Zerbo - Frente Rio Claro - Claudio Di Mauro
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Política e eleitoralmente, na coligação que se pretendia, e na qual<br />
trabalhávamos há tanto tempo, essa pretensão era inaceitável. E meu<br />
nome foi mantido dentro do PV.<br />
O PMDB também teve seus problemas com a manutenção da<br />
coligação tendo Cláudio de <strong>Mauro</strong> candidato a Prefeito e eu a Vice. Antigos<br />
integrantes, como o Dr. José Marcos Pires de Oliveira, fundador do partido<br />
e seu Presidente por muitos anos, e José Lincoln de Magalhães, exprefeito,<br />
eleito pelo PMDB, pediram desfiliação e foram para o PTB. O<br />
primeiro talvez tivesse voltado ao partido alguns anos depois, caso não<br />
tivesse morrido em conseqüência de um acidente doméstico. O segundo<br />
voltou a se filiar ao PMDB tempos depois, em setembro de 2001.<br />
O PT não ficou atrás. Nas reuniões mantidas para discutir meu nome,<br />
houve sérias resistências, especialmente por eu ser do PMDB e também<br />
porque um dos fundadores do PT em <strong>Rio</strong> <strong>Claro</strong>, Aristóteles Costa, exvereador,<br />
reivindicava a candidatura a Vice-Prefeito. Indiscutivelmente ele<br />
reunia as condições necessárias para ser indicado. Mas para o conjunto<br />
dos partidos que formavam a <strong>Frente</strong>, para os propósitos a que se<br />
dispunham, não era uma alternativa acertada. Primeiro porque o PT tinha<br />
a imagem de ser muito à esquerda e radical, o que inibia o eleitorado<br />
conservador, e segundo, porque boa parte do eleitorado ainda acreditava<br />
que Cláudio de <strong>Mauro</strong> era filiado e militante do PT. O PPS foi o único<br />
partido que não teve problemas dessa ordem.<br />
Transpostas todas essas fases, os partidos marcaram uma reunião<br />
conjunta, com a presença de todos os seus membros dispostos a<br />
comparecer, já era março de 1996. A reunião foi na sede do PV, na<br />
avenida 13 entre as ruas 1 e 2, região central de <strong>Rio</strong> <strong>Claro</strong>, um imóvel<br />
cedido por Ned Saraiva Martins. Os partidos PT, PV e PPS queriam<br />
sabatinar a mim e ao Francisco Marchiori Júnior, numa última rodada.<br />
Uma reunião que começou por volta das 21 horas e foi quase até o dia<br />
seguinte. Marchiori Júnior foi primeiro e eu em seguida, isso várias horas<br />
depois. Marchiori Júnior tinha sido vereador, Líder do Prefeito e Presidente<br />
da Câmara na Administração Lincoln Magalhães, e eu havia ocupado<br />
cargos no chamado primeiro escalão daquela Administração. Choveram<br />
petardos poderosos, mas não chegaram a nos atingir.<br />
A sede do PV, mesmo sendo uma casa razoavelmente grande, estava<br />
lotada. Tinha gente pendurada nas janelas, sentada no peitoril da área e<br />
aglomerada na calçada em frente. Para beber, além de café, serviam chá<br />
de erva-cidreira, quente ou frio. E não porque gostassem de erva-cidreira,<br />
mas porque o líquido era verde, a cor do partido. O pessoal do PT e do<br />
PPS protestava e pedia suco de groselha, porque tinha a coloração<br />
vermelha, é claro. Isso tudo num ambiente de muita camaradagem e<br />
descontração. E não havia razão para ser diferente, já que todos se<br />
conheciam e se reuniam para a formação da <strong>Frente</strong> havia dois anos.<br />
Fomos pesadamente sabatinados. Primeiro Marchiori Júnior e depois<br />
eu. Ficamos sentados numa cadeira encostados a uma parede da sala e<br />
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