Zerbo - Frente Rio Claro - Claudio Di Mauro
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A municipalização do ensino também era coisa muito séria. O<br />
Governador de São Paulo na época, Mário Covas, queria porque queria<br />
que os Municípios assumissem as escolas estaduais de ensino<br />
fundamental, utilizando o percentual orçamentário de 25% para mantêlas.<br />
Para alguns Municípios era um bom negócio, mas não para <strong>Rio</strong> <strong>Claro</strong>,<br />
que tinha, naquele tempo, cerca de 17 Emeis – Escolas Municipais de<br />
Educação Infantil, mantidas com os mesmos 25%. Caso a administração<br />
municipal aderisse à municipalização do ensino fundamental, teria,<br />
necessariamente, que fechar todas as Emeis.<br />
Seria o caos. Nossa proposta, que depois apresentaríamos à<br />
Secretária Estadual de Educação, Rose Neubauer, uma mulher de trato<br />
difícil e “queixo duro”, seria municipalizar 20% ao ano e em cinco anos<br />
teríamos adequado o Orçamento Municipal e municipalizado 100% do<br />
ensino fundamental. A proposta não foi aceita na esfera estadual e não<br />
houve acordo. Mantivemos uma queda de braço durante todo o período e<br />
continuamos até hoje o processo de municipalização, sem necessidade de<br />
fecharmos as escolas municipais. Mas o Estado não conseguiu nos impor,<br />
goela abaixo, o tipo de municipalização que queria.<br />
Após o primeiro encontro com Nevoeiro Júnior, houve outros<br />
contatos, por telefone ou epistolares, ao mesmo tempo em que a <strong>Frente</strong><br />
<strong>Rio</strong> <strong>Claro</strong> preparava a equipe de governo e reunia membros da<br />
comunidade, candidatos, eleitos ou não, e professores da UNESP, em<br />
reuniões que aconteceram no hexágono da Universidade no alto do bairro<br />
Santana. Quase duas centenas de pessoas se reuniram em grupos<br />
distintos, para debater e deliberar sobre o plano de governo, fazendo os<br />
ajustes necessários à realidade que se descortinava.<br />
Aos poucos, Cláudio de <strong>Mauro</strong> foi delineando os nomes que<br />
ocupariam esta ou aquela posição no Governo e definindo o plano geral e<br />
inicial de administração. Muitas nomeações para o chamado primeiro<br />
escalão deram certo e algumas poucas foram um desastre, fazendo<br />
lembrar aquele conceito de que um verdadeiro caráter só se revela<br />
quando lhe é dado um cargo de mando. Vimos pessoas que, a partir do<br />
momento em que lhes fora dado um cargo público de mando, revelaramse<br />
verdadeiras “prima-donas”, dotadas de um ego imenso, mesquinhas e<br />
egoístas, a tal ponto que se lhes fossem oferecida sociedade de um<br />
prostíbulo com bonecas infláveis, topariam na hora, só para dividir o<br />
faturamento. Pode parecer exagero, mas é o único exemplo que me<br />
ocorre para comparar. Essas pessoas não duraram muito e acabaram<br />
defenestradas.<br />
A partir da proclamação do resultado das eleições, criamos uma<br />
equipe de transição, cujos integrantes estariam encarregados de<br />
acompanhar o que ocorria nas Secretarias e Departamentos da<br />
Administração Municipal, e transmitir os dados, mais próximos possíveis<br />
da realidade, à nova equipe de governo. Não foi tarefa fácil, já que muitos<br />
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