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Pedaços de Noz 2007 - Escola Secundária Stuart Carvalhais

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<strong>Pedaços</strong> <strong>de</strong> <strong>Noz</strong> | 97<br />

Juiz – Ora, quem lhes manda cometer erros que põem as suas vidas em risco? Ninguém po<strong>de</strong><br />

julgar a minha pessoa, a minha reputação. Eu tenho uma imagem a manter.<br />

Sim, porque eu sou um homem justo…todos necessitam <strong>de</strong> mim, quer seja para resolver<br />

alguns problemas básicos, quer para serem julgados por um crime.<br />

Diabo – Tu, que foste tão bom, tão docinho, não é?<br />

Oh, como pô<strong>de</strong> isso acontecer à doçura da tua pessoa?<br />

Juiz – Sou doce não é? Realmente, tenho que admitir, embora seja um tanto mo<strong>de</strong>sto.<br />

Diabo – Mas o que é isto?! Que atrevimento! Sai, vai-te embora, vai tentar a tua mísera sorte na<br />

outra barca, que não quero gente reles comigo.<br />

Juiz – Pois fica sabendo que vou mesmo, porque ninguém me fala assim estás a ouvir? Fica aí<br />

nesse horror <strong>de</strong> barca que eu me vou para a outra.<br />

isto, o Juiz dirige-se à barca do Anjo, muito ternamente para ver se este lhe facilita a entrada<br />

na sua barca.<br />

Juiz – Oh meu doce barqueiro, como haveis passado? Bem, espero eu!<br />

Anjo – Oh maldito, como te atreves a dirigir-me a palavra, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> teres sido em vida um<br />

homem com o coração tão negro?!<br />

Juiz – Maldito, Negro? Também tu? Mas julgas que estás a falar com quem? Deixa-te <strong>de</strong><br />

arrogâncias e arranja espaço nessa tua barca, que quero embarcar.<br />

Anjo – Tu que sempre juraste a Deus que não mentirias e, por dinheiro o fizeste!<br />

Traíste o teu Deus e por isso não tens perdão.<br />

Agora sai daqui, na minha barca não entrarás, pois eu não levo pessoas com o coração<br />

tão negro e com tão pouco discernimento.<br />

Juiz – Mas o que se passa hoje com estes dois? Tiraram o dia para me carregar <strong>de</strong> males, foi?<br />

isto o Diabo grita para o Juiz, da sua barca para a barca do Anjo:<br />

Diabo – Psst. Sr. Juiz, oh florzinha do bem, aqui cada um tem o tratamento que merece.<br />

Anjo – Por uma vez, tenho <strong>de</strong> concordar com a alma das trevas.<br />

Oh Lúcifer levas esta alma contigo ou fica no cais?<br />

Diabo – Pois, não sei. Tenho <strong>de</strong> pensar.<br />

Por um lado pecou muito e é mais um no meu batel, o que me faz somar pontos e<br />

seguir, por outro lado é uma alma sem escrúpulos e merece ir a reboque.<br />

Juiz – Está difícil! Sou tão preciso que até discutem para ver quem fica comigo.

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