<strong>Pedaços</strong> <strong>de</strong> <strong>Noz</strong> | 84 Uma aventura nas férias da Páscoa Durante as férias da Páscoa, eu e um grupo <strong>de</strong> amigas <strong>de</strong>cidimos visitar uma das maravilhas naturais estudadas na disciplina <strong>de</strong> Área <strong>de</strong> Projecto: as Cataratas Vitória, que se situam em África, na fronteira entre a Zâmbia e o Zimbabué, mais exactamente no rio Zambeze. Organizar a viagem não foi fácil, mas optámos por ir até lá <strong>de</strong> helicóptero e acampar. Depois <strong>de</strong> dois dias <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, durante os quais o tema <strong>de</strong> conversa era sempre a tão esperada viagem, chegou o momento: pegámos nas malas e entrámos no helicóptero. A viagem parecia interminável, mas, quando chegámos, todo o nervosismo <strong>de</strong>sapareceu, para dar lugar a um estado <strong>de</strong> espanto e maravilha, pois a paisagem era muito diferente daquela à qual estamos habituadas: o ver<strong>de</strong> era a cor predominante, ouviam-se pequenos barulhos (originados pelo rastejar dos animais) e o suave canto dos pássaros e água a correr, não muito longe dali no rio Zambeze, era como uma agradável música <strong>de</strong> fundo, que tornou o ambiente tão harmonioso que <strong>de</strong>cidimos acampar mesmo ali. Entusiasticamente montámos as tendas e fomos “à <strong>de</strong>scoberta”. Com o passar das horas, o nosso espanto e encanto por aquele lugar crescia: <strong>de</strong>scobrimos espécies <strong>de</strong> animais fascinantes e plantas que conseguem germinar em ambientes curiosos, árvores com uma altura inimaginável e seres que, mesmo sendo muito pequenos, transportam facilmente os seus alimentos…tudo isto era extraordinário! Com a curiosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir mais coisas novas fomo-nos afastando cada vez mais do acampamento, até que, quando o Sol se pôs, optámos por dormir ao relento. No dia seguinte, assim que acordámos, fizemos uma pequena fogueira (seguindo as regras que nos tinham ensinado no mini curso <strong>de</strong> preparação que havíamos feito antes da viagem) e, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> comermos, tentámos procurar o caminho <strong>de</strong> volta ao acampamento, mas em vão, pois em vez <strong>de</strong> regressarmos, dirigimo-nos para perto das Cataratas (que segundo sabíamos estavam bastante longe do acampamento). Ali, a paisagem era ainda mais maravilhosa e o som do “cair” das águas e a brisa que soprava suavemente proporcionavam um ambiente tão agradável que <strong>de</strong>cidimos dormir ali durante a noite. Ao fim <strong>de</strong> alguns dias, passados longe das tendas, a comida que tínhamos nas mochilas começava a escassear e nem mesmo a beleza da paisagem nos dava ânimo e forças para tentarmos procurar o caminho <strong>de</strong> volta para o acampamento, mas a situação
<strong>Pedaços</strong> <strong>de</strong> <strong>Noz</strong> | 85 melhorou quando uma <strong>de</strong> nós se lembrou <strong>de</strong> enviar as coor<strong>de</strong>nadas da nossa localização para um dos radares daquela zona. Em resultado <strong>de</strong>sta i<strong>de</strong>ia, o nosso sinal foi recebido e, no dia seguinte, um helicóptero veio resgatar-nos e a aventura acabou em bem, mas serviu para apren<strong>de</strong>rmos que, mesmo entusiasmadas, não nos po<strong>de</strong>mos distrair, pois nem sempre as aventuras acabam da melhor forma. Sara Oliveira 7º B