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Zerbo - Frente Rio Claro - Claudio Di Mauro

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eleitoral transmitido pelas emissoras de rádio. Os dirigentes dos partidos<br />

que integravam a <strong>Frente</strong> não se conformavam com a idéia de<br />

desperdiçarem um espaço tão importante quanto o da televisão e foram à<br />

luta para reverter a situação.<br />

Ainda tínhamos viva a lembrança do que ocorrera nas eleições<br />

municipais de 1992, quando a Faculdade de Ciências Contábeis, de<br />

propriedade do Professor Aldo Zotareli Júnior, tinha a concessão da TV <strong>Rio</strong><br />

<strong>Claro</strong>. Mais ou menos em fevereiro daquele ano, Aldo enviou<br />

correspondência a todos os partidos políticos dizendo que a emissora<br />

estava apta a transmitir o horário eleitoral e informava que dispunha de<br />

estúdio e equipamento para a gravação dos programas, detalhando os<br />

respectivos custos. Não sei quantos partidos o procuraram, mas sei que<br />

vários, em especial o PMDB, optou por outras produtoras, a um custo bem<br />

menor e com qualidade talvez proporcional, mas cada um dançava<br />

conforme a música. No caso, suas disponibilidades financeiras. O fato é<br />

que dois meses depois da primeira correspondência, os partidos<br />

receberam uma segunda, e dessa vez desdizendo a primeira, sob a<br />

alegação de que a TV <strong>Rio</strong> <strong>Claro</strong> não dispunha de condições técnicas para<br />

transmitir os programas do horário eleitoral. A história está mal contada<br />

até hoje e se algum historiador futuramente for a fundo, vai ter que tapar<br />

o nariz.<br />

<strong>Di</strong>go isso como testemunha ocular, porque na época, além de<br />

assessor jurídico, eu era dirigente e membro da Comissão Executiva do<br />

PMDB e recebi as duas correspondências. Foi um balde de água fria,<br />

porque o PMDB já tinha vários programas gravados para a televisão. A<br />

campanha de 92 ficou apenas no horário eleitoral das emissoras de rádio<br />

e nos comícios. Foi um desserviço à população e sabe-se lá com quais<br />

propósitos. Ou melhor, sabemos bem com quais propósitos, mas não dá<br />

para afirmar. Isso fica para os historiadores, daqui a muitos anos, quando<br />

se derem ao trabalho de juntar os cacos.<br />

Mas em 1996 o panorama era outro. A Faculdade de Ciências<br />

Contábeis e a concessão da TV <strong>Rio</strong> <strong>Claro</strong> já pertenciam à ordem religiosa<br />

dos Claretianos. O manda-chuva da TV <strong>Rio</strong> <strong>Claro</strong> era o Padre Leandro<br />

Padilha, um sujeito jovem, magro, inteligente e muito perspicaz. Era<br />

cordato, gentil e educado, mas sabia endurecer quando necessário.<br />

Fomos procurá-lo para sabermos se a TV transmitiria ou não o<br />

programa eleitoral dos candidatos de <strong>Rio</strong> <strong>Claro</strong>. A princípio ele ficou na<br />

dúvida, sem saber o que responder, já que a TV <strong>Rio</strong> <strong>Claro</strong> era uma<br />

retransmissora da TV Educativa do <strong>Rio</strong> de Janeiro. Fizemos várias<br />

consultas à Justiça Eleitoral, até que tivemos uma resposta positiva. Com<br />

a resposta, Padre Leandro assumiu a posição de que <strong>Rio</strong> <strong>Claro</strong> teria seu<br />

horário eleitoral. Para os Partidos da <strong>Frente</strong>, foi uma festa. Para os<br />

demais, em especial os de direita, foi um velório. Principalmente porque<br />

os defuntos seriam eles próprios.<br />

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