento Participativo foi e continua sendo uma vivência<br />

enriquecedora para todos, equipe de governo e população, porque não<br />

cria falsas expectativas e, em conseqüência, não gera frustrações.<br />

Quando as pessoas conhecem as razões pelas quais esta ou aquela<br />

reivindicação não é atendida e as entendem, podem estar certos de que<br />

elas vão trabalhar para que aquelas razões desapareçam.<br />

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