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Pedaços de Noz 2007 - Escola Secundária Stuart Carvalhais

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<strong>Pedaços</strong> <strong>de</strong> <strong>Noz</strong> | 96<br />

O Juiz<br />

Aí vem o Sr. Dr. Juiz com uma toga, os processos na mão e um martelo.<br />

Juiz – Oh da barca, está aí alguém?<br />

Diabo – Oh meritíssimo, já aqui te encontras?<br />

Juiz – Sim, queria eu não pôr aqui os pés! Mas dizei-me, para on<strong>de</strong> vai esta barca?<br />

Diabo – Para o Inferno, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> instantes te encontrarás.<br />

Juiz – Como? Mas que mal fiz eu a Deus para merecer tal caminho? Eu que tanto avaliei, julguei<br />

e aju<strong>de</strong>i os <strong>de</strong>mais.<br />

Prestigioso como sou, mereço bem melhor.<br />

Mas dizei-me para on<strong>de</strong> vai esta barca.<br />

Diabo – Em primeiro lugar, não invoques o nome do teu Deus na minha presença. Deves estar<br />

um tanto esquecido; olha que eu sei <strong>de</strong> tudo!<br />

Juiz – Tudo o quê, oh maldito? Não há nada para saber.<br />

Diabo – Ora, então eu vou avivar-te a memória.<br />

Meu precioso irmão…regista:<br />

1º Acusaste gente inocente e protegeste os culpados em troca <strong>de</strong> dinheiro;<br />

Juiz – Eh eh, dinheiro que foi bem chorudo, diga-se <strong>de</strong> passagem.<br />

Diabo – Não me interrompas! Aqui quem fala sou eu.<br />

Prossigamos:<br />

2º Sendo tu um Juiz tão prestigioso, como dizes ser, a tua profissão não estava a ser<br />

bem representada.<br />

Juiz – Olha, quem te <strong>de</strong>ra ter meta<strong>de</strong> do meu êxito!<br />

Diabo – Deixa-me rir! Olha, meu caro, enquanto tu mal ou bem julgavas as poucas pessoas que<br />

queriam que lhes prestasses serviço, já eu andava a recolher as alminhas boas como tu,<br />

aqui para esta doce e humil<strong>de</strong> barca.<br />

Bem, mas <strong>de</strong>ixa-me lá continuar a informar-te acerca <strong>de</strong> alguns dos teus bons e<br />

amáveis actos para com os outros.<br />

3º Foste subornado, calaste-te e <strong>de</strong>ixaste que os inocentes fossem prejudicados por<br />

algo que os teus “parentes” fizeram.<br />

E não digo mais, caso contrário estarias mais enterrado que alguns mortos que por aqui<br />

passaram.<br />

Juiz – Olha lá, nunca ouviste dizer que “paga o justo pelo pecador”?<br />

Diabo – Ah ah, afinal confessas! Oh alma suja, como foste capaz <strong>de</strong> tal cruelda<strong>de</strong>? Não tens<br />

vergonha <strong>de</strong> ser tão reles? Já para não falar que pouco ou nada fazes para cumprires<br />

com as tuas obrigações.

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