13.04.2013 Views

Pedaços de Noz 2007 - Escola Secundária Stuart Carvalhais

Pedaços de Noz 2007 - Escola Secundária Stuart Carvalhais

Pedaços de Noz 2007 - Escola Secundária Stuart Carvalhais

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Pedaços</strong> <strong>de</strong> <strong>Noz</strong> | 65<br />

Até que a minha mãe saiu do escritório, com a cara banhada em lágrimas...Fala com<br />

o meu pai, em privado, ignorando os meus protestos para saber o que se passava.<br />

Quando soube, a minha mentalida<strong>de</strong> não me <strong>de</strong>ixava pensar noutra coisa: ela vai<br />

conseguir curar-se e ficar boa. Ela vai sobreviver, ela é forte...”<br />

E foi. Foi mais forte do que o esperado. Resistiu ao que muitos não teriam resistido.<br />

O contacto entre as duas foi diminuindo cada vez mais. Os internamentos e as<br />

sessões sucessivas <strong>de</strong> quimioterapia, e o estudo mais exigente <strong>de</strong> outra, não <strong>de</strong>ixavam<br />

oportunida<strong>de</strong> para uma reaproximação...<br />

Até que chegaram as férias <strong>de</strong> Verão. Entre visitas, a amiza<strong>de</strong> renasceu e a<br />

cumplicida<strong>de</strong> retornou. Foram as últimas férias que passaram juntas...<br />

Alguns meses <strong>de</strong>pois, a esperança <strong>de</strong> uma recuperação apareceu ao fundo do túnel:<br />

havia um dador compatível <strong>de</strong> medula na Holanda! Após <strong>de</strong>sesperadas tentativas (vãs)<br />

<strong>de</strong> encontrar alguém que fosse compatível com ela, nem mesmo alguém da família,<br />

nem <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> vários apelos a tanta gente, talvez se conseguisse!<br />

Mas o corpo não aceitou o transplante...<br />

Mais meses <strong>de</strong> sofrimento...<br />

Qualquer doença podia <strong>de</strong>itá-la abaixo. No Inverno, apanhava infecções e tinha que<br />

ficar mais tempo internada no hospital.<br />

Mas uma das infecções não passava...<br />

Mesmo doente, ela aceitou arriscar. Havia ainda a hipótese <strong>de</strong> fazer um transplante<br />

<strong>de</strong> medula, <strong>de</strong> um dador que não era totalmente compatível. O seu corpo já tinha<br />

rejeitado o outro transplante, e isso quase lhe roubara a vida... Mas estava <strong>de</strong>cidida a<br />

arriscar. Tinha que arriscar, não se podia <strong>de</strong>ixar escapar a esperança <strong>de</strong> acabar com o<br />

sofrimento que a perseguia há tanto tempo, tinha que tentar.<br />

“Mas a vida prega partidas.”<br />

O transplante estava marcado para a semana seguinte, mas a infecção não foi<br />

curada, e alastrou-se pelo corpo <strong>de</strong>bilitado e sem <strong>de</strong>fesa...<br />

O transplante nunca chegou a ser feito.<br />

Sofia Ribeiro<br />

10º B

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!