Pedaços de Noz 2007 - Escola Secundária Stuart Carvalhais
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<strong>Pedaços</strong> <strong>de</strong> <strong>Noz</strong> | 98<br />
Diabo – Cala-te, imbecil. Não vês que ninguém te quer?! És tão culto e não enten<strong>de</strong>s isso. Seja<br />
abençoada tanta inteligência!<br />
Juiz – Bem, quando <strong>de</strong>cidirem diga qualquer coisa.<br />
Enquanto isso, man<strong>de</strong>m-me para terra, que ainda tenho alguns assuntos pen<strong>de</strong>ntes!<br />
Anjo – Mas tu julgas que vais voltar? Olha, quando tu exercias o teu trabalho, <strong>de</strong>volvias o<br />
dinheiro que ganhavas, sendo subornado?<br />
Juiz – Claro que não! Olha que quem dá e tira para o Inferno gira!<br />
Anjo – Ora aí está. Ao mesmo tempo que <strong>de</strong>ste liberda<strong>de</strong> aos pecadores, tiraste-a aos inocentes.<br />
Por isso para o Inferno vais!<br />
E não adianta falares…sai daqui! Faz a vonta<strong>de</strong> ao barqueiro da Ilha Perdida.<br />
Diabo – Hihihihihi! Vá, anda lá que eu ainda tenho um espacinho para ti!<br />
Juiz – Está bem, mas aviso já que pretendo ser bem servido. E para começar é melhor falarmos<br />
acerca da minha remuneração.<br />
Diabo – Pensas que o teu cargo se mantém nesta barca?<br />
Pois enganas-te, porque tu agora estás sobre os meus comandos.<br />
Juiz – Oh que triste vida e que infernal <strong>de</strong>stino. Porque me <strong>de</strong>ixei seduzir <strong>de</strong> tal maneira?<br />
Diabo – O dinheiro falou mais alto.<br />
Mas vai entrando e falando ao mesmo tempo.<br />
Aqui faz-se tudo simultaneamente, Hihihihihi.<br />
Juiz – Oh, barqueiro, traz então essa prancha que assim me vou!<br />
E assim, o Juiz com um gran<strong>de</strong> custo embarcou com o Diabo.<br />
Todos os seus feitos em vida foram pecaminosos e Lúcifer não perdoa.<br />
O <strong>de</strong>stino foi traiçoeiro com o Juiz, mas ao que parece, este apren<strong>de</strong>u com os seus erros.<br />
Não há nada melhor que uma boa lição <strong>de</strong> vida para nos apercebermos quando erramos.<br />
O Anjo, como sempre, avaliou e julgou quem na sua barca queria entrar, mas o facto <strong>de</strong><br />
o Juiz ter sido arrogante e ter pecado fortemente fez com que o Anjo per<strong>de</strong>sse um pouco a doçura<br />
que o caracteriza e fosse um tanto ríspido para o Juiz.<br />
O Diabo, como sempre, foi maléfico e irónico, criticou, ofen<strong>de</strong>u e <strong>de</strong>cidiu o <strong>de</strong>stino do<br />
réu. O Juiz mexeu com os princípios do Diabo e, como tal, este não queria o Juiz na sua barca.<br />
Este foi tão pecador, que a negação pela parte do Anjo e do Diabo, fez com que os<br />
mesmos dialogassem <strong>de</strong> barca para barca, <strong>de</strong>cidindo assim o <strong>de</strong>stino do Sr. Dr. Juiz.<br />
Tânia Graça<br />
Ana Fonseca<br />
9º H