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Pedaços de Noz 2007 - Escola Secundária Stuart Carvalhais

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<strong>Pedaços</strong> <strong>de</strong> <strong>Noz</strong> | 64<br />

Partidas do Destino<br />

A vida prega partidas. Partidas daquelas que não se libertam da memória, que ficam<br />

gravadas no próprio ser e na alma, partidas que nos fazem chorar e duram a vida toda...<br />

Conheceram-se no infantário on<strong>de</strong> estavam, ainda em pequenas, apenas com a<br />

diferença <strong>de</strong> um ano. Nada indiciava amiza<strong>de</strong> naquela relação relativamente conflituosa,<br />

mas não era verda<strong>de</strong>, o tempo podia alterar as coisas.<br />

E o <strong>de</strong>stino assim o fez. Na creche, ficaram juntas na mesma sala, e na escola os<br />

horários eram coinci<strong>de</strong>ntes. Estavam cada vez mais próximas e começaram a conhecer-<br />

se. A amiza<strong>de</strong> cresceu... cresceu... e continuou a crescer. Tornaram-se amigas, tão<br />

amigas que era quase impossível viver uma sem a outra! Eram inseparáveis, tal como<br />

irmãs. Para on<strong>de</strong> uma ia, a outra acompanhava; quando uma estava triste, a outra sabia<br />

exactamente como animá-la; estavam presentes na vida uma da outra em todos os<br />

momentos, quer estes fossem bons, quer fossem maus. Passavam fins-<strong>de</strong>-semana juntas,<br />

tinham planos <strong>de</strong> vida em conjunto, pensavam em sintonia (quem sabe se não liam os<br />

pensamentos?). Riam-se e brincavam, divertiam-se apenas com a companhia uma da<br />

outra. Conheciam-se melhor que ninguém... Tornaram-se “amigas do peito”.<br />

Mas alguém manda no Destino? No dia em que isso acontecer, será o caos total.<br />

Apenas temos o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> tomar certas <strong>de</strong>cisões, estas que já estavam <strong>de</strong>stinadas.<br />

E então foram obrigadas a separar-se...<br />

Uma, ao passar <strong>de</strong> ano, entra no 2º ciclo e muda <strong>de</strong> escola, abandona o colégio.<br />

Outra continua a frequentá-lo, ainda na escola primária. As raras ocasiões para se<br />

encontrarem eram passadas o melhor possível.<br />

“Era Natal... Época <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> alegria. Ou pelo menos assim o <strong>de</strong>veria ser. O<br />

telefone tocou. Eu atendi:<br />

“- Olá, Isabel! Tudo bem?... Bom Natal para si também, e claro para a Inês, e para o<br />

resto da família!... Beijinhos a todos e Boas Festas!... Obrigada. Vou chamar a mãe.”<br />

Era a mãe da Inês para <strong>de</strong>sejar Boas festas a todos. Chamei a minha mãe ao telefone,<br />

ficou a falar mais <strong>de</strong> uma hora! Mas era habitual, afinal era conversa entre mães <strong>de</strong><br />

amigas.

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